O ano era 2006, uma outra Era, se comparada aos dias de bonança atuais. O Flamengo de Ney Franco venceu o arquirrival Vasco na Copa do Brasil de maneira épica, em uma final cheia de emoções, choro e drama.
Para quem não lembra, esta foi uma taça bastante atípica, conquistada pelo Mais Querido a exatos 16 anos. O treinador do Flamengo era Waldemar Lemos, o Senhor Waldemar, protagonista de um dos maiores memes da internet brasileira.
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Waldemar tinha o grupo na mão, e foi surpreendentemente demitido após um bom desempenho no mata-mata. Ney Franco, treinador sensação do Ipatinga, assumiu o time, mesmo depois de ter sido eliminado pelo Flamengo de Lemos nas semifinais.
O destaque maior desse elenco era o meia/volante Jônatas, que ganhava espaço no time titular com passes longos e bastante precisos. Ele infelizmente teve um auge curto, sendo associado a uma certa indolência, que não era injusta. Apesar disso, ele era o capitão da equipe.
Esse também era o time do talismã Obina, que fez um gol no jogo de ida, o artilheiro Luizão, já em fase decadente mas ainda com grande faro de gol.
Também estavam os laterais/alas Léo Moura e Juan, além do ídolo Renato Abreu, dono de uma canhota potente, um símbolo da garra e raça do time, que batia muitas faltas.
O time base que venceu a final foi Diego no gol, zaga formada por Renato Silva (ou Renato Goiano), Fernando e Rodrigo Arroz. No meio Leonardo Moura, Jônatas, Toró, Renato Abreu, Renato Augusto e Juan. No ataque Luizão, o time jogou num 3-6-1, para garantir o resultado, já que ganhou por 2 a 0 na ida.
A República do Pão de Queijo
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Apesar da campanha vitoriosa, o trabalho de Ney Franco foi bastante contestável. Quando ele assumiu o time, tudo estava encaminhado para resultar no bicampeonato, já que Lemos vinha fazendo um trabalho bastante digno.
Ney vinha de sua segunda passagem por time profissional, até então havia trabalhado nas categorias de base do Atlético Mineiro, e comandava o Ipatinga de 2004 a 2006. O técnico era discreto, parecia tímido, mas tinha uma veia artística.
As redes de televisão fizeram MUITAS matérias sobre seu lado cantor, inclusive na “bela” música Tava na Beira do Caos.
Dentro de campo, nem tudo foi tranquilidade. Durante o ano de 2006, o time se reforçou com atletas do Ipatinga, desde jogadores mais úteis, como Paulinho “Makelele”, até o “craque” Walter Minhoca, que inclusive ostentou a camisa 10.
Também vieram os volantes Jailton e Léo Medeiros, o atacante Diego Silva, que jamais se firmou.
Ney Franco seguiu no Flamengo no ano seguinte, mas não teve vida longa. Foi eliminado da Libertadores, mas só foi demitido após ir mal no Brasileiro. Depois, foi ao Atlético Paranaense, substituindo o delegado Antônio Lopes.
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Outra época
Vale lembra que o torneio era mais curto, indo de fevereiro a julho. Eram 64 times apenas e as equipes que participavam da Taça Libertadores não podiam participar devido ao conflito de datas.
Em 2006 ainda teve uma parada por conta da Copa do Mundo, na Alemanha, por causa disso o calendário nacional teve que ser encurtado, tal qual ocorre agora em 2022.
Flamengo na Copa do Brasil 2006: a final
O Vasco na época era treinado por Renato Gaúcho, e tinha um elenco repleto de bons jogadores. Isso porque na defesa, o lateral direito Wagner Diniz vinha em um momento bom, tinha como volante Andrade, um jogador de boa precisão em bolas paradas.
No entanto, a criação vinha a cargo de Ramon Menezes, já veterano, e da promessa Morais que na época, parecia rivalizar com Renato Augusto como futuro para a camisa 10 do Brasil. Acabou que Morais não vingou tanto e Renato foi recuando com o tempo.
Edilson era então o principal atacante vascaíno, mesmo que não viesse em boa fase. Seu companheiro de ataque foi Valdir Papel, o folclórico atacante, que tinha poucas oportunidades de entrar.
Aliás, Valdir conseguiu o feito de ser expulso com 16 minutos, e ao sair do gramado, foi empurrado por Portaluppi, em um momento de claro destempero do comandante.
A campanha do Flamengo na Copa do Brasil 2006
1ª Fase
22/02 – ASA 1×1 Flamengo
08/03 – Flamengo 2×1 ASA
2ª Fase
22/03 – ABC 0x1 Flamengo
05/04 – Flamengo 4×0 ABC
Oitavas-de-Final
12/04 – Flamengo 5×1 Guarani
19/04 – Guarani 1×0 Flamengo
Quartas-de-Final
26/04 – Flamengo 4×1 Atlético-MG
03/05 – Atlético-MG 0x0 Flamengo
Semifinais
10/05 – Ipatinga 1×1 Flamengo
18/05 – Flamengo 2×1 Ipatinga
Finais
19/07 – Flamengo 2×0 Vasco
26/07 – Vasco 0x1 Flamengo
Comemoração
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E o Flamengo, após dezesseis anos, finalmente venceu a Copa do Brasil, e contra um time do mesmo estado, fato inédito até então.
Além disso, a equipe contou demais com a estrela do atacante Obina, sendo superior em ambos os certames. Enfim, uma final de conquista suada, chorada, que deve sempre ser rememorada, inesquecível para quem viveu, e digna de nota para quem não estava lá.
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