O Flamengo passa atualmente por uma de suas piores fases nos últimos anos e entrou ontem no Z-4 do Campeonato Brasileiro. O presidente Rodolfo Landim e sua diretoria, porém, parecem ter outras prioridades.
Ontem à noite, ao mesmo tempo em que o Corinthians jogava e empurrava o Flamengo para a zona de rebaixamento do Brasileiro, Landim participava de uma reunião do Conselho Deliberativo. O MRN conversou com sócios presentes que contaram que o Conselho passou longos minutos discutindo a gramática de um novo item do estatuto.
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Após a votação que manteve o limite de entrada a novos sócios off-Rio no clube, os conselheiros votaram a mudança de vários artigos que regulam as eleições do clube.
Entre eles, dois causaram maior polêmica. Um deles mudava as condições para candidatos concorrerem a presidente do clube. A intenção da alteração era exigir que os candidatos tivessem ao menos cinco anos de vida associativa ininterrupta como sócios proprietários para participar da eleição.
A redação, porém, deixava dúvidas a respeito da condição de elegibilidade. A proposta da comissão era “ser Grande-Benemérito, Benemérito, Emérito ou Proprietário, com cinco anos de vida associativa ininterrupta nesta categoria”.
Landim citou próprio caso em eleições de 2015
A redação ambígua poderia significar que eles teriam que ter cinco anos na respectiva categoria para poder concorrer. O relator da mudança garantiu que o que o texto queria dizer era que eles precisavam ser sócios proprietários a ao menos cinco anos.
O próprio Landim teve que intervir na discussão e contou que, quando concorreu a vice-presidente em 2015, teve sua elegibilidade questionada porque, apesar de ser sócio honorário há anos, tinha adquirido o título de sócio proprietário há poucos meses. Na época ele pôde concorrer. Com a mudança, não poderia.
Após longa discussão, o Conselho aprovou a mudança na emenda com a inclusão da palavra “este” após “proprietário”.
Uso de camisas em eleição causa polêmica e é tirado de pauta
Outra mudança que o Conselho Deliberativo discutiu longamente foi a mudança da identificação das chapas nas eleições. Em vez das cores, elas passarão a usar números. No passado, já houve inclusive disputa judicial pelo uso da Chapa Azul em uma eleição do clube. Com a mudança no estatuto, sorteios vão definir os números.
Os conselheiros, porém, não conseguiram chegar a um consenso sobre outro artigo, que permitia o uso de camisas brancas com o número de cada chapa na campanha eleitoral. Conselheiros apontaram que a emenda não proibia camisas de outras cores – inclusive vermelho e preto, que sempre foram proibidos nas eleições do Flamengo para não haver vinculação das cores do clube a outra chapa.
Além disso, havia o temor de que o número na camisa estivesse destacado nas antigas cores das chapas, o que significaria na prática que a disputa por cores continuaria.
Com a falta de consenso, o presidente do Conselho Deliberativo decidiu retirar o item de pauta. O MRN apurou que conselheiros da oposição ironizaram a polêmica dizendo que eleitores serão obrigados a votar sem camisa.
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