“O torcedor do Flamengo pode saber que vou me doar ao máximo”. Com esta frase, Pará começou sua trajetória no Mais Querido, em 2015. Pedido de Vanderlei Luxemburgo, contratado em troca de uma dívida de 15 anos do Grêmio com o Flamengo, o lateral chegou inicialmente para ser uma sombra do Léo Moura. Em um curto período de tempo, ele conseguiu a titularidade no Fla. Hoje, em bela atuação do Flamengo contra o Madureira, o lateral-direito completou 100 jogos com a camisa do Fla. Confira alguns trechos desta história:
Chegada ao Flamengo
Prestes a se tornar o único atleta contratado na gestão de Vanderlei Luxemburgo que ainda está no Flamengo — com a iminente saída de Marcelo Cirino –, Pará não teve vida fácil em sua chegada ao clube. Contratado para suceder Léo Moura, que tinha contrato vencendo no fim do Campeonato Carioca num período já pensando como despedida do clube após dez anos, Pará chegou sob certa desconfiança da torcida. Luxa, porém, era só apoio: “O Pará é um jogador que não dá sustos. Ele vai ser sempre nota 7. O apoio dele é eficiente, a marcação é eficiente” afirmou Luxa à época.
A decisão de Léo Moura de aceitar uma proposta do futebol americano antecipou a promoção de Pará ao time titular. No entanto, ele estava longe de ganhar a vaga em definitivo.
Gol contra no Fla-Flu
Engana-se que pensa que Pará teve vida fácil após a vaga de titular. No primeiro semestre de 2015, o lateral emplacou uma sequência de 29 jogos com a camisa do Fla, com altos e baixos e sempre precisando lutar contra a desconfiança do torcedor. Na quarta-rodada do Campeonato Brasileiro de 2015, em um Fla-Flu, teve uma daquelas atuações para se esquecer. Além de participar de um lance onde o árbitro marcou pênalti contra o Flamengo, ele também fez um gol contra. O Fluminense venceu esta partida por 3 a 2. O início instável fez que o Flamengo aproveitasse a saída de Alecsandro para o Palmeiras para contratar a primeira sombra para o lateral paraense: Aírton, que no entanto nunca foi capaz de ameaçar seriamente a titularidade de Pará.
O Bonde da Stella
Certamente o pior momento do atleta no Flamengo. Pará foi envolvido, ao lado de Éverton, Paulinho, Marcelo Cirino e Alan Patrick, no episódio chamado “Bonde da Stella”. Ao longo do ano, fotos e vídeos do grupo bebendo já tinham vindo à tona, até que se descobriu que, após uma derrota no Campeonato Brasileiro, em uma fase onde o time colecionava derrotas, eles tinham saído à tarde para um churrasco. O Flamengo decidiu afastar os cinco jogadores, e boa parte da torcida queria que eles fossem dispensados.
Os cinco acabaram sendo reintegrados, sendo que Paulinho foi emprestado no início da temporada seguinte ao Santos e não voltou a jogar pelo Flamengo. Atualmente, só Pará, Éverton e Cirino seguem jogando no clube – mas este último pode se transferir para o Internacional a qualquer momento.
Chegada de Rodinei
Com a chegada de Muricy e a posterior contratação de Rodinei, Pará mais uma vez precisou batalhar por sua posição no time titular. Passada a primeira temporada do lateral paraense, sem conseguir conquistar confiança absoluta, a diretoria resolveu apostar em Rodinei, que virou dono da posição, deixando Pará quase três meses sem atuar.
Reviravolta com Zé Ricardo
Parecia o fim, porém uma lesão do titular absoluto da lateral direita abriu brecha, e o lateral-direito soube aproveitar a chance que teve. Com a chegada de Zé Ricardo e uma sequência de boas atuações, e 6 assistências ao longo do Campeonato Brasileiro, Pará retornou ao time titular. Além disso, o camisa 21 também conseguiu um fato raro: reconquistar a torcida do Flamengo. Ele superou toda a desconfiança de 2016 e apagou definitivamente o episódio do “Bonde da Stella”.
O presidente Eduardo Bandeira de Mello foi outro que ficou satisfeito com o desempenho do lateral-direito.
– Para mim não é surpresa nenhuma, o Pará sempre foi considerado um excelente lateral, aliás o Flamengo está muito bem servido de laterais-direitos. Além do Pará, temos o Rodinei, o Thiago Ennes (emprestado para o União da Ilha da Madeira), o Klebinho, o Wesley (os últimos dois da base) e eu no sub-70, que sou um lateral-direito razoável. Na realidade, eu sempre defendi porque, para mim, “vestiu rubro-negro, não tem pra ninguém”. Mas é claro que o fato de ele ter sido perseguido por parte da imprensa, por alguns setores, me fazia defendê-lo ainda mais. Eu não gosto de injustiça – afirmou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
Ano de conquistas
Em toda sua jornada no Mais Querido, Pará encontrou pelo caminho vaias, desconfiança e também o banco de reservas. Mas nunca se abateu com as dificuldades e vê neste terceiro início de temporada no Flamengo a chance de começar a colher frutos após anos de insistência.
– É trabalho, não tem outra questão a não ser trabalhar, vir aqui no CT, se dedicar bastante, sair de casa de cabeça erguida, vir lá falar: vou vencer. E isso aconteceu. Prefiro até não falar tanto do meu início, pensar no momento atual e continuar trabalhando com meus companheiros. Até nos meus momentos de adversidade eu sempre procurei manter a tranquilidade, a cabeça boa, e conversando com os familiares eu dizia que ia dar a volta por cima, conquistar a confiança do torcedor e da diretoria que me trouxe para cá. Eu fico feliz de estar colhendo os frutos – disse o lateral sobre sua volta por cima numa entrevista recente.
Números
Em seu centésimo jogo, Pará é o sexto jogador com mais atuações pelo Flamengo no atual elenco. Com apenas três gols em toda sua passagem, o camisa 21 esteve em 55 vitórias, 20 empates e 25 derrotas. O lateral ainda não conquistou títulos pelo Flamengo, mas prometeu mudar essa história nesta temporada
– É um ano que a gente precisa dar mais de cada um da gente, porque a gente precisa conquistar títulos, e eu tenho certeza que a gente vai conquistar – disse ele na sua última entrevista coletiva.
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