O Flamengo levantou a taça da Libertadiores da América em 28 de outubro de 2022. Desde então, é seguro dizer, que o clube se enrolou em uma série de erros em todos os setores do departamento de futebol. O resultado são duas derrotas nas três taças disputadas no início de 2023.
Resta a Recopa Sul-americana, em 21 e 28 de fevereiro, contra o Independiente Del Valle. Será que ainda dá tempo de corrigir a rota? Um breve exame dos últimos três meses do Flamengo aponta as causas dos dois fracassos na Supercopa do Brasiol e no Mundial de Clubes. Vamos listá-los.
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1. Quase 60 dias de férias
O Flamengo tinha três competições importantes antes do fim de fevereiro, mas a diretoria achou que não teria problema dar férias prolongadas ao time. Se contarmos que o último jogo a sério foi justamente a final da Libertadores, em 28 de outubro, o time só voltou a treinar de verdade em 26 de dezembro. O primeiro treino com bola com Vitor Pereira aconteceu apenas em 2 de janeiro. Simplesmente não deu tempo de entrar em forma física e técnica, mas também ganhar uma noção tática.
2. Troca de técnico campeão por uma grife
Dorival Júnior terminou 2022 com duas taças na sacola. Os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil o qualificavam a fazer um 2023 tranquilo. Mas não. Primeiro veio a demora em renovar com o técnico; em seguida, os rumores sobre Vitor Pereira.
Como quase sempre, a diretoria fez tudo da pior forma possível. Dorival ficou sabendo que não ficaria pela mídia. Vitor Pereira chegou após mentir sobre sua saída do Cortinthians. Parecia que não ia dar certo. Não está dando.
3. Contratações equivocadas
Erick Pulgar, Marinho, Varela, Vidal, Pablo, Cebolinha, mas até Gerson. O Flamengo não tem contratado bem. Dos últimos nomes que chegaram, pode-se dizer que apenas Ayrton Lucas confirmou a fama de jogador importante.
Os demais contratados não retribuíram o dinheiro investido pelo clube. Sendo assim, quando tem que olhar para o banco, Vitor Pereira fica sem opções para mudar o time. O menino Matheus França, da base, é quem tem mais ajudado.
4. Vendas apressadas no Flamengo
Do mesmo jeito que compra mal, o Flamengo parece ansioso em se livrar de bons jogadores ou de peças sem substituição no elenco. O caso mais grave foi o do volante João Gomes, vendido ao Wolverhampton por R$ 104 milhões. O valor agradou, mas o Flamengo poderia ter esperado até a janela de meio de ano.
Da mesma forma, o lateral Rodinei está fazendo muita falta. Mesmo que não fosse um primor na marcação, dava mais opção na frente e tinha mais energia para combater quando o time não tem a bola em relação a Matheuzinho e Varela. E o Flamengo simplesmente se negou a renovar o contrato do lateral.
5. Carências ignoradas no Flamengo
Considerado o melhor elenco do Brasil, o Flamengo segue cheio de lacunas no grupo de jogadores. Só tem um goleiro de nível. Não tem um lateral direito confiável. Não tem reserva para Pedro. Não tem substituto para Arrascaeta. Com a saída de João Gomes, não tem um volante de perseguição. Todos são problemas que se avolumam e cobram seus preços nos momentos decisivos. Dorival Júnior tinha conseguido achar um antídioto com a sua simplicidade, mas a grife falou mais alto.