A torcida do Flamengo sonha com um estádio para chamar de seu há décadas, e o projeto finalmente parece estar próximo de sair do papel. Ao longo dos últimos anos os dirigentes do clubes trabalharam o projeto, e o MRN reuniu os cinco principais sinais que o estádio próprio do Mengão pode se tornar realidade em breve.
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Terreno definido
Em um primeiro momento, o Flamengo avaliou muitos terrenos para a construção de um estádio em diferentes localidades do Rio de Janeiro. O local onde ficava o antigo Gasômetro, na região central da cidade, foi considerado a melhor opção em função da mobilidade.
O terreno fica localizado próximo à estação de metrô Cidade Nova, as estações de trem Praça da Bandeira e São Cristóvão e à Rodoviária Novo Rio A região também irá passar por obras ao longo dos próximos anos para facilitar o acesso via VLT e ônibus. Além disso, fica próximo ao Maracanã e não mudará muito a rotina dos rubro-negros.
O local pertence à Caixa Econômica Federal e o Flamengo aguarda provável troca de comando na instituição para retomar conversas pela cessão do terreno. O presidente Rodolfo Landim contratou profissional oriundo do mercado financeiro para comandar as negociações. O nome desse profissional é mantido em sigilo.
De acordo com informações do portal Metrópoles, o Flamengo projeta que as negociações durem ao menos três anos. A construção do estádio levaria mais dois anos para ser finalizada. Sendo assim, uma projeção otimista para a nova casa do Mengão é para 2028.
Conversas com a Prefeitura do Rio
O Flamengo precisará de autorização do Governo Federal e da Prefeitura do Rio de Janeiro para construir um estádio, algo que já está sendo trabalhado. Um dos mais próximos aliados do prefeito da cidade, Eduardo Paes, o deputado Pedro Paulo costuma se manifestar a favor do projeto e afirmou no último mês que o plano está em andamento.
Aliás, o próprio prefeito já disse concordar com um estádio do Flamengo no terreno do antigo Gasômetro. “O Maracanã tem uma dimensão pública, no sentido amplo, servindo aos quatro grandes clubes (…) então o presidente Landim está absolutamente correto em querer trabalhar para que o clube tenha um estádio para chamar de seu”.
Criação de SAF pode financiar construção de estádio
Um dos modelos debatidos por Landim para financiar a construção do estádio próprio rubro-negro é a criação de uma SAF. No modelo defendido pelo mandatário, o clube iria vender fatia minoritária de suas ações e poderia arrecadar até R$ 1,5 bilhão.
“Se a gente conseguir manter o controle nosso, com um investidor minoritário, claro que a gente vai ter que melhorar a nossa governança de forma a garantir que quem estiver aportando recursos no Flamengo saiba que ele vai ser bem gerido. Se a gente vender 30% do Flamengo, a gente consegue R$ 1,5 bilhão. A gente constrói nosso estádio próprio de graça, tendo 70% das ações do Flamengo, o controle do Flamengo”, disse o presidente durante palestra na Gávea.
Em janeiro, o dirigente concedeu entrevista à ESPN e afirmou que o projeto giraria em torno de R$ 2 bilhões. Vale destacar que a ideia do Mengão é construir estádio com capacidade para ao menos 100 mil pessoas.
Problemas com o Maracanã
Apesar de ser um dos concorrentes para a licitação do Maracanã pelos próximos 20 anos, as incertezas em relação ao estádio contribuem para construção de estádio próprio. Afinal, o clube é prejudicado em campo e financeiramente em função das regras atuais de administração.
O gramado do Maracanã está constantemente em péssimo estado e o principal culpado é o número excessivo de jogos. Afinal, além de jogos dos gestores Flamengo e Fluminense, o Vaco manda alguns jogos no estádio durante o ano.
Isso porque no clube aciona a Justiça para ter o direito de mandar partidas no Maracanã e teve êxito em todas as tentativas. Em 2023, por exemplo, o estádio recebeu a maior quantidade de jogos do pais: 55.
Além disso, os altos custos para realização de uma partida no Maracanã limitam a arrecadação do Flamengo com bilheteria. O clube gerou o maior montante com vendas de ingressos no Brasileirão, por exemplo, mas é apenas o terceiro em ranking de maiores receitas líquidas na temporada.
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Reuniões de dirigentes do Flamengo na Europa
Recentemente, dirigentes do Flamengo viajaram à Europa a fim de realizar reuniões com integrantes do Real Madrid, Bayern de Munique e da Adidas. O objetivo foi entender melhor o modelo da SAF do clube alemão e entender melhor os cenários para um estádio próprio.
O Bayern é um exemplo de clube que abriu capital e se juntou com três empresas: Adidas, Audi e Allianz. Portanto, o clube vendeu ações minoritárias e, as três empresas acumuladas, têm 24,9% das ações. Portanto, os dirigentes mantém o controle do clube apesar da venda de ações.
O modelo agradou ao Flamengo e vai de encontro com as ideias do presidente Rodolfo Landim. Apesar de gerar discordância na oposição, o modelo parece ser a preferência dos atuais dirigentes do clube.