Mesmo na final da Copa do Brasil, a temporada de 2023 apresentou um Flamengo com diversos problemas dentro e fora de campo. Nesse sentido, um problema que parecia ter sido resolvido com Dorival Júnior, voltou à tona com Vitor Pereira e Sampaoli: o sistema defensivo do Mais Querido.
Isso porque, neste ano, o Rubro-Negro sofreu com muitos gols e finalizações perdidas. Em muitas ocasiões, o Fla tinha o status de uma das piores defesas da Série A, mesmo figurando entre os quatro primeiros colocados. Somente utilizando o Brasileirão como recorte, por exemplo, o Flamengo cedeu 27 gols, enquanto marcou 36.
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Em contrapartida, o cenário ainda é um pouco confuso para muitos rubro-negros, visto que a zaga de Jorge Sampaoli possui bons números na temporada. Fabrício Bruno e Léo Pereira são destaques no setor, e de acordo com o SofaScore, Léo ainda é o melhor zagueiro do Brasileirão. Além disso, Matheus Cunha é brilhante e, muitas vezes, salvador na meta do Flamengo.
Mas como o Mengo sofre tanto defensivamente com zagueiros e o goleiro Matheus Cunha se destacando? Buscando respostas para esse questionamento, o MRN entrou em contato com analistas para entender mais do assunto. Veja a explicação de cada um:
Irregularidade do Flamengo e a culpa compartilhada
O analista Victor Nicolau inicialmente destacou que, grande parte das finalizações, são oriundas de fora da área. Ou seja, existe uma deficiência grande na proteção da meia-lua do Flamengo. Para Nicolau, esse é um dos grandes problemas no trabalho de Jorge Sampaoli. Em seguida, o analista tático explica que isso é reflexo da irregularidade da equipe.
“Com relação aos gols sofridos, podemos falar sobre o Matheus Cunha especialmente na Libertadores, mas o próprio número de gols sofridos é interpretativo. Caso descontemos os dois jogos de mobilização pífia, diante de Bragantino e Cuiabá, teríamos 7 gols sofridos a menos e seríamos a terceira melhor defesa do Brasileirão. Penso que tudo isso é reflexo da irregularidade do time, que é fruto de uma culpa compartilhada de atletas e técnico. Enquanto uns ‘escolhem jogos’ para ter maior ou menor mobilização, outro acaba mexendo demais pra quem não teve uma pré-temporada para amadurecer a equipe a seus diferentes estilos”, finalizou Victor.
Indecisões alimentam o problema defensivo
Já para o analista Raphael Rabello, alguns aspectos são cruciais para responder essa questão. Primeiramente, a execução do bloco alto da equipe que não funciona e permite que os adversários consigam invadir o campo do Fla com certa facilidade. A pressão pós-perda, assim com as indecisões dos jogadores em campo, acarretam no problema defensivo. Raphael, no entanto, indica que Sampaoli encontrou uma forma de sofrer menos ao escalar dois volantes.
“Por vezes nota-se os atletas em dúvida de quem salta pressão e quem faz a cobertura, como no lance do gol do Lucas do São Paulo, por exemplo. Uma baita indecisão. O fato de muitas vezes o Sampaoli ter optado por Gerson ou Victor Hugo como segundo volante também gerou um impacto, pois ambos têm uma certa dificuldade de correr para trás e de fazer cobertura dos laterais, por exemplo. Desde que ele passou a usar uma estrutura de tripé de meio ou escalou dois volantes, o time ficou mais seguro e sofreu menos”, explicou ao MRN.
Deficiência na proteção das laterais
Douglas Fortunato, por fim, listou alguns pontos cruciais que ajudam a entender o problema na defesa do Flamengo. De acordo com o analista tático, a proteção entrelinhas não funciona bem, já que Jorge Sampaoli utiliza a marcação por zona que pede movimentos específicos para pressionar. Assim, há uma dificuldade do time justamente entre os zagueiros e os volantes na hora de defender. Depois, Fortunato lembra de um velho problema, que não foi solucionado pela diretoria quando teve oportunidade: as laterais do campo.
“O Flamengo se defende de um jeito que precisa muito dos jogadores dos lados, e principalmente no lado do Bruno Henrique que o Fla tem essa dificuldade de fazer essa proteção. O Gerson foi muito escalado ali, não só pela volúpia ofensiva que tem, mas por também cobrir melhor defensivamente esse lado. Pelo lado direito, o Everton Ribeiro entra e tem um pouco de dificuldade pela questão física. E o próprio Wesley, que eventualmente tem problemas na hora das tomadas de decisão que facilita (para os adversários). Ele está evoluindo, mas ainda não é um lateral de alto nível em relação à defesa“.
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