Prefiro um presidente impiedoso que empilhe títulos do que um benevolente que não ganhe nada além de palmas da imprensa
Por José Peralta, do Blog CRFlamenguismo
1- O título é polêmico só para que você clique. Aprendi essa com a Fofox.
2- Vasco da Gama;
3- Esse texto não reflete a opinião do MRN. O Diogo (editor-chefe do MRN) me deixa escrever certas barbaridades porque é legal e sempre me disse que esse blog tem liberdade total.
Dito isso, vamos lá.
Em Hoolingans (2005), Frodo é expulso da universidade de Harvard, onde cursava jornalismo e resolve ir pra Inglaterra passar um tempo com a irmã. Lá ele se envolve com uma torcida organizada liderada por seu concunhado.
Aos poucos ele aprende a trocar socos, fazer bolinhas de sabão e cantar as músicas do West Ham. Com o tempo, ganha a confiança do grupo e tudo vai bem até que descobrem que ele é um jornalista (ou quase isso).
Veja: Landim no Bem, Amigos defende protocolo e retorno do futebol
Aí o pau quebra. Longe de mim defender torcida organizada, mas por que aquela gente não tolera jornalista? Tenho uma certa ideia:
Talvez o jornalista médio seja hipócrita, corporativista e pense ser infalível. Quiçá suponha ter a régua da razão. Possivelmente imagine ser o rei da justiça, o bastião da moralidade.
Ultimamente tem sido impossível acompanhar qualquer programa esportivo – até porque praticamente não tem esporte ao vivo na TV, mas nesta segunda (8) dei uma chance e suportei algumas horas de “Bem, Amigos” para ver o presidente do Flamengo.
Foi ultrajante. Landim foi constrangido de todos os lados. A galerinha prafrentex, que se acha especialista em saúde, economia, política (e futebol, claro) seguiu com seu discursinho raso e presunçoso mesmo na frente do representante do clube.
Leia também: Não precisava entrar no holofote assim
Mas já era esperado. A turminha, movida por pautas ideológicas, vem seguidamente atacando o clube seja pelo motivo que for. O Flamengo não pode treinar com todas as condições de segurança, mas aglomerações pela causa que militam estão permitidas.
Segunda foi a gota d’água. Querem que o Flamengo cuide da saúde, educação, segurança pública, infraestrutura… Ah se tivessem a mesma disposição para cobrar os clubes que operam há anos no vermelho, devem meses de salários e mesmo assim buscam reforços com a cara mais lavada do mundo!
Em 2018 eu não apoiei o Landim, mas graças a Deus ele ganhou. Landim é o Harvey Specter do clube. Ele caga para a opinião pública e faz exatamente o que se espera de quem foi eleito: ganhar e defender a “firma”, não importa a situação.
O clube até tem realizado ações de responsabilidade social, mas a imprensa parece não importar muito. Se não seguir a agenda dos jornalistas, nada feito. Então, com todo respeito, foda-se!
Se for para o bem do clube, quero ver o Landim almoçando com o Bolsonaro e jantando com o Xi Jinping. Se precisar lanchar com o Rodrigo “Botafogo” Maia, que assim o faça.
Eu quero o Flamengo vencedor, sem misericórdia de rivais e pensando apenas em seus interesses. Enquanto Landim agir assim terá meu apoio. A imprensa que se dane. Ela precisa muito mais do Flamengo do que o contrário.
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Não sou a favor da volta do Campeonato Carioca porque, para início de conversa, não sou a favor do Campeonato Carioca, mas o futebol eventualmente tem que continuar. Temos o melhor técnico, o melhor elenco, as finanças mais equilibradas e a melhor estrutura para proteger nossos atletas.
Se os outros não têm o azar é deles. Os rivais que parem de gastar com uma folha que não podem arcar e se virem. 1987 nos ensinou que a união e o bem comum duram até a página 3.
Que Landim siga sendo implacável. Prefiro um presidente impiedoso que empilhe títulos do que um benevolente que não ganhe nada além de palmas da imprensa.
*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Reprodução / SporTV
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As comparações foram interessantes, mas pecam no centro do argumento. Quando se fala em relação ao Harvey Specter e a defesa da firma, há uma enorme confusão sobre o que seria essa defesa.
A defesa de um clube de futebol vai muito além da manutenção de uma carteira de clientes. A defesa de um clube de futebol é unir o campo e bola a um respeito pela história do clube.
O que o Landim defende é o dinheiro do clube e a sua ideologia pessoa. É sempre interessante olhar para os outros e apontar a defesa de qualquer pauta como defesa ideológica e ignorar que qualquer decisão é embasada na bagagem e na ideologia daquela pessoa que a tomou. Landim tem as suas convicções e isso fica bem claro em algumas escolhas e em seu discurso, o problema é que quando a gente concorda com essas convicções a gente tende a desassociar o caráter ideológico delas.
O cerne de todo o problema da comparação entre as posturas do personagem de Suits com a do presidente do Clube de Regatas do Flamengo é que do lado de fora da Gávea não há, como em um escritório de advocacia, uma enorme placa com os nomes de seus associados. Não é “Landim & Dunshee & Baptista” que marca a fachada da sede da Gávea.
Quando Landim decide se colocar a frente de um movimento anticientífico (distorcendo bizarramente as informações pra passar uma falsa segurança) ele está sujeitando o nome do Flamengo à uma mácula histórica.
A verdadeira “defesa da firma”, na realidade em que vivemos, seria o Flamengo se colocar a disposição para ouvir os órgãos especialistas e tomar as devidas medidas para apoiar seus funcionários e suas famílias para que passem por esse desafio sem riscos.
SRN