No último domingo (18), o ex-jogador do Flamengo, Guilherme Quintino, teve de viver caso de racismo durante compras na loja Zara, no Rio de Janeiro. No BarraShopping, localizado na Barra da Tijuca, seguranças impediram o atual atleta do Volta Redonda de sair do estabelecimento. Além disso, também revelou ser obrigado a mostrar onde estavam peças que havia desistido de comprar.
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Revelado nas categorias de base rubro-negras, o meia chegou a vestir a camisa do Botafogo antes de atuar na cidade de Volta Redonda. Aos 20 anos de idade, Guilherme Quintino atuou desde as primeiras categorias ao sub-20 do Flamengo, saindo em 2021, após oito anos de passagem. Disputando Copinha e Campeonato Carioca Sub-20 nesta temporada, o atleta entrou em campo em somente três oportunidades durante 2023.
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O episódio de racismo com Guilherme Quintino
No momento em que sofreu racismo na loja da Zara, Guilherme revelou que estava com a namorada, Juliana Ferreira. Na ocasião, ambos relataram que separadamente foram para os setores masculino e feminino para escolher roupas. Com isso, os dois chegaram a escolher algumas peças, mas acabaram não levando para casa.
Posteriormente, o casal deixou a sacola em uma arara da loja e foi até a saída. Ao tentarem sair, o segurança impediu Guilherme de seguir seu caminho. Imediatamente, Juliana disse que chegou a questionar a ação, mas o funcionário não a respondeu. Por conta disso, toda a abordagem durou cerca de 40 minutos no local.
Guilherme sofreu pressão
Nesse meio tempo, o ex-jogador do Flamengo vítima de racismo contou que obrigado a seguir acompanhado do segurança até a arara onde havia deixado a bolsa com os itens. Depois disso, o funcionário levou a sacola que a namorada de Guilherme estava utilizando até uma outra funcionária para a verificação dos itens. Além disso, o atleta não hesitou em afirmar que foi questionado pelo interino em diversas vezes.
“‘Cadê a bolsa que estava na sua mão?’ e eu disse: ‘Eu deixei na parte masculina’. E ele enfatizava: ‘Cadê a bolsa? Então me leva até ela’. E eu fui, sem problema nenhum. Ele viu, e aí fiquei em choque, constrangido”, contou Quintino.
“Minha namorada percebeu a situação, pediu uma resposta e começou a gravar o que estava acontecendo, por que queriam a sacola, sendo que eu estava saindo de mãos vazias e não tinha como levar nada”, completou o jogador.
Jogador não perdeu tempo em denunciar
Após o caso de racismo, Guilherme Quintino registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Imagens de câmeras de segurança e a listagem dos funcionários que estavam trabalhando no momento da abordagem já foram solicitadas aos responsáveis. Por isso, A Polícia Civil investiga a denúncia, feita por Guilherme e sua namorada.
“Analisamos que realmente houve um crime de racismo e precisamos acompanhar essas investigações. Temos que averiguar se a Zara tem a característica de manter seus funcionários em uma política discriminatória, principalmente em relação à cor da pele das pessoas que adentram a loja”, afirmou a advogada Letícia Domingos, representante de Guilherme.
O outro lado
Por meio de nota, a loja se manifestou em relação à denúncia do jogador. Confira o texto, na íntegra. “A Zara é uma empresa que não tolera qualquer ato de discriminação e lamenta que o cliente tenha se sentido discriminado em uma de suas lojas. A empresa ressalta que está reforçando todos os processos e políticas de atendimento com as equipes para que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos”.
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