O valor dos ingressos para a final da Copa do Brasil vem provocando uma grande polêmica. Entretanto, a diretoria do Flamengo vem mantendo silêncio sobre os motivos de ter aumentado tanto os preços em relação à final de 2022.
O MRN, porém, encontrou uma manifestação pública recente do presidente Rodolfo Landim explicando a lógica por trás de cobrar um valor alto por ingressos em jogos importantes.
Leia mais: Só no Pix: torcedores relatam problema em venda de ingressos de final
O raciocínio foi exposto a um conselheiro que indagou o presidente a respeito em uma reunião do Conselho Deliberativo em abril deste ano. A ata da reunião está disponível no site do Flamengo.
Na ocasião, o conselheiro Gilberto de Oliveira Barros fez a seguinte sugestão a Landim:
“Nós tivemos um aumento de receita do matchday (estádio mais sócio-torcedor), estavam orçados por volta de R$ 155 milhões e foram realizados quase R$ 205 milhões, Realizamos mais 30% do que estava orçado. O que eu peço de reflexão é que esse aumento foi demais. Então a gente pode pensar para 2023 talvez o ingresso não ser tão caro. Talvez ter um plano de sócio-torcedor mais em conta, cumprir o que está previsto no orçamento”, disse.
E continuou: “No orçamento de 2023 estão previstos R$ 211 milhões no matchday. Então minha reflexão é que o Conselho Diretor respeite esse valor, dentro do que está orçado. Não precisa aumentar bilheteria, não precisa aumentar receita de sócio-torcedor, porque acaba impactando no bolso do torcedor.”
Barros chegou a sugerir que o clube tente “fazer um ingresso popular no Maracanã, alguma coisa para resgatar esse lado mais humilde da torcida, sem levantar o preço dos ingressos”.
Landim quer maior renda possível para Flamengo e não cambistas
Entretanto, Landim rejeitou a sugestão e esclareceu que o Flamengo, sob seu comando, sempre tentará arrecadar o máximo possível.
“Quando a gente faz um orçamento, se a gente puder superar o orçamento, eu acho que é melhor. Porque sobra mais dinheiro para a gente poder investir, para comprar melhores jogadores, para poder investir melhor na Gávea, prestar melhores serviços para o próprio clube. Então não significa pelo fato de ter ali um nível orçamentário, ter oportunidades de poder realizar mais do que isso é que a gente vai deixar de realizar isso. A gente vai tentar apropriar uma renda maior”, disse.
Em seguida, Landim justificou que cobrar caro pelos ingressos é uma maneira de combater os cambistas, como se fosse impossível coibir a atuação deles de outras maneiras.
“Se a gente pega e baixa, existe uma coisa chamada lei da oferta e da procura. Toda vez que a gente coloca o preço do ingresso muito abaixo do que é o preço real dele, o que acaba acontecendo é que esse ingresso vai para a mão do cambista. O cambista vai acabar vendendo esse ingresso de forma mais cara e esse valor a mais, ao invés de vir para o Flamengo, vai para o bolso do cambista. Então ao invés de entregar para o cambista, a gente prefere que ele fique com o Flamengo mesmo e a gente tendo um resultado melhor e podendo com isso aí melhorar o resultado do clube e poder investir.”
O presidente não respondeu à preocupação do conselheiro sobre um ingresso popular para os torcedores mais humildes.
Siga o MRN no X/Twitter, Threads, BlueSky e no Instagram.
Contribua com a independência do nosso trabalho: seja apoiador.
- Últimas notícias do Flamengo: estádio, Fortaleza e Gerson
- Flamengo coloca mensagem subliminar com provocação ao Vasco em anúncio de projeto do estádio
- Projeto indica propagação de som menor no setor visitante do estádio do Flamengo
- Estádio do Flamengo pode dobrar receita do Maracanã; veja valores
- Saiba como será a setorização do estádio do Flamengo