João Luis Jr: Precisou de um soco, mas o Flamengo parece ter acordado

Dizer que na noite dessa quarta-feira (16) o Flamengo “jogou bem” seria ao mesmo tempo um exagero, uma desonestidade e até mesmo uma ofensa com o futebol que sabemos que esse time é capaz de praticar.

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A equipe rubro-negra teve grandes dificuldades para se organizar e cometeu diversos erros bobos. Além disso, em ao menos duas oportunidades, foi salva pelo goleiro Matheus Cunha, que dessa vez não pulou em slow-motion.

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Não dá pra falar que tivemos grande evolução tática, quem garantir que quer ver o Flamengo sempre assim é maluco. Em diversos momentos fomos acuados e pressionados dentro de um Maracanã lotado.

Mas não dá pra negar que, por mais improvável e absurdo que possa parecer, nessa partida da Copa do Brasil contra o Grêmio, a equipe rubro-negra parece ter, finalmente, voltado a sentir vontade de jogar bola.

É impossível garantir quais foram as razões, claro. Houve um pacto dentro do elenco pela classificação? A conversa de Sampaoli com as lideranças surtiu efeito? Gerson ameaçou fraturar o nariz de todo mundo que não se esforçasse? A verdade é que, seja qual for a razão, foi visível a diferença de postura entre o Flamengo de hoje e o das últimas partidas.

Porque ainda que num clima de bagunça, com diversos jogadores bem abaixo do que se espera deles tecnicamente, uma coisa é impossível negar. Na vitória por 1×0 sobre o Grêmio, o Flamengo finalmente voltou a parecer interessado na partida. Zagueiros davam combate, meias buscavam opções, atacantes tentavam se deslocar.

Tudo de maneira um tanto quanto desordenada? Sim, mas entre um caos preguiçoso e uma desorganização bem disposta, com certeza a segunda opção tende a vencer mais vezes.

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E foi isso que aconteceu, com o placar de 1×0 talvez não traduzindo o número de chances criadas, com um Grêmio que chutou bem mais vezes ao gol, mas refletindo o esforço e dedicação de uma equipe rubro-negra que parece ter finalmente acordado, nem que seja na base do soco no nariz.

Qual será o futuro do Flamengo?

O que pode acontecer daqui em diante, obviamente, ninguém pode prever. O Flamengo de Sampaoli é uma das equipes mais irregulares do Brasil hoje, e quando você soma a isso o clima de tensão na Gávea, absolutamente todas as possibilidade parecem abertas.

Essa vitória pode simbolizar um pacto entre elenco e comissão técnica, levando não apenas ao título da Copa do Brasil como também a uma arrancada no Brasileirão? É possível, claro. Na próxima partida podemos tomar 3×0 do Coritiba no Couto Pereira e na volta pro Rio o zagueiro Fabrício Bruno pode atirar em Ayrton Lucas com uma arma de chumbinho enquanto o preparador de goleiros morde o joelho de Gabigol? Possível também.

Porque a verdade é que estamos diante de um Flamengo confuso, aleatório, que pode ou não ter feito as pazes com um treinador que ainda não disse a que veio, sob o comando de uma diretoria que sinaliza todo dia que não entende nada de futebol. Ou seja, qualquer coisa pode acontecer.

Mas vamos apenas torcer pra que, seja o que for que o futuro reserve ao Flamengo nessa temporada, sejam conquistas ou derrotas, elas ao menos sejam encaradas com a mesma seriedade que o jogo dessa quarta-feira.

Só isso já ajudaria muito.

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