Uma comitiva formada pelo Flamengo e três outros clubes está conduzindo as negociações pela venda de direitos de TV do Campeonato Brasileiro pelos próximos nomes representando todos os times da Série A que integram a Libra.
A informação foi divulgada na semana passada pelo vice-presidente de Comunicação e Marketing do Flamengo, Gustavo Oliveira, em entrevista à Máquina do Esporte.
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“A gente está trabalhando hoje para ter o primeiro processo de liga, que seria a venda dos direitos de TV. Estamos todos unidos, nos reunimos semanalmente, já temos uma equipe contratada para fazer todo o levantamento de dados. Fizemos um grupo de trabalho na área de marketing e direitos, Flamengo, Atlético-MG, Bahia e São Paulo, é um comitê que está levando para os demais presidentes da Libra”, afirmou Gustavo.
Os outros cinco clubes cujos interesses estão sendo representados por esse comitê são Palmeiras, Corinthians, Santos, Bragantino e Grêmio.
“Em termo de torcida você tem quase 70% dos torcedores, mídia social mais de 80%. É um grupo fortíssimo e o mercado está vendo isso. O mercado está entendendo que esse grupo está unido e está buscando o valor que merece ter. Vai ser bom para todo mundo, para os clubes, para os parceiros que vão fazer o negócio conosco e para o futebol brasileiro. Mas estamos abertos para discutir com os demais clubes”, afirmou Gustavo
Flamengo rechaça possibilidade de vender parte dos direitos por 50 anos
Atualmente, os clubes da Libra vem negociando de maneira separada aos clubes da Forte Futebol, que une os outros grandes clubes brasileiros. Esse grupo já fechou contrato com um fundo americano para vender 20% de todos os seus direitos comerciais pelos próximos 50 anos. Gustavo rechaçou a possibilidade de o Flamengo fazer uma negociação semelhante.
“Me preocupam um pouco as notícias que a gente vê que os clubes estão fechando 50 anos de direito. 50 anos, a gente fez um cálculo lá no Flamengo, a eleição é a cada 3 anos, seriam os próximos 18 presidentes. Em 50 anos a gente sabe que esse mercado muda completamente. Está fora da cabeça do Flamengo vender os nossos ativos por tanto tempo e pelos valores indicados”, afirmou o dirigente.
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E continuou: “Se você imagina que compra de 20% dos direitos por 50 anos por R$ 200 milhões, serão R$ 4 milhões por ano, 20%, você multiplica por 5 dá R$ 20 milhões por ano. São valores muito pequenos para esse mundo espetacular do futebol brasileiro. Então essa é a posição do Flamengo, mas estamos trabalhando juntos para a gente poder fazer uma liga, trazer investidores, sem dúvida nenhuma, mas em condições diferentes do que está sendo feito agora”.
De acordo com Gustavo, as negociações de venda de direitos em curso pela Libra se limitam aos direitos de TV, e por um período muito inferior a 50 anos.
“Os clubes da Libra, especialmente os nove clubes, estão negociando os direitos de televisão, isso é uma coisa muito clara. Primeiro é direito de televisão, segundo é por um tempo muito menor, nós estamos falando de três anos, cinco anos, isso está sendo discutido ainda. Estão todos juntos”, afirmou.
Libra contrata publicitário para comandar conversa com TVs
Segundo Gustavo revelou, a Libra contratou o publicitário Silvio Matos, com larga experiência no mercado de negociação de direitos esportivos, para conduzir o processo junto ao grupo de trabalho.
Atualmente, os clubes estão negociando os direitos de TV do Brasileiro pelos próximos anos, com a Globo, atual detentora exclusiva dos direitos, mas também com a Amazon e o SBT. A proposta da Globo estaria na casa de R$ 1 bilhão pelos direitos dos clubes da Libra, podendo chegar a R$ 2 bilhões caso Libra e Forte cheguem a um acordo.
Gustavo Oliveira afirmou que os direitos de pay per view e streaming podem ser incluídos ou não no pacote de venda de direitos, dependendo da oferta das TVs.
Grupo limitado a negociar direitos é versão moderna do Clube dos 13
A admissão de que neste momento inicial a Libra está funcionando apenas como um grupo de negociação de direitos de TV transforma o que era para ser a criação de uma Liga em uma versão atualizada do Clube dos 13.
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Criado em 1987 para organizar o Campeonato Brasileiro daquele ano, o grupo pelas décadas seguintes se transformou basicamente num grupo para negociar os direitos de TV até ser dinamitado em 2011 pela decisão do Corinthians, então presidido por Andrés Sánchez, de negociar sozinho seus direitos de TV, depois seguida pelo Flamengo e os demais clubes.
Enquanto o Clube dos 13 existia, o Flamengo recebia o mesmo valor pelos direitos do que os grandes paulistas e o Vasco. Ao passar a negociar os seus direitos sozinho, o Flamengo, por ter a maior torcida, aumentou seu abismo sobre os demais clubes, com apenas o Corinthians recebendo um valor próximo.
A garantia de que Flamengo e Corinthians não vão perder dinheiro nos primeiros anos da Libra é justamente um dos obstáculos. Isso, aliás, evitou que os clubes da Forte aceitassem integrar o grupo.
O atual contrato do Campeonato Brasileiro vai até o fim do próximo ano. Isso significa que ainda pode demorar um pouco para as atuais negociações do Flamengo e resto da Libra com a TV serem concluídas.
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