O nome do coronel Mauro Cid certamente é um dos que mais frequentam o noticiário nacional de maneira negativa nos últimos dias. Entretanto, isso não deve bastar para que ele perca a condição de sócio honorário do Flamengo.
Isso porque o estatuto do Flamengo não prevê a possibilidade de que o título, uma vez concedido, seja revogado. Com isso, a possibilidade de excluir Mauro Cid do quadro de sócios passa por um processo de expulsão.
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Entretanto, a prisão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro sob a acusação de fraudar o cartão de vacinação do então presidente e as crescentes suspeitas de que ele tenha operado um esquema de rachadinha no Palácio do Planalto não bastam para abrir um processo de expulsão.
Isso porque o estatuto do Flamengo prevê a expulsão dos sócios apenas em caso de condenação definitiva, sem a possibilidade de recurso, em um processo criminal. Ainda deve levar anos até Mauro Cid atingir esse status.
Diante desse impedimento estatutário, conselheiros da oposição, que chegaram a discutir uma ação dentro do clube para que Cid perdesse o seu título, desistiram de agir, segundo apurou o MRN.
‘Serviços prestados ao Flamengo’
Com isso, ele mantém a condição de sócio honorário do Flamengo. O título foi concedido a ele junto com outros aliados de Bolsonaro em 2020 pela gestão Landim.
O estatuto prevê que o homenageado prefira ter serviços prestados ao Flamengo ou ao esporte nacional para receber o título. A gestão Landim nunca esclareceu publicamente quais seriam os serviços prestados por Mauro Cid.
Ironicamente, o próprio Rodolfo Landim começou sua vida social no Flamengo como sócio honorário. Ele foi homenageado na condição de presidente da BR Distribuidora, então patrocinadora do Flamengo. Anos depois, comprou um título de sócio proprietário e passou a militar na política do clube.
Sócios honorários não podem votar nem participar dos conselhos do clube, mas têm o direito de frequentar regularmente a sede do Flamengo.