Neste ano o Flamengo disputará o maior torneio do continente pela 19ª vez, chegando à sua 7ª participação seguida, uma marca inédita que reflete não apenas a regularidade das campanhas rubro-negras em nível nacional nos últimos anos como também o chamado “outro patamar” em que a equipe se encontra, já que recentemente o Flamengo não apenas se tornou presença constante na Libertadores como também se manteve sempre entre os postulantes ao título.
Mas se hoje a equipe rubro-negra sempre inicia a competição continental com status de favorita, o clima não foi sempre esse, com a Libertadores sendo o cenário de diversos traumas que, apesar de exorcizados através das conquistas históricas de 2019 e 2023, jamais vão ser totalmente apagados da memória de quem viveu esses momentos.
Libertadores de 2002
Se hoje o Flamengo tem no seu grupo três vencedores do prêmio “Rei da América”, é tranquilo afirmar que na equipe que entrou em campo para a primeira partida rubro-negra na fase de grupos da Libertadores de 2002, com jogadores como Valnei, Jorginho e Leandro Machado mal dava pra encontrar um visconde do bairro.
O resultado? A pior campanha flamenguista na história da Libertadores, com 4 pontos em 6 partidas, com direito a derrota para a Universidad Católica em pleno Maracanã. Não, não foi uma época fácil para se viver.
Libertadores de 2007
Após uma boa campanha na fase de grupos, vencendo todas as partidas exceto o duelo contra o Real Potosi na altitude, a equipe rubro-negra chegou como favorita para o duelo das oitavas, contra o Defensor Sporting, equipe não tão tradicional do Uruguai.
Mas diante de um cenário em que para alguns ganhar era “obrigação”, o Flamengo mostrou mais uma vez que não gosta de fazer nada obrigado e sofreu, já na primeira partida, um acachapante 3×0. Mesmo com a vitória por 2×0 no Maracanã na partida de volta estávamos mais uma vez fora da Libertadores.
Libertadores de 2008
Se você tem criança pequena por perto, familiar na sala, essa é a hora de pedir pra eles saírem, porque vamos falar de coisa triste, daquele que possivelmente é um dos maiores traumas da história rubro-negra em competições internacionais.
Sim, porque após fazer a segunda melhor campanha geral na primeira fase da Libertadores de 2008, garantindo assim um cruzamento contra uma equipe teoricamente mais fraca, o Flamengo foi até o México e, em pleno Estádio Azteca, sapecou um indiscutível 4×2 no América. Tudo resolvido, certo?
Obviamente não. Isso porque o Flamengo, em clima festivo após conquistar o título carioca daquele ano contra o Botafogo e tratando a partida como uma despedida para Joel Santana, que iria comandar a seleção da África do Sul, forçou a barra no oba-oba e conseguiu realizar a atrocidade de perder por 3×0, numa partida que colocou Cabanas na história rubro-negra e onde aparentemente Papai Joel teria colocado a equipe pra cima após o 2×0 porque não entendeu a regra do gol fora de casa.
Libertadores de 2012
Pense uma competição pensada pro flamenguista sofrer do começo ao fim. Primeiro com a disputa de uma pré-Libertadores contra o famigerado Real Potosí, com a primeira partida na altitude boliviana e a segunda num Engenhão onde a classificação foi garantida apenas com um gol aos 46 minutos.
E depois com uma fase de grupos absolutamente irregular, onde mesmo atropelando na rodada final o líder Lanus fomos eliminados por um gol do Emelec na partida contra o Olímpia aos 48 da segunda etapa, o famigerado gol que Léo Moura escutou pelos fones de ouvido, ao vivo, durante a transmissão da Globo. Não foi bonito, não foi legal.
Libertadores de 2020
Com status de atual campeão após a conquista mágica de 2019, o Flamengo chegou na Libertadores seguinte com um forte elenco, perfil de favorito e o objetivo de fazer história. O que conseguiu, ainda que não com um título, mas sim com a pior derrota já sofrida pela equipe rubro-negra na competição, uma lamentável sapecada de 5×0 em Quito, passo não tão importante na Libertadores (fomos eliminados nas oitavas) mas importantíssimo na caminhada de Domenec Torrent rumo à demissão.
Um terrível flashback de momentos que o torcedor acreditava já ter superado – afinal, é Gabigol e Arrasca, não Walter Minhoca e Leandro Amaral – e que a gente espera nunca mais precisar viver.
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