Aporia na filosofia significa a dificuldade racional decorrente da impossibilidade objetiva de obter resposta para uma determinada indagação filosófica. No Flamengo, a grande indagação filosófica, ou seja, aporia, é justamente a busca por uma filosofia de trabalho, ou simplesmente a indiferença para com ela.
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Ora escolhem um treinador que prefere não ter a bola, ora escolhem outro que tem amor pela posse; ora escolhem um do jogo de marcações individuais, ora escolhem outro do jogo posicional; ora um amigo de todos, ora outro de ânimos frios e poucos amigos.
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Aqueles que planejam o futebol do Flamengo não parecem se preocupar em definir uma espinha dorsal de projeto esportivo para seguir, disparam para todos os lados, com dinheiro de sobra para comprar munição.
Não se deve culpar um elenco que prefere compor com um treinador com mais tato para se relacionar num ambiente cheio de egos inflados, como o futebol, mas podemos atrelar o fracasso de um, até bom, treinador que não sabe dialogar com sua equipe.
É a aporia da diretoria refletida no trabalho do seu treinador. O isolamento de que tanto a mídia fala não é somente do técnico. Há quilômetros de arestas entre as pontas do triângulo; gestores, comissões técnicas e jogadores. Não existe diálogo entre diretoria – que já demitiu treinador de madrugada e treinador que ganhou títulos dias antes da demissão – e treinadores.
E, às vezes, como o tempo nos mostra, também não há diálogo entre treinadores e jogadores. No estágio mais radical dessas relações, existem jogadores que não falam com outros. E desse jeito o triângulo parece uma torre, a de Babel. A comunicação é falha, não há português nem portunhol capaz de fazer o futebol do Flamengo se entender.
Se o exemplo vem de cima, o que o torcedor, essa grande massa que preenche esse triângulo pode esperar? Nas derrotas, certamente demissões; nos sucessos, quando o tiro desengendrado acerta o alvo, pelo menos uma foto fumando charuto na hora do título, essa não falta.
Carolina Olídia é formada em Comunicação Social, reside na Bahia e o Flamengo é sua relação mais umbilical.
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