Em meio ao cenário político do Flamengo, o MRN conversou com Maurício Gomes de Mattos, um dos candidatos a presidência do Flamengo. As eleições só acontecem no final do ano, mas MGM garante que vai até o fim com a candidatura e será um dos concorrentes para assumir o clube. Entre as principais ideias, está a profissionalização, entre tantas outras coisas que pretende mudar.
MGM nos recebeu em seu escritório de advocacia, gentilmente respondendo às questões colocadas da forma como preferiu. Além de Maurício, Rodrigo Dunshee é outro pré-candidato, e terá o apoio do presidente Rodolfo Landim. Luiz Eduardo Baptista, o Bap, também deve se candidatar.
➕ Emenda da SAF do Flamengo: Dunshee se negou a assinar; BAP não respondeu; MGM assinou
Maurício Gomes de Mattos é a favor da construção do estádio do Flamengo
Sobre a possibilidade da construção do estádio, MGM se mostra favorável, mas diz desconhecer qualquer detalhe do processo atual. Isso porque o presidente Rodolfo Landim centraliza a questão, excluindo boa parte do clube.
“Não posso falar de algo que não conheço. É o meu sonho, sempre sonhei e será meta do meu governo ter um estádio próprio. A concessão do Maracanã não nos atende como achamos que devemos ser atendidos. Rogo para que as informações e a condução do presidente atual seja assertiva. Serei um protagonista desse assunto, quero fazer o melhor pelo Flamengo”, inicia MGM.
Sobre essa exclusão, Maurício faz uma de suas principais críticas à forma como a situação está sendo tocada, entendendo que o resto do clube deveria ser consultado. Além disso, MGM traz suas principais ideias para um potencial estádio.
“Já estou entrando em contato com empresas internacionais para fazer uma avaliação paralela. Sonho com um estádio em fibra de carbono, retrátil, tem muitas coisas que pode somar. Mas se o presidente do Flamengo me entregar um projeto já pronto, maturado, passado pelo Deliberativo, não serei contrário. Vou realizá-lo. Mas com um pouco de pena, gostaria mesmo de um amplo debate. Gostaria que o Deliberativo estivesse, no dia a dia, entendendo o projeto”, diz, antes de complementar:
“Gostaria que ele chamasse os presidentes, candidatos, para debater, mostrar os passos que estão dando. Isso nunca aconteceu no Conselho Diretor. Nunca houve detalhamento. Eu gostaria de entender para responder melhor essa pergunta. Se me entregarem, certamente, passando pelo Deliberativo, não vou nem pestanejar”, garante.
Estádio para 100 mil pessoas
Apesar de saber pouco sobre o projeto atual e pedir que o clube abra para conhecimento dos candidatos, MGM sonha com mais de 100 lugares caso vença as eleições e possa dar sua cara ao estádio, se ainda não tiver projeto entregue.
“100 mil pessoas. Mas eu não sei se o tamanho do estádio vai comportar, eu não sei absolutamente nada, eu não sei o terreno, eu não sei a periferia do terreno, eu gostaria de saber. Inclusive, a própria janela de contratação, se eu fosse o presidente do clube, eu chamaria os concorrentes, a presidência, os postulantes, e abriria, porque muitas coisas vão ficar para a gestão seguinte. Então é justo que a gente participe. É o que eu faria e respeito muito o presidente Landim. Não posso aqui impor nada porque a caneta e a gestão é dele, mas é um pedido”.
Maurício Gomes de Mattos não quer SAF nem para o estádio e nem para o Flamengo
Constantemente se posicionando contra a SAF, MGM se manteve firme no tema. O candidato foi um dos mais de 200 nomes, assim como Zico, a assinar a emenda que dificulta a aprovação da SAF, precisando da resposta afirmativa da maioria dos associados.
