Eu acompanho futebol tem uns 40 anos, e tenho em casa coleções digitais de revistas e jornais esportivos desde 1920. Leio e consulto sempre.
Posso dizer que nunca vi ou li:
- Pedidos para que a Parmalat dividisse seu dinheiro que fez o Palmeiras dos 1990;
- Que o dinheiro do Paulistão fosse dividido com outros estados, para “maior equilíbrio”;
- Projetos para dividir receitas com clubes do interior que tem orçamentos de 100 a 200 vezes menores que os grandes dos Estados;
- Nunca li gente dizendo que ter Pelé e colocar Coutinho era covardia;
- Nunca achei colunas reclamando que o grande Botafogo bicampeão de 61-62 não poderia tirar o Gerson do Flamengo;
- Nunca vi gente pedindo que a contravenção do Rio dividisse por todos seu dinheiro, não só pro Bangu e Botafogo, para fortalecer o campeonato;
- Nunca li pedidos para que cidades e estados pelo país recuperassem terrenos e auxílios concedidos aos clubes para a construção de um monte de estádios, pois no Rio o poder público sempre agiu contra isso e tal situação é injusta com uns e desequilibra a competição;
Leia mais: Interesse de empresa asiática pode ter levado a contrato curto entre Flamengo e BRB
E, finalmente…
- Quando o Flamengo faz contratos estúpidos e erra, como qualquer pessoa na vida erra, ninguém pediu para que a gente tivesse nova chance. Os clubes paulistas limparam o Flamengo nos anos 90 por contratos ruins que fizemos. O Vasco tirou Bebeto da gente por isso. E sobrevivemos.
Tudo culpa do Flamengo
Ninguém dizia pro Vasco devolver o Bebeto, ou pra Parmalat devolver o Zinho e o Djalminha, pro SPFC devolver o Leonardo, pro Corinthians devolver o Marcelinho. Porque você deve pagar por seus erros. Mas hoje parece que tudo isso acabou. Quem planeja mal quer é culpar o Flamengo.
Que sim, fez e faz ótimos contratos. E sim, vive uma era muito boa, graças aos acertos que teve, em múltiplos níveis.
Como tiveram Santos, São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, todos eles. Mas quando é o Flamengo, não pode, não se aguentam, querem sempre virar a mesa pra “equilibrar”.
Marcus Castro é advogado, professor de Direito Administrativo e colunista do MRN. Siga-o no Twitter também.