A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou projeto apresentado pelo Brasil de criar plano mundial contra racismo e discriminação no esporte. A proposta brasileira foi criada em função dos casos de racimos que Vinícius Júnior, revelado pelo Flamengo, sofre na Espanha. A informação é do portal “UOL”.
A proposta do Brasil recomenda que a ONU inicie programas mundiais para erradicar o racismo e discriminação em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Fifa. Além disso, afirma que a entidades deveriam utilizar Olímpiadas e Copas do Mundo como principais vitrines.
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De acordo com o “UOL”, o Brasil se preocupou em não dar a sensação de estar realizando uma acusação contra a Espanha no texto do projeto. Portanto, negociou nos bastidores para que Madri ficasse confortável com as medidas.
Isso porque o Ministério das Relações Exteriores começou a elaborar a proposta após Vini Jr sofrer racismo em estádio do Valencia, em maio. O projeto, assim, inclui a luta ao racismo na agenda da ONU e propõe certificado para clubes que cumprirem requisitos básicos no combate ao preconceito.
Aliás, o caso do ex-presidente da Federação Espanhola, que forçou beijo de jogadora após vencer a Copa Feminina, influenciou para a aprovação da ONU.
“A profunda preocupação com os incidentes passados e recentes de racismo e discriminação no esporte e em eventos esportivos. Nesse contexto, incentivam os órgãos dirigentes esportivos a combater o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância correlata, inclusive por meio de iniciativas antirracismo e do desenvolvimento e aplicação de códigos disciplinares que imponham sanções a esses atos”
Confira as medidas contra racismo e discriminação do projeto:
- Reconhece o compromisso compartilhado com um . mundo de esportes livre de racismo, xenofobia e intolerância, discriminação baseada em religião. Conclama todos os Estados a tomarem todas as medidas necessárias para esse fim;
- Aumentar a responsabilidade por crimes de motivação racial e discriminatório no esporte, e pede aos Estados a tomarem todas as medidas apropriadas para prevenir, combater e abordar de forma resoluta e eficaz todas as manifestações de racismo e discriminação em eventos esportivos. Para garantir que tais atos sejam tratados de forma apropriada para combater a impunidade.
- Combater atos de incitação à discriminação, ódio, hostilidade ou violência em todas as fases dos eventos esportivos e a necessidade de intensificar os esforços em todos os níveis. Incluí políticas, legislação, programas e campanhas em nível local e global.
- Iniciar campanhas nacionais e internacional de conscientização, com governos e federações esportivas nacionais, regionais e internacionais.
- Convida os governos a incluir o tema em seus informes que devem ser apresentados para a ONU sobre a situação de direitos humanos em seus países.
- Incentiva os Estados a compartilharem experiências e melhores práticas no combate a todas as formas de racismo;
- Pede que Grupo de Trabalho Intergovernamental sobre a Implementação Efetiva da Declaração e do Programa de Ação de Durban avalie situação do esportes e racismo.
- Países anfitriões de grandes eventos esportivos, COI, Fifa e outras entidades usem os megaeventos como Copa e Olimpíada para desenvolver medidas concretas para prevenir o racismo.
- Pede que a ONU, Comitê Olímpico Internacional, Fifa e outras associações e federações esportivas internacionais, atuem para desenvolver medidas e programas que criariam um impacto duradouro dos megaeventos esportivos e contribuiriam para a prevenção e erradicação do racismo.
- Propõe que ONU se envolva com os órgãos esportivos internacionais para discutir e adotar medidas para combater o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância no esporte. Incluindo o desenvolvimento e a promoção de códigos de conduta contra o racismo no esporte e de certificados internacionais para clubes e associações esportivas que cooperem com programas destinados a erradicar tais fenômenos.
- Pede que governos, ONU e instituições esportivas implementem iniciativas de base destinadas a combater o racismo e a discriminação.
- Solicita à ONU que organize uma consulta com Estados, associações esportivas, organizações da sociedade civil. Com o intuito de identificar maneiras de fortalecer as ações nacionais de combate ao racismo e à discriminação.
Vini Jr é escolhido líder de comitê inovador criado pela Fifa
Os casos de racismo contra Vini Jr na Espanha, principalmente o último, retomaram a discussão sobre preconceito no esporte em todo o mundo. Assim, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, decidiu criar comitê antirracismo e convidou o ex-Flamengo para liderar.
“Vamos criar um grupo de jogadores em atividade, que se reúnem com a Fifa para propor medidas. Porque nós, como dirigentes, nossa responsabilidade mais importante é dar aos jogadores as melhores jogadores para dar alegria para a gente. Primeiramente temos que ser escutar os jogadores, seus sentimentos e suas propostas. Em seguida, para mim, o que é muito claro é que não há futebol se há racismo. Quando há racismo, temos que parar os jogos”, disse Infantino.
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