Flamengo não sabe onde está placa que homenageia remador morto pela ditadura

O Ministério Público Federal (MPF) convocou o Flamengo a responder sobre a placa desaparecida de Stuart Angel, remador que ganhou memorial na garagem da sede do remo rubro-negra em 2010. Em 2016, com o comitê olímpico dos EUA usando as dependências do clube, foi desmontado e jamais refeito. Acionado na Justiça, o Fla é obrigado a dar respostas.

O Mengão, entretanto, disse não saber onde está a placa. A defesa diz que a atual gestão não teve a ver com o desmanche do memorial, já que só foi assumir em 2019. Além disso, não existem evidências documentadas sobre a homenagem dentro do clube. Por isso, a diretoria estaria de mãos atadas e sem ter como dar informações adicionais e ir em busca da placa perdida.

Leia Mais: Irmã de Stuart Angel cogita que Flamengo tenha jogado placa no lixo

Stuart Angel foi um remador flamenguista que morreu na Base Aérea do Galeão em 1971, em decorrência da ditadura militar. Sua irmã, Hildegard Angel, suspeita que a diretoria rubro-negra tenha jogado a placa no lixo. Isso porque, segundo ela, os mandatários são ‘bolsonaristas’. Ou seja, apoiadores do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que inclusive posou para fotos com o elenco do Mengão na volta do Equador, em 2022, após o tricampeonato da Libertadores.

“Há suspeitas de que a diretoria do Flamengo, controlada por bolsonaristas, a tenha jogado no lixo”, disse a irmã de Stuart sobre a placa que homenageava seu irmão e nunca foi recolocada na sede do remo, após o Ministério dos Direitos Humanos indagar o clube sobre o assunto.

Flamengo se ausentou de homenagem a Stuart Angel

Uma iniciativa aconteceu em 2019, já com a atual gestão no comando do Flamengo, mas foi organizada pelo movimento Flamengo da Gente. O ato aconteceu no mesmo local do memorial de Stuart e iniciaram-se as buscas pela placa. Mas só por parte do movimento.

Sem ajuda do clube e após Ancelmo Gois, jornalista, escrever sobre a homenagem, a direção fez questão de publicar nota se afastando do ato, frisando que não fazia parte do ocorrido e que não entraria em questões políticas. Anos depois, posaram com Jair Bolsonaro.

Siga Erick Viana no Twitter e no Instagram.