Durante o último mês, o presidente Rodolfo Landim nomeou Marcos Bodin como vice-presidente de Patrimônio do clube. A ideia é que Bodin se dedique ao projeto do estádio do Flamengo, sendo interlocutor das questões financeiras e auxiliando nas tratativas com as partes interessadas. O MRN entrevistou, de forma exclusiva, o novo executivo, que traz detalhes sobre a próxima fase do projeto.
Para entender melhor as etapas, é preciso saber que a fase 1 já aconteceu, sendo o estudo de viabilidade técnica. O MRN, inclusive, teve acesso ao documento em primeira mão. Os próximos passos foram apresentados ao Conselho Deliberativo, sendo divididos até a fase 4:
➕5 vezes em que o Flamengo esteve perto de construir seu estádio
- Fase 2: Elaboração do conceito de como será o estádio do Flamengo. A duração é de término em outubro, sendo esta, a fase atual.
- Fase 3: Concorrência internacional para projeto arquitetônico do estádio do Flamengo.
- Fase 4: Concorrência para construção do estádio do Flamengo.
Ao MRN, Marcos Bodin deixa claro que o projeto foi idealizado por Landim, mas detalha a Fase 2 do projeto do estádio do Flamengo. O dirigente explica que esse conceito diz respeito ao entendimento do que se precisa ter na funcionalidade do monumento, apontando um caminho a ser seguido.
“Fase 2 é entender exatamente como será o estádio. Que tipo de produtos serão colocados no estádio. O que você quer? Quero uma renda significativa. Então, preciso ter produtos Vip’s, que agreguem serviço também”, inicia Marcos Bodin.
Flamengo quer ganho esportivo em casa própria
Marcos Bodin afirma que o maior interesse ao construir um estádio se dá pela vantagem. O ganho esportivo acontece com os jogadores se sentindo melhores dentro de casa do que fora. Pensando nos torcedores, escolheram o terreno para surtir exatamente esse efeito.
Isso porque é a torcida que empurra o time e capacita o elenco a ir em busca das vitórias. Por isso, a fase é focada em discutir o que se pode fazer para produzir esse ambiente.
“O que vale no Flamengo é a torcida, então faremos o melhor espaço para a torcida. O terreno que foi escolhido é um terreno inclusivo. Tem uma acessibilidade muito boa para a população. É um terreno focado na torcida. A viabilidade do estádio está em alguns serviços e também na torcida. O que é o nosso setor principal, tem alguma forma dos jogadores se sentirem bem ali, ter algum ganho esportivo? É isso que está se desenhando na fase 2”, diz Marcos Bodin.
Ao ser questionado sobre as fases 3 e 4, Bodin prefere focar na próxima fase e dá mais detalhes sobre os próximos passos do Flamengo. O vice de Patrimônio indica que o clube precisa se reunir com os órgãos de segurança para definir exatamente o que pode ser feito e viabilizar o conceito final do estádio.
“Eu posso dar mais detalhes na fase 2. É o momento da gente convidar os órgãos competentes. Bombeiro, polícia, trânsito, e estudar em conjunto. O Flamengo tem interesse em fazer isso, sempre a quatro mãos, com os órgãos. E qualquer decisão do Flamengo vai passar pelo Conselho. A gestão passa pelo Conselho, a gestão trabalha e submete ao Conselho”, completa Marcos Bodin.
Um terço do estádio do Flamengo será popular
Já se sabe que o mínimo de capacidade, segundo o edital, é da construção do estádio do Flamengo para 70 mil pessoas. No entanto, essa capacidade pode ser maior, e a ideia é ter 80 mil lugares disponíveis. Perguntado sobre os setores populares, Marcos Bodin explica que pelo menos um terço das arquibancadas serão populares.
“A premissa começa com o setor da torcida. Próprio Landim já falou de ter 15 mil de um lado, 9 mil do outro, o gol bem popular. 9 mil atrás do outro gol. Tudo focado na torcida do Flamengo. Se você fala de 70 a 80 mil, um terço do estádio, com certeza, é popular”, garante, antes de responder se a inauguração pode sair antes do estipulado, que foi no aniversário de 134 anos do clube, em novembro de 2029:
“Eu te diria que a data de 2029 está muito boa. Antes, só se você tivesse um fluxo financeiro muito forte. 29 estou mais confortável para te falar de data, não mexeria na data não”, declara Bodin.
Marcos Bodin comenta fases de concorrência
As fases 3 e 4 são de concorrência arquitetônica e de construção, respectivamente. Bodin dá uma breve explicação, afirmando que basearão os passos dessas fases no que decidirem na fase anterior.
“Fase 3. Claro que é muito interessante ter uma concorrência internacional de arquitetura, mas baseado na fase 2. Aí você vai falar de custo, tem que ser bem definido, para não impactar em uma obra faraônica que você não tem capacidade de fazer”, alerta o vice de Patrimônio do Flamengo.
Questionado sobre a preocupação de acabar tendo que arcar mais do que com os R$ 138 milhões do arremate do terreno por conta do imbróglio com a Caixa na Justiça, Bodin se limitou a dizer que o preço pago é justo, apontando a descontaminação do terreno como um custo adicional.
“Eu acredito que o terreno está no preço justo. É um terreno que tem características negativas e positivas. A própria descontaminação desvaloriza o terreno. Acho que o custo vai ser a descontaminação. O terreno está em um preço justo, está bem na média que os terrenos estavam saindo na região. O ônus é a descontaminação”, comenta.
Por fim, Marcos Bodin concorda que “não é confortável ter um imbróglio”, mas classifica o problema com a Caixa Econômica federal como “resolvível”.
A petição da Caixa
O MRN teve acesso à petição da CEF, que tenta impedir a posse do Flamengo no terreno do Gasômetro. A tentativa se dá sob a alegação de que os políticos utilizaram camisas do clube no leilão, classificando a realização do evento como uma tentativa de viabilizar o terreno ao clube pagando menos do que a Caixa queria receber.
“Conforme noticiado em todos os veículos de imprensa, apenas o Clube de Regatas do Flamengo compareceu ao leilão, acompanhado de políticos vestindo camisetas do referido clube de futebol, torcedores felizes e cantantes. Uma verdadeira festa! Festa essa, infelizmente, realizada em detrimento do patrimônio alheio, no caso, do FIIPM, que tem como único cotista o FGTS. Ou seja, ao fim e ao cabo, uma festa com o patrimônio público de todos os trabalhadores brasileiros”, acusou a Caixa no documento.
O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) já contra-atacou as alegações, afirmando que o Flamengo compra o terreno em cash, sem uso de dinheiro público e lembra que a revitalização do Porto Maravilha, onde o estádio será construído, ajudou o FGTS com lucro extra de R$ 6,5 bilhões.
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