Pela primeira vez desde 2018, o Flamengo termina uma temporada sem conquistar nenhum título. Só que o fracasso nesta temporada custou muito mais caro. Literalmente.
O MRN teve acesso a números apresentados ao Conselho Deliberativo em uma reunião do início da semana passada, detalhando a execução do orçamento do Flamengo nos três primeiros trimestres de 2023. A apresentação projetou que a folha salarial do futebol rubro-negro representará um gasto anualizado de R$ 435 milhões.
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Entre janeiro e novembro, já foram gastos R$ 326 milhões contra R$ 252 milhões do mesmo período de 2022. Como destacado na apresentação, os R$ 29 milhões gastos nas rescisões de Vitor Pereira e Jorge Sampaoli “estouraram o orçamento“.
Para mostrar a pujança financeira do Flamengo na gestão Rodolfo Landim, a Comissão de Finanças resolveu comparar o gasto do futebol com o de 2018, último ano da gestão anterior. Coincidentemente, é também o último ano em que o Flamengo terminou o ano sem títulos, num desempenho parecido com o atual.
Se em 2023 o Flamengo foi vice da Copa do Brasil e quarto no Brasileiro, em 2018 o desempenho foi invertido: eliminação na semi na Copa e segundo lugar no Brasileiro. Em ambas as temporadas, o time foi eliminado nas oitavas da Libertadores.
No Carioca, o Flamengo não chegou à final em 2018, o que acabou levando à queda do então diretor de Futebol Rodrigo Caetano. Neste ano, perdeu o título mesmo após abrir vantagem de 2×0 na partida de ida, e demitiu o técnico Vitor Pereira.
Em 2018, Flamengo só tinha quarta maior folha salarial do futebol brasileiro
Portanto, a performance em campo foi praticamente a mesma. Já o investimento é incomparável. Em 2018, a folha salarial do Flamengo foi de R$ 174 milhões, segundo a apresentação. Atualizando os valores pela inflação o valor seria de R$ 228 milhões.
Outra diferença é que, enquanto o valor atual da folha salarial do Flamengo é o maior do Brasil, em 2018 os campeões do Brasileiro e da Copa do Brasil, Palmeiras e Cruzeiro, tinham folhas salariais maiores que a do Flamengo, assim como o Corinthians. O Flamengo tinha a quarta maior folha do país, ou seja, o desempenho em campo, afora o Campeonato Carioca, era adequado ao investimento.
Além dos salários, o Flamengo gastou mais de R$ 200 milhões em reforços em 2023, sendo de longe o clube que mais investiu. As despesas operacionais totais com futebol nos nove primeiros meses do ano chegaram a R$ 671 milhões, R$ 122 milhões acima do gasto no ano passado, quando o Flamengo foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil.
Apesar do enorme fracasso na temporada, o presidente Rodolfo Landim voltou a confirmar nesta semana a permanência do vice-presidente de Futebol, Marcos Braz, que comandará o planejamento da próxima temporada e seguirá conciliando o Flamengo com seu mandato de vereador, no ano em que busca a reeleição.
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