Maurício Gomes de Mattos não apoia SAF nem na condição de venda de percentual do clube para auxiliar na construção do estádio. O ex-VP de Embaixadas e Consulados, que deixou o cargo na gestão Landim para se candidatar a presidente, enxerga outros caminhos para viabilizar a construção.
“O que eu vejo para a SAF e para o Flamengo é um ‘não’ absoluto para a SAF. Flamengo tem naming rights, receitas recorrentes de alimentos, mercadorias. Tudo isso pode ser negociado e entrar em uma estrutura de estádio, que você possa fazer sem ter o que muitos clubes hoje se arrependem. Sou contra (a SAF), Flamengo tem tamanho, condição e vai ter investidores querendo ocupar espaços de propaganda no estádio. Mas isso é matéria de estudo, tem que ser com responsabilidade”, avisa Maurício Gomes de Mattos.
Por isso, a concessão do Maracanã segue sendo importante para o Flamengo. Mas MGM faz críticas ao estádio, garantindo que o clube pode gerir o Maraca e o estádio próprio sem problema algum.
“O estádio não aparece pronto e precisamos de um estádio a altura. Mas não é modernizado, a acústica é diferente. Sou a favor do Maracanã, mas muito a favor do estádio próprio. (Tem como gerir os dois) sem sombra de dúvidas. Até porque o Flamengo tem o Vasco, Botafogo, Fluminense, fora os shows que podem acontecer”, explica.
O que já está pensando e estruturando para o modelo de gestão?
“Eu vou ter o Conselho Diretor, que é o Conselho Eleito. Aqui, nós vamos eleger o presidente, e o presidente e o seu vice-presidente vão eleger quem vai estar no quadro de conselho diretor, conselho que o presidente eleito tenha a condição de fazer. Hoje, são 18 vice-presidentes que o presidente indica e coloca. Eu acho que é muito. Nós vamos diminuir esse número. Conselho gestor, seriam os profissionais do clube”.
CEO’s
“Vou trabalhar com dois CEO’s. O CEO do futebol, que vai nomear todos os seus comandados, essa nominação é do CEO do futebol. O Conselho Diretor Eleito vai colocar as metas e fazer as cobranças. Eu não quero vice-presidente do Flamengo em vestiário, em ônibus de jogador, e também não quero no dia a dia. Isso vai ser comandado pelos dois CEO’s, que evidentemente vão ser escolhidos no Conselho de Diretor. Todos os currículos de Diretoria do Flamengo vão ter que ser passados pelo Conselho e aprovados pelo Conselho Diretor. A importância do Conselho Eleito é muito grande para a gestão. Mais do que isso, diretoria, no caso do futebol, não ganha jogo, mas muitas vezes perde o campeonato”, inicia, antes de continuar:
“Não quero perder campeonato. Só quero profissionais Com os profissionais semanalmente, colocando as metodologias aplicadas, explicando quais são as preparações para os campeonatos. Nós temos agora, mais uma vez, o campeonato da nossa vida, que são os campeonatos mundiais. O Flamengo está no próximo. E qual é a sistemática, a metodologia, a programação para esse campeonato? Eu não sei, mas com o Conselho Gestor do Flamengo, tem que passar para o Conselho Diretor, e o Conselho Diretor vai ter como base de apoio o Conselho Consultivo”.
Sobre o Conselho Consultivo
“Esse Conselho Consultivo não é estatutário, mas é uma opção de gestão do presidente do clube e do seu Conselho Diretor. Aqui vão ter núcleos de estudo para que a gente possa somar ao conhecimento do Conselho Diretor. Dessa forma, extremamente profissional, com o auxílio dos sócios, com a contribuição do Conselho Diretor, do Conselho Consultivo, o Conselho Gestor vai fazer o dia a dia operacional do Flamengo. Eu quero os melhores. Quero também trabalhar com plano de cargos e salários de uma forma mais ampla, com condição de crescimento. Quero dar bônus para todos que trabalham no Flamengo, e não só para diretor e gerente, quero plano de saúde integral para os funcionários”, continua, antes de prosseguir:
“Você, melhorando a vida de quem trabalha com você e para você, o Clube de Regatas do Flamengo, você tem operacional mais consistente, mais efetivo e mais conclusivo”.
