Chegamos a um ponto em que está cada vez mais complicado achar maneiras criativas de dizer o quão brilhante é o cidadão chamado Giorgian Daniel De Arrascaeta Benedetti.
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Craque? Disso chamamos ele praticamente toda semana. Gênio? Talvez não faça jus, já que qualificamos gente como Mozart, Leonardo Da Vinci e Shakespeare e nenhum deles jogava tanta bola assim. Incrível? Mágico? Monstruoso? Brilhante? Excepcional? Magnífico? Esplêndido? Deslumbrante? Lindo? Gostoso? Todos esses adjetivos fazem sentido, alguns deles até já devem ter sido usados pelo narrador Rômulo Mendonça, mas ainda assim parecem pouco, perto do que estamos tendo a oportunidade de ver esse uruguaio fazer.
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Pegue essa noite de sábado, por exemplo. O primeiro tempo havia sido morno, o Flamengo mais uma vez buscava se complicar no Brasileirão e, sempre preocupado com a manutenção dos empregos na imprensa esportiva, fazia sua parte para garantir mais três dias de mesas redondas discutindo se a equipe escolhia ou não em quais jogos correr. E eis que no meio disso tudo, com o time já perdendo por 1×0, entra Arrascaeta.
E primeiro o homem vai e quebra um tabu. Afinal, todos sabem que, ao contrário de outros clubes que para homenagear jogadores aposentam camisas, o Flamengo parece ter decidido, em respeito a grandes cobradores como Zico, Junior e Petkovic, aposentar os gols de falta. Mas Arrasca não quis saber, apenas foi lá, parou, olho e fuzilou a meta adversária, com uma porrada indefensável, que empatou o placar.
Mas ainda era pouco, o homem precisava fazer mais. E esse “fazer mais” envolvia dar um passe indecente para que Wesley, cada vez mais se firmando como solução para a lateral-direita, virasse a partida com um tapa na bola tão enjoado que esgotou por uma semana todos os estoques de dramin e plasil da grande Belo Horizonte.
E não que a partida não tenha tido outros destaques, como algumas belas defesas de Matheus Cunha, a boa atuação do próprio Wesley ou como Fabrício Bruno anulou absolutamente o atacante Hulk, que mais uma vez chamou atenção apenas por reclamar sozinho e isolar bolas, já que não havia nenhuma sobrinha no local. Mas é inegável que, na história da vitória rubro-negra deste fim de semana, foi a presença de Arrasca a razão do nosso final feliz.
Arrascaeta, o meia mágico e santo
Porque é isso que ele faz. Ele é o mágico que tira o coelho da cartola, ele é o cara tão bom que ajuda os outros a se tornarem melhores, ele é o jogador que não se satisfaz com a história que já construiu e segue buscando fazer ainda mais história com a camisa rubro-negra. Se sua parceira ou parceiro falar que quer dar nome bíblico pra criança, pode sim sugerir Arrascaeta. E justificar que é “porque o homem tá aí direto fazendo milagre”.
E que mais esse show de Arrasca sirva pra lembrar um Flamengo, que parecia ter deixado de lado o Brasileirão, que ainda temos muito campeonato pela frente e plenas condições de brigar por todos os títulos esse ano. Mas brigar na bola, não brigar como parece que o preparador físico quis brigar com o Pedro, claro. Sério, o rubro-negro apenas não tem paz nessa vida.
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