As estatísticas mostram que o problema do Flamengo não é que ‘a bola não está entrando’, conforme disseram Gerson e Vitor Pereira. O volante declarou, após derrota para o Vasco por 1 a 0, que não existe problema de comprometimento entre os jogadores ou mesmo uma aversão ao trabalho do técnico português. Tudo está indo bem e o trabalho está sendo feito, segundo o profissional.
“Não adianta ficar aqui se desculpando, é trabalhar quietinho na humildade. A bola não está entrando. Acontece. Daqui a pouco eu vou estar aqui dando entrevista num momento bom”, declarou na zona mista. No entanto, o volante esqueceu de combinar com as estatísticas.
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Os números da métrica de xG (Expected Goal, em inglês), que significa gols esperados, ou expectativa de gols, mostra que não é bem assim. O Flamengo tem apenas um gol não convertido abaixo dessa expectativa. Além disso, o clube está com menos gols esperados desde 2020. Isso significa criar menos chances do que criou durante três temporadas (2020, 2021 e 2022).
A estatística coloca as finalizações em níveis de dificuldade e define a probabilidade do lance ser convertido em gol. Finalizações consideradas difíceis são de fora da área, voleios, bicicletas ou lances plásticos. Gols fáceis geralmente acontecem dentro da área, geralmente sem marcadores ou até mesmo sem goleiro. Nas últimas temporadas, a tabela do InStat, analisada pelo analista tático do MRN Douglas Fortunato, mostra que a média da conversão em 2023 é de 1.70.
Confira a tabela com os números:
Um dos principais fatores que vai contra a aspa de Gerson é a de chances com sucesso, que consiste em chutes, no mínimo, no alvo. Com 1.64 de sucesso, o time mostra muito menos criação do que em outras fases. A média de finalização caiu de 15, em 2021, para 13. Também é a pior média de chutes no gol por partidas, minimizando as chances de balançar as redes.
Analista do MRN analisa dados do Flamengo
Para Douglas Fortunato, é correto dizer que a produção do time caiu muito. Além disso, ele afirma que os dados corroboram com o que o torcedores vêem em campo, apesar de números não traduzirem toda a realidade na maior parte dos casos.
“Os dados corroboram com a percepção de que o Flamengo está produzindo menos esse ano em relação aos outros anos. Tem que tomar muito cuidado, porque muitas das vezes os dados podem se ter percepções interpretativas e não dá para se basear só neles. Mas acho que a percepção geral existe e é corroborada com dados. Dá para afirmar sim que o Flamengo hoje produz menos que o habitual em relação a esse mesmo elenco em outros momentos”, explica, por fim, o analista.
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