Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro: a vitória desse sábado (2), contra o Botafogo, não sinaliza, de maneira alguma, melhoria ou evolução no trabalho de Jorge Sampaoli à frente do Flamengo.
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A equipe segue jogando mal. Não existe saída de bola, absolutamente nenhum esboço de organização tática. E tudo que o elenco mais caro do Continente tinha a oferecer em termos ofensivos era um zagueiro lançando bola pra um atacante velocista tentando resolver por conta própria, como deve acontecer naqueles jogos que passam na Rede Vida.
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As escalações são questionáveis e as substituições são duvidosas. Além disso, o nível de otimismo necessário para defender a manutenção do argentino no cargo é o mesmo necessário para perder tudo na enchente e agradecer porque agora vai “aprender a não dar tanto valor para bens materiais”.
Em suma, é preciso que fique claro que o Flamengo não venceu por conta de Sampaoli. Mas sim apesar de Sampaoli, a despeito de Sampaoli, possivelmente contra a vontade de Sampaoli, que fez questão de tirar de campo o melhor jogador do time, logo após ele fazer o gol da vitória, sem absolutamente nenhuma razão médica. Se alguém quer elogiar o treinador rubro-negro, que parabenize o brilho de sua careca ou a beleza de seu agasalho. Porque esta vitória tem muito pouco a ver com ele.
Esforça-te, Sampaoli!
Mas tem muito a ver, mais uma vez, com Bruno Henrique. Porque sim, se o Flamengo tinha apenas uma jogada, que consistia em lançar a bola da zaga na esperança que um velocista salvasse nossa noite. E que sorte o fato desse velocista ser um dos grandes jogadores que já vestiram a camisa rubro-negra.
E Bruno Henrique mais uma vez deixou claro porque merece sua vaga nesse panteão, com uma atuação de gala em que não apenas foi o melhor jogador de ataque como foi a única e solitária esperança de alegria do torcedor – já que Pedro pouco foi visto, Victor Hugo jogou mal, Gérson brigou mas não criou e Éverton Ribeiro viveu outra noite triste.
Numa noite inspirada – que começou com memes sobre ele ter xingado uma criança – Bruno Henrique puxou contra-ataques, infernizou o lado direito da defesa botafoguense e conseguiu levar um Flamengo que parecia desacreditado a uma vitória contundente sobre o atual líder do Campeonato Brasileiro.
Vitória no clássico aponta briga pelo Brasileirão?
Significa que voltamos a brigar pelo título? Não necessariamente. Já que a distância é grande e continuamos sendo treinados por pessoas que acham mais importante esconder a escalação dos adversários do que treinar e entrosar o time, então não existe muito motivo para otimismo.
Mas vitórias como a deste fim de semana nos lembram que mesmo com uma diretoria amadora, mesmo com um treinador desconectado da realidade, o Flamengo ainda possui um verdadeiro patrimônio que é um elenco com alguns grandes jogadores. Jogadores que, mesmo sem comando, sem organização e sem tática, podem conseguir, no talento individual, decidir partidas.
E é nessa esperança, mais do que em qualquer outra coisa, que precisamos nos apegar para vencer a Copa do Brasil. Porque, como fica cada dia mais claro, não vai ser técnico ou dirigente que vai conseguir causar qualquer melhoria nesse time do Flamengo.
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