Instituto Flamengo
“Quero também, Erick, criar instituto. O presidente do Flamengo vai nomear o presidente do Instituto. O presidente do Instituto vai nomear a sua diretoria, todos remunerados. No Estatuto, vai ter a condição do presidente do Flamengo ter a nomeação do presidente do Instituto, está ligado dessa forma para que o Instituto tenha a condição de ter o nome Instituto Rubro-Negro. No Instituto Rubro-Negro, nós vamos botar para dentro profissionais e todas as modalidades de esportes que comporta numa comunidade, esporte olímpico, judô, vôlei, basquete, vai se adequar na comunidade que o Instituto vai estar operando”, começa antes de continuar:
“A forma de captação de recursos para esse Instituto do Flamenco é zero, mas vamos pegar verbas incentivadas. Nós vamos pegar empresas que vão ser parceiras do Instituto, e várias outras parcerias, e aí cruciais, como universidades, escolas técnicas, escolas secunárias, faculdades, e grandes instituições, como a OAB, e outras instituições que vão estar junto do Instituto Flamengo para flexibilizar, inclusive Erick, para quem não performa. Eu tenho cuidado muito grande, porque o futebol brasileiro, o futebol mundial, são os maiores produtores de insucessos, porque o sucesso é para poucos, poucos funilam na condição de sucesso”.
Neurociência e psicologia
“Acho que de 1 a 2% dos jogadores de futebol têm uma condição diferenciada. Os outros ganham abaixo dos dois salários mínimos e muitos não conseguem performar. Performar é não conseguir ser jogador. Com isso, a gente cria a condição de desemprego, de frustrações. E para combater isso aqui, e também para dar uma condição, o Flamengo como todo, no esporte como todo, nós vamos implementar a neurociência do esporte. Erick, essa palavra é mágica, porque isso vários clubes já desenvolvem, mas eu quero multifuncional”, introduz, antes de explicar:
“Quero botar psicólogo, psiquiatra, assistente social e coach. Quero afetar a vida de todos os atletas do clube, de informação e já profissionais, para que a gente tenha a condição de dar mais recursos a ele. Não só no futebol, que a neurociência do esporte é voltada para desenvolvimento melhor no futebol, no esporte ou no basquete, mas também para o alicerce de base, o alicerce familiar. Com esses profissionais, nós vamos atingir também a família dos jovens atletas, dos profissionais e até, Erick, de quem não performa. Junto com o Instituto, eu quero também fazer a verticalização do Flamengo. E para isso, a gente vai ter a verticalização do Flamengo com as Casas Flamengo”, comenta.
Aprofundamento na Casa Flamengo
“Diferente do Instituto, que vai ser tudo com captação de recursos, a Casa Flamengo vai ser licenciamento. Nós vamos fazer uma, e vai ser em Lisboa. Ao invés de montar clube, nós vamos montar CT lá. CT com clube. Você vai poder usufruir, indo à Lisboa, do clube Flamengo com a parte de restaurante, de commerce, de materiais para você adquirir. O Flamengo, na essência, vai estar no exterior. E lá as embaixadas vão poder assistir os jogos”, comenta, antes de diferenciar:
“E vai ter captação também. Isso, na Casa Flamengo, no Instituto, a gente vai fazer essas captações com os funcionários do Instituto, que vão ser ex-jogadores, então está interligado. E se não tiver a Casa Flamengo em qualquer ponto do Brasil, e nós temos 500 embaixadas, nós vamos estar com o Instituto lá, dando apoio às embaixadas. A Casa Flamengo, licenciada, tem a opção de ir para estruturas que serão montadas pelo licenciamento no Brasil e no mundo inteiro. Com essa planificação, e eu estou sintetizando, isso vai estar no meu PDG (Plano de Governo)”.
