Pedro viveu altos e baixos em 2022, mas termina vivendo o melhor ano de sua vida. O jogador está prestes a jogar sua primeira Copa do Mundo vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Mas para chegar nesse momento, o atacante passou por momentos difíceis na temporada e começou com poucas oportunidades.
Antes de Dorival Júnior, o português Paulo Sousa dirigiu o time, mas deu poucos minutos ao atleta. Quando entrou, Pedro não conseguiu corresponder sob o comando do estrangeiro. Todos sabiam do potencial do artilheiro e com as poucas chances e o longo tempo que o atleta estava no banco flamenguista, começou a surgir um movimento de jornalistas e influenciadores opinando que o camisa 21 deveria deixar a equipe, principalmente com o interesse do Palmeiras, que buscava um centroavante.
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Com Bruno Henrique e Gabigol, Pedro dificilmente seria titular e na opinião de parte da imprensa, o jogador deveria pensar em sua carreira e deixar o time do coração. Mas o atacante mostraria que eles estavam enganados. O jogador chegou a ficar em um longo jejum de mais de dois meses sem marcar, mas a vinda de Dorival Júnior mudaria tudo
Dorival Júnior impulsiona ano de Pedro
O técnico chegou melhorando o rendimento da equipe, que teve a virada de chave na classificação contra o Atlético-MG, nas oitavas de final da Copa do Brasil. Após perder por 2 a 1 fora de casa, o time venceu por 2 a 0 no Maracanã e despachou o atual campeão. A confiança aumentou e o time arrancou nas copas para conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores, com Pedro se destacando. Nas oitavas do torneio continental, quando o Rubro-Negro venceu por 7 a 1, Pedro balançou as redes quatro vezes e se isolava na artilharia do torneio.
Outro fator determinante foi a lesão de Bruno Henrique, que ficou sem jogar desde junho, quando se machucou em jogo contra o Cuiabá pelo Brasileirão. Com o espaço no elenco se abrindo, Pedro assumiu a titularidade e seu talento logo começou a aparecer. Em diversas oportunidades, o atacante não deixou de agradecer Dorival e vê a confiança do treinador em seu futebol como primordial pela boa fase que passou a viver do meio do ano para frente.
“A chegada do Dorival foi muito boa para mim. Ele desde o primeiro dia me deu muita confiança, apostou em mim. Falou que se eu voltasse a jogar e a ir bem, eu poderia retornar à Seleção. Aquilo ali me deu ainda mais confiança. Estou muito feliz com essa oportunidade e espero fazer meu melhor para continuar na Seleção e chegar à Copa do Mundo”, disse Pedro em entrevista coletiva após ser convocado para amistosos do Brasil antes da Copa.
Pedro disparou na artilharia, marcando 12 vezes na Libertadores e sendo o artilheiro da competição. Ao todo, marcou 29 vezes em 2022, mesmo número de gols de Gabigol e os dois foram os artilheiros do Flamengo no ano.
Convocação para a Seleção Brasileira
Após a pressão pela saída de Pedro do Flamengo, com o reencontro do atacante com as redes e o bom futebol, além da titularidade, a pressão passou a ser por uma convocação. O jogador estava voando e os jornalistas e a opinião pública cobravam Tite por uma chance a Pedro na Seleção. Ela veio antes da Copa do Mundo, em três amistosos do Brasil, mas Tite só colocou o atleta em campo no jogo somente em 45 minutos contra a Tunísia, o último dos amistosos. Mas o artilheiro precisou de pouco tempo para deixar sua marca e carimbar a ida ao Catar, onde o Brasil estreia nesta quinta-feira (24), às 16h (Horário de Brasília), contra a Sérvia pela Copa do Mundo.
Balanço de Douglas Fortunato sobre ano do artilheiro
O analista tático do MRN Douglas Fortunato falou sobre a evolução de Pedro durante a temporada e não deixou de citar Dorival, concordando com Pedro sobre a importância do técnico em seu rendimento.
“O ano de 2022 do Pedro foi de consolidação. Ele conseguiu aprimorar algumas coisas que já tinha muito bem e se envolver em outras valências. Principalmente sem bola, algo que o Dorival cobrou muito dele durante a temporada. Dos três jogadores da frente, ele foi o que melhor cumpriu. Mesmo com as dificuldades. Ele é o jogador mais lento dos três e muitas vezes foi o jogador que defensivamente cumpriu melhor as funções”, explica Douglas.
Além disso, seu estilo de jogo fazendo o pivô também foi potencializado, tornando-se mais participativo.
“A participação dele com bola também. Ele precisava muito participar do jogo, nos pivôs, nos apoios. Participou bem, gerando muito apoio para a equipe. Isso foi muito importante, são os pontos fora da curva em relação ao que ele já realizava”, complementa.
Douglas ainda fala sobre a importância do atleta nos jogos do clube.
“Outras coisas ele já fazia muito bem, como a finalização, finaliza muito bem com os dois pés, cabeceia, presença de área, capacidade de gerar profundidade. Mentalmente, firme e forte, conseguiu ser muito decisivo para o Flamengo em jogos muito importantes”, finaliza.
O histórico jogo contra o Vélez Sarsfield
Na semifinal da Libertadores, o máximo goleador da competição na temporada marcou três gols na Argentina, na vitória por 4 a 0 sobre o Vélez Sarsfield. Douglas relembra a partida e alega que não é fácil fazer o que o craque flamenguista fez fora de casa.
“O principal destaque foram os três gols que ele fez contra o Vélez. Agora parece fácil e foi muito discutido que o Flamengo enfrentou um adversário mais fraco, mas isso não entra na minha cabeça. Foi um adversário duro, sim. Não tem a mesma qualidade técnica do Flamengo, mas na América do Sul hoje, quem tem? Flamengo foi lá, se impôs e o Pedro mentalmente foi muito capaz de decidir no momento certo e transformar sua qualidade em gols”, termina.