Gabigol está vivendo seus últimos momentos como jogador do Flamengo e, o que parecia o casamento perfeito, caminha para terminar de forma muito conturbada. Volta atrás em acordo de renovação, suspeita de fraude no doping, foto com camisa do Corinthians, suposta indisciplina e recorrentes afastamentos marcam a “novela” entre clube e jogador em 2024. Episódios que expõem a falta de profissionalismo no futebol rubro-negro, segundo os jornalistas Martín Fernández e Gilmar Ferreira.
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Gilmar entende que Gabigol não deveria chegar ao final do ano com situação indefinida, com dirigentes que não queriam cravar a saída ou a renovação. Isso porque a não definição criou cenário onde o atleta poderia brilhar novamente, o que colocaria a torcida contra a diretoria, mesmo em ano de polêmicas e má fase. Justamente o que aconteceu com os dois gols na final da Copa do Brasil.
➕ Marcos Braz fala sobre saída de Gabigol do Flamengo
“Mais um erro por não ter um profissional na gestão do futebol. Se tem um profissional, isso estaria sendo tratado desde lá de trás. Faço uma pergunta. Imagina, neste momento, o Gabriel passa a fazer um gol por jogo? Olha a situação que a diretoria se meteu. Ele disse que não fica. Se ele faz um gol por partida até o fim, como ficaria a diretoria nesse sentido? A torcida se manifestando jogo a jogo. Acredita que o Landim presidente do clube ficaria confortável sendo hostilizado (às vésperas de eleição)”, disse Gilmar Ferreira no programa ‘Redação SporTV’.
Martín Fernández entrou no debate e questionou o trabalho de Marcos Braz. O comentarista lembrou a agressão do vice de futebol a um torcedor, em 2023, e o fato do dirigente ter convocado um coletiva no Ninho do Urubu para mentir sobre o caso.
Ele entende que a situação foi mais um exemplo da falta de profissionalismo e ajuda a explicar o motivo para o Fla não ter um projeto esportivo claro. Isso resulta em um clube que fica “refém” de reações da torcida, possível reação nas eleições e mais situações que vão além do futebol.
“Quem toma essas decisões no Flamengo hoje é o Marcos Braz, vice de futebol. Há uns meses ele se envolveu em uma confusão com torcedor no shopping e convocou uma coletiva no Ninho onde disse 3 coisas: ‘Acreditem em mim’, ‘Eu vou até o final e ‘Eu fui agredido’. Não foi até o final, não foi agredido e pediu desculpa. Então assim, esse é o profissional que toma as decisões esportivas do Flamengo. Por esse episódio, a gente fica sabendo como é dificil. As dificuldades para o projeto esportivo andar. Quando não tem um projeto claro, fica a mercê dessas coisas: arquibancada, eleição, Gabigol, reação da torcida. Ele negocia com um jogador e o presidente diz que não quer assim. O que aconteceu entre o apertar de mão do Marcos Braz com a família do Gabriel e o Landim não aceitar?”
O Flamengo divulgou nota, nesta terça-feira (12), para comunicar que Gabigol está afastado do jogo desta quarta. Comunicado que garante decisão para manter “harmonia” do elenco e cita Filipe Luís. Posteriormente, jornalista publicaram que o atleta teria desrespeitado o treinador ao ser substituído contra o Atlético-MG.
Já Gabriel nega todas as alegações de indisciplina e se manifestou afirmando que foi uma decisão unilateral da diretoria e vai ao Maracanã assistir ao jogo com a torcida.
A expectativa é que entrevista de Filipe Luís antes ou depois da bola rolar esclareça os reais motivos para o asfaltamento de Gabriel, seja briga com a diretoria ou confirme o caso de indisciplina.
Marcelo Barreto aponta impacto na eleição do Flamengo
Diante da incerteza sobre os motivos que levaram Gabigol a ser afastado, o apresentador Marcelo Barreto levantou a possibilidade da diretoria estar incomodada com o possível reação negativa nas urnas pela saída de Gabigol. Assim, ainda que reforce ser só uma especulação, entende que o período eleitoral teve alguma influência no afastamento.
“Se irritou com a repercussão do Gabigol. Em que a entrevista do Gabriel atinge o Flamengo? Fala sobre o jogador, pode ter sido egocêntrico, se achado maior que a instituição, são avaliações sobre o Gabigol. O que achamos do Gabigol. Mas em que isso afeta o Flamengo? Nada, o time foi campeão, estava nos jornais do dia seguinte. Aí aparece a ponderação: afeta eleitoralmente. É uma entrevista de um ídolo, um cara que mais gols que o Zico em finais de Libertadores, dizendo que foi prejudicado pela atual diretoria. (…) Não sei quantos votos isso vai mudar, mas que isso entra para o bolo de cultura do processo eleitoral é certeza. Pode ser uma decisão de uma diretoria que está preocupada com a eleição, não podemos descartar isso. Não dá para cravar, mas dizer que não tem ligação não dá.”
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