Verticalização
“E a verticalização, que eu não expliquei: Conselho Diretor, Conselho Consultivo, Conselho Gestor, Instituto, Casa Flamengo e Verticalização. A verticalização é o seguinte, é você ter convênio com vários clubes. Isso não é novidade. Então, só para finalizar essa parte e abrir para você me perguntar, é o Flamengo fazendo a diferença, é o Flamengo tendo plano de gestão que eu vou apresentar no meu PDG. Obrigado, Erick”.
O que queria ter feito no clube que não pôde fazer, que te fez querer vir como candidato?
“Eu sempre vejo que os presidentes, eles acabam gerindo o Flamengo com núcleo muito pequeno. É totalmente o meu oposto de gestão. Tanto na vida, familiar, profissional, eu sempre venci porque soube escutar muito, dividir muito para que eu pudesse fazer elos de corrente bem sólidas. É assim que eu quero gerir o Flamengo. Eu sempre tentei contribuir com o meu máximo fora dos meus contextos. Lá, como eu entrei no Flamengo, eu entrei no Fla-Gávea, que é a prefeitura da Gávea, a administração da Gávea”, conta, antes de esclarecer:
“Consegui fazer algumas coisas na época, mas mais do que isso. Eu vi a necessidade do Flamengo, que estava com problema sério na parte (financeira). O Márcio Braga, inclusive, disse: ‘Acabou o dinheiro’. Eu entrei lá e fui muito feliz renovando as CND’s, CND’s negativas com efeito positivo e com isso eu consegui ajudar muito a gestão do Márcio Braga na parte financeira. Depois, começamos o reenquadramento fiscal do Flamengo na gestão. E a gestão que seguiu, que seguiram as gestões seguintes, elas aproveitaram essa base e hoje o Flamengo conseguiu crescer muito mais. Mas porque houve alicerce, uma ferramenta lá de trás, que eu me orgulho de ter sido uma das pessoas que entregou essa ferramenta ao Flamengo”, diz, mas continua:
“Cansado de tentar colocar para meus pares alguns conceitos, inclusive alguns gestores. Por exemplo, apresentei gestor, hoje é dos um dos maiores gestores do mundo, e na época era factível até a gente fazer uma proposta, e assim não aconteceu. Depois, apresentei e paguei curso de português a gestor estrangeiro e também tentei colocá-lo no futebol do Flamengo, não consegui. E agora eu tenho essa condição de buscar as amizades, as relações que eu fiz no mundo inteiro, que eu tenho”, diz, antes de prosseguir:
Conceito de relacionamento
“Eu não estudei em Harvard, até sei de muitos amigos que fizeram curso superior e se especializaram em Harvard. Mas lá tem um conceito que eu aprendi desde sempre, que 85% do sucesso do ser humano são as suas relações. Eu não faço amigos, eu faço irmãos. Inclusive, eu desafio. Eu entro nessa campanha com todos os amigos, respeitando o espaço de todos eles, e não vou perder nenhum amigo por causa de eleição. Eleição passa e relação tem que ficar. E eu não vou perdê-los. E vou respeitar o voto da maioria, mas espero que o voto da maioria tenha consciência e entenda essa minha planificação e me deixe fazer o Flamengo ainda maior, Flamengo ainda melhor”.
Já existem nomes em mente para formar alianças?
“Eu quero me aliar aos melhores. Eu quero convidar a todos que querem entrar nesse projeto de Flamengo maior, de Flamengo melhor, para vir junto, acreditando que nós podemos fazer. E é ‘nós’ mesmo, porque ninguém faz nada sozinho. Então é isso, eu estou à disposição. Tenho conversado com muitas pessoas que eu considero, sei que vão contribuir e se eles entenderem a minha proposta, a eleição e vai ser facilitada. Se não entenderem, vão continuar meus amigos. Eu vou dizer para eles: ‘Você deixou de acreditar, mas o que eu sonho vai virar realidade”, diz, antes de afirmar:
Pretende ir com a candidatura até o final, ou deixaria à disposição de um candidato em prol da união de toda a oposição?
