Ex-goleiro, Gilmar esteve à frente do Flamengo em um dos seus períodos mais difíceis. Após defender o clube como atleta, entre 1990 e 1994, ele decidiu seguir na Gávea pós-aposentadoria como dirigente. No entanto, precisou lidar com a personalidade forte de um dos maiores jogadores da história do país: Romário.
Gilmar assumiu o cargo de superintendente de futebol em 1999, enquanto Romário estava na sua terceira passagem pela Gávea. Em entrevista ao jornalista Benjamin Back, o ex-goleiro lembrou de duas rusgas que teve com o Baixinho.
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A primeira foi por conta da indisciplina do eterno Camisa 11. Segundo Gilmar, Romário escolhia o jogo que desejava jogar e inventava lesões para não ser relacionado. Certa vez, o dirigente decidiu dar um basta nas desculpas do atacante.
“No Flamengo, quando fui diretor, o Romário escolhia os jogos para jogar. Em um desses lembro até hoje, a gente ia jogar e o time estava mal pra caramba. Aí ele falou que estava com uma dorzinha. Falei com o doutor, ele disse que no próximo jogo o Romário estaria, mas eu queria ele para esse jogo. Liguei para o presidente na época e perguntei se poderia fazer o tinha que ser feito. Mandei fazer ressonância”, inicia contando.
“Ele (Romário) entrou na sala e bateu a porta, que quase caiu, perguntando ‘que p**** é essa’. Eu perguntei: ‘o que é que você está pensando? Alguém é idiota aqui? Você vai fazer, sim, senão é rescisão de contrato por justa causa’. A gente brigou, ele fez o exame e não tinha nada, e ele foi pro jogo”, revela Gilmar.
Falta em treino
O ex-Flamengo também contou da confusão envolvendo a falta de Romário em um treino. Segundo ele, o craque foi ao centro de treinamento apenas para tomar um café e saiu do local sem cumprir com suas obrigações.
“Teve também a briga do cafezinho. Ele não queria treinar, era o jogador mais bem pago, mas achou que não precisava se apresentar. Aí um dia, ele foi no CT, tomou um cafezinho e deixou a porta do carro aberta, e foi embora, com a imprensa toda ali. Eu falei: ‘tá bom, multa nele, 40% (do salário)’. Aí me chamaram para uma reunião às 3h da manhã, eu, Romário, o agente dele e mais um diretor do Flamengo. Me tiraram da cama. Na reunião, eu falei que não confiava no Romário. Ele baixou a cabeça. Mais tarde, fiz a multa e ele assinou. Depois teve um outro fato, e foi aí que mandei ele embora”.
A saída de Romário do Flamengo
Esse outro fato que Gilmar se refere é a noitada do Baixinho em Caxias do Sul. Em novembro de 1999, após uma derrota para o Juventude no Brasileirão e antes de um importante jogo, Romário decidiu aproveitar uma balada da cidade gaúcha. Fotos vazaram e a notícia caiu como uma bomba no clube. Na época, o presidente Edmundo deu aval para Gilmar demitir o atacante, que foi para o Vasco.
Gilmar e o Baixinho se reencontraram em 2019
Ainda em conversa com Benjamin Back, Gilmar abriu o jogo sobre uma reconciliação. Segundo o ex-goleiro, não houve um diálogo desde então, mas eles se reencontraram recentemente. Em 2019, Gilmar e Romário participaram de um jogo festivo em comemoração ao Tetra mundial, título que ganharam juntos pela Seleção em 1994.
“Nos encontramos uma vez porque teve um jogo amistoso na Itália dos 25 anos do Tetra. A gente se encontrou lá, ele cumprimentou todo mundo e eu também. Nada mais que isso”, finalizou.
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