“Eu vou ser presidente do Flamengo. E não há hipótese de eu largar a candidatura para qualquer outro oponente, mesmo respeitando, mesmo tendo amor pela pessoa que possa vir. Por quê? Porque eu me comprometi. E a minha palavra é uma só. Na primeira na reunião que eu fiz, e até ali eu estava disposto a servir o Flamengo de porteiro a presidente, porque eu não tenho vaidade, ou até tenho, mas não suficiente para suplantar o melhor para o Flamengo. E aí me foi feita uma pergunta. Eu estava com a minha família: ‘Você vai até o final?’ Eu falei em público, está gravado. Vocês têm a minha palavra e minha família de testemunha, eu vou até o final”, explica, antes de prosseguir:
“Na posse desse compromisso, tenho que ser o exemplo para minha família e para os meus amigos. Eu não tenho mais o direito de abrir, de não concorrer. Eu vou até o final e vou lamentar se algumas pessoas não entenderem o meu caminho, não entenderem a minha proposta, gostam e quiserem vir para a disputa. Vou respeitar, mas vou lamentar, porque eu sou uma pessoa de conciliação, uma pessoa de expansão. Quero o melhor para o Flamengo, e todos que têm essa visão de parceria, de união. Tem que vir dentro desse conjunto de ideias que tenho e me ajudar a desenvolvê-las e fazer o Flamengo ainda maior, o Flamengo melhor”.
O que acha de ser um candidato de coalizão da oposição? Está aberto a receber todos os grupos de oposição?
“Para mim, essa palavra não existe, porque todos são de uma mesma linha. Todos remaram comigo desde o início, e eu lembro que no Márcio Braga, minha caneta, como Presidente do Conselho de Administração, ela foi precisa na hora de bancar a Chapa Azul. E ali, estávamos todos juntos. Então, eu não sei, oposição à quê? Ao Flamengo? Não existe isso. Existem bons elementos de todos os lados, que eu sou aglutinador, eu quero os melhores comigo”, eclara, antes de alertar:
“Independente, inclusive, do resultado da eleição, se tiver oponente que não venceu quadro bom, esse vai ser chamado a compor o nosso staff, respeitando sempre as condições e os acordos. Quem eu apertar a mão, sabe que eu vou até o final. A minha palavra, se for dada, ela não tem como não ser cumprida. Então eu vou respeitar a todos, mas eu entendo que o Flamengo não tem oposição e situação no atual momento, e que nem os candidatos que estão aí, todos eles participaram da construção do Flamengo profissional. Se o meu lema é a pacificação, se o meu lema é o profissionalismo, eu tenho que estar com ele até o final e vou estar”.
Do seu vasto networking, sempre comenta muito do Calafat, do Real Madrid. Visitou o clube, assim como Boca e River, na Argentina. O que viu nesses clubes que já assegura que quer trazer ao Flamengo?
“O meu profissional, às vezes eu até acabo por tanto carinho, por amor, falando dos dois, que é o Calafat e o Gustavo Grossi. São pessoas que são os meus professores de profissionalismo de futebol, e eu consulto sempre. Calafat é irmão querido de muitos anos, ele nem sonhava estar no Real Madrid, nós já tínhamos relação. Ele passa o natal na minha casa, o último natal, eu tenho no meu Instagram, que eu convido, depois se vocês puderem botar, eu agradeço. Eu convido para que vocês entrem lá e você vai ver a confraternização na relação familiar, ele cantando. Não sei se está aprovado como cantor, vocês vão avaliar, mas como dirigente, para mim, hoje é um dos melhores dirigentes do mundo”, inicia, antes de contar:
“De dez anos que ele está no clube, o Real Madrid ganhou seis Champions League, e muitas em função da forma de administrar o clube. Ele chegar e dizer para o Cristiano Ronaldo: ‘Ok, abraço, vou trazer o Vini Júnior, o Rodrygo e outros’, cara, tem que ter uma visão de futebol muito completa. E aí muitas vezes, não vê isso no Flamenco. Vê o lado de relacionamento, e aí você estica contrato, você faz uma multa excessiva, você tem lado assim que: ‘Ah, mas se eu não fizer isso, eu não vou trazer o profissional’, eu discordo”, comenta, antes de encerrar:
O que aprendeu na Argentina
“Você tem que ter uma metodologia profissional em cima disso, o técnico, o jogador, tem que se enquadrar. Se você não cobrar, se você não tiver mão firme de gestão, você não consegue ter os melhores resultados. E olha que eu estou falando de time vitorioso, de gestores vitoriosos. Eu não estou aqui desdenhando do presidente atual, nem dos vice-presidentes que fiz parte, porque sei que todos são competentes. Eu estou falando que eu tenho uma gestão diferente. Uma gestão com os melhores modelos que eu fui buscar no mundo. Lá a gente aprende na Argentina, por exemplo, que o futebol é dinâmico, o time pequeno joga para frente, marcação por pressão, marcação no campo do adversário”, comenta, antes de dizer:
“E você sonha com o Flamengo vivendo isso, que hoje, inclusive, faz muito desse tipo de função esportiva. E isso você vê a torcida jogando junto todas as vezes que o Flamengo parte nessa disposição de futebol. Isso tem muito a ver com a parte do futebol argentino, que muito me encanta. Você vê que time pequeno lá, até time pequeno, joga para frente, joga buscando resultado. E esse é o futebol do Flamengo. Retranca, já vi o Flamengo com quatro laterais, já vi o Flamengo com três zagueiros, não é o nosso DNA”, diz, antes de terminar:
DNA Flamengo
“Eu estou aqui para buscar o melhor DNA do Flamengo, que são os alas para frente, que é o time jogando e marcando no campo do adversário. Você vê isso bem agora com o Tite, inclusive ele mudou pouco o conceito dele, mas ele adequou ao que a gente viu com Jorge Jesus e em outros também que passaram por aqui, que tiveram resultado. Então a minha avaliação é ter os melhores scouts, ter os melhores profissionais, sempre, e ser o Flamengo totalmente profissional”, comenta, antes de complementar:
“Você não pode ver uma taça, por exemplo, fora da condição de clube. Nós temos sempre que respeitar o associado, a torcida. Eu quero uma ligação mais forte com as torcidas, quero criar cargo de diretor de torcida, já tem até nome. Eu estou fugindo um pouco do nome do profissional que você está tentando me arrancar para o futebol, mas eu já tenho, entendeu? E brevemente vou até visitá-lo, entendeu? Mas não quero expor, porque evidentemente a gente precisa ganhar a eleição para fazer o convite e tenho certeza que pela relação que eu tenho com esse profissional, ele vem. Então, vai ficar no ar, mas vamos ganhar eleição e vamos trazer os melhores profissionais para o Flamengo”.
Esse profissional seria CEO do futebol?
“O Flamengo vai ter o CEO do futebol, esse CEO do futebol vai nomear todo o scout, preparador físico, técnico, vai avaliar tudo. É óbvio que tudo dando certo, a gente vai respeitar, mas se por acaso estiver nesse caminho, a gente vai saber como atingir em momento certo do presidente do clube agir, mas sempre com orientação profissional, sempre com cunho profissional. Eu costumo dizer que presidente não ganha jogo, mas perde campeonato. Eu quero perder os mínimos campeonatos possíveis e quero ganhar todos os possíveis e impossíveis. Essa é a função de presidente, principalmente, o presidente da maior Nação do mundo, que é o Flamengo”, explica MGM.
Pode abrir se esse profissional seria estrangeiro ou brasileiro?
Estrangeiro. Mas por favor, Erick, daqui a pouco eu estou falando nome! É estrangeiro.
Me vejo na obrigação de perguntar sobre o trato do Flamengo com as famílias das vítimas da Tragédia no Ninho do Urubu. Em dado momento, você chega a assumir o que o Dunshee estava fazendo, tomando as rédeas do contato com os familiares. O que deu errado e o que o Flamengo deveria ter feito nesse tratamento com as famílias, e o que fará de diferente com Maurício presidente?
“Esse é um tema que mexe muito no meu coração, chega a me emocionar, porque eu tive a relação com as famílias. Eu não quero aqui falar do vice-jurídico do Flamengo, nem do presidente do Flamengo, mas cada presidente toca como acha que tem que ser, direcionando e gerindo os problemas. Certamente, eu terei na condição de presidente, muito o que fazer. Não quero entrar no tema em respeito a todos os que participaram. Não sou o julgador de ninguém. Só digo para você o seguinte: o meu lado é o lado do próprio Flamengo, sempre”, inicia, antes de finalizar:
“Não quero dizer que os gestores não fizeram dessa forma. Vou fazer com responsabilidade, mas vou fazer. E o que eu vou fazer, eu acho que não pode estar nessa matéria, nem no contexto eleitoral. Eu preciso ganhar para poder botar em prática as minhas ideias. E como esse é um assunto muito sensível, eu prefiro não responder, mas dizer que eu tenho uma metodologia de agir com o ser humano, e isso eu vou botar em prática na presidência”.
Ideias sociais que possa abrir conosco?
“A FLA-Musical, eu já estou conversando com o Ivo, com o Sandra e outros, para que a gente possa fazer turnês pelo Brasil, pelo mundo, utilizando e difundindo o Flamengo. A própria parte literária, eu já fiz o Encontro Literário, todos os anos, quando tem a festa de embaixadas, eu faço. E eu quero fazer o Flamengo recebendo o museu itinerante junto com essa parte musical, com essa parte de escritores, e eu vou percorrer o Brasil, o mundo inteiro em cima disso”.
Por que continuou na gestão mesmo após a limitação dos sócios Off-Rio, que você se posicionou de forma contrária?
“Nós estamos numa democracia. Você falou sobre SAF, e você me perguntou anteriormente essa se teve alguma reunião no Conselho de Diretor. Teve no deliberativo o presidente falando que era a favor da SAF. E eu sempre me coloquei contra a SAF. Sobre o Off-Rio, eu também naquele momento me coloquei contra. Como nós vivemos uma democracia e foi votado no deliberativo, e se eu tenho o respeito com o estatuto, como eu tenho a bíblia que vai ser o meu estatuto e o meu orçamento, eu tenho que respeitar. E isso é uma conversa que não é para o presidente do clube, é para o presidente do deliberativo. Eu não vou responder porque essa decisão já foi tomada e eu fui voto vencido. Então não quero voltar esse tema porque não vai trazer benefício nenhum”, explica, antes de revelar:
“E por que eu não saí? Porque na vida a gente tem que ocupar o espaço e lutar para que tenham sempre menos feridas e tenham sempre o melhor para o Flamengo. Se eu saio, eu não tenho caneta, se eu saio, eu não tenho voz, se eu saio, eu não poderia ser candidato a presidente do Flamengo. Mas só que nesse assunto, eu não posso fazer mais nada porque já foi deliberado”.
Os sócios Off-Rio deveriam ter direito a voto?
“O que eu entendo é que eu tenho que respeitar o Estatuto. O Estatuto diz hoje que não tem condição de ter direito a voto. É lógico que existe hoje até o Artifício Legal, que o voto à distância é democrático, mas isso não compete ao Conselho de Diretor nem ao Presidente do Clube discutir. Isso compete ao Deliberativo. O presidente do Deliberativo, agora, tem que fazer uma reforma estatutária. E aí, é o presidente do Deliberativo, o Presidente do Executivo tem que colocar as emendas que achar democrático e melhor para o Flamengo, e discutir isso no Deliberativo, não no Executivo. Aqui, nós temos que discutir o que é pertinente à pasta. E isso não é pertinente à pasta, isso vai ser discutido ou já foi discutido e a gente tem que respeitar”.
Após deixar o cargo de VP dos Consulados e Embaixadas, ele continua vago. Landim não nomeou ninguém. Sabe o motivo? Qual a sua preferência para ocupar o cargo?
“Vocês sabem que eu defendo o sistema profissional. Então eu não poderia deixar de criar, de tentar ajudar o profissional da área. E assim eu fiz, eu tentei contribuir em tudo e de todas as formas. Quando eu era convidado para ir a outr estado, eu sempre levei o profissional. Quando fazia o meu banner, eu pedia para incluir o do profissional. Então a minha saída, ela não ficou órfã, porque nós temos profissional gabaritado, profissional, inclusive, que eu tive a honra de preparar, de ensinar e de aprender com ele também, porque é profissional muito qualificado. E eu coloquei ele no Real Madrid, no River Plate, no Boca Juniors”.
Modelo se Sócio-Torcedor que trará ao Flamengo
“No Boca, inclusive, a gente viu a parte de sócio-sorcedor, que é algo que eu vou mexer, que eu vou mudar. A gente tem que ter uma proatividade totalmente diferente. Inclusive, quando o jogo é em outro estado, na Bahia, Florianópolis e outros, o Flamenco tem que comprar carga, o Flamengo tem que botar no sócio-torcedor. O sócio-torcedor tem que ser totalmente transformado”, diz MGM, antes de prosseguir:
“Eu vi agora no Boca Juniors, a La Bombonera tem 45 mil assentos. Eles têm 150 mil sócios-torcedores. Então a parte financeira e a estrutura para conseguir a parte financeira e a parte associativa, com número expressivo, é feito em sentimento, com base em minutagem, em milhagem, em rodizio de jogo. Então, você consegue minimizar o efeito estádio, porque você tem mais sócios do que assentos para acomodar. É projeto totalmente inclusivo, de várias condições, de você dar também alternativas fora do futebol, para quem mora fora, para quem não vai ao estádio. Isso o Boca e o River fizeram, e eu tenho toda essa planificação e junto com o Conselho Consultivo, junto com os meus pares, nós vamos trabalhar para ter programa sócio-torcedor ainda melhor, com mais lucratividade, com maior e com mais inclusão ao clube”.
Planeja trazer a ideia e ter mais sócios que lugares no estádio?
“Com certeza. E eu não quero o sócio Off-Rio, o sócio-torcedor, dentro do clube. É exatamente para dar a base do sócio que viaja, do torcedor que viaja. Então eu vou para o Pará, eu tenho acolhimento. Eu vou para Manaus, eu tenho acolhimento. Vou para Florianópolis, eu tenho. Eu vou para o campus, eu tenho acolhimento. Quero ganhar o mundo. Aí vem a ideia do Instituto. O Instituto me encanta. Aí vem a ideia da Casa Flamengo, que são complementares, e não se confundem, mas se complementam. E com isso, a gente vai fazer o Flamengo melhor, Flamengo maior”.
O que acha dos seus adversários, Bap e Dunshee?
“Eu gostaria de saber o que eles acham de mim. Eu acho que eu sou o melhor para o Flamengo, por isso eu sou candidato”, brinca Maurício.
Gostaria de fazer mais alguma colocação?
“Quero sim. Vou até o final. Sou o candidato da pacificação e da profissionalização. Saudações Rubro-Negras. Contem comigo, eu quero contar com todos vocês”, finaliza MGM.
Assista à entrevista na íntegra:
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