A resposta do Flamengo ao Ministério Público sobre a placa em homenagem a Stuart Angel oficializou uma situação vergonhosa para o clube. Isso porque o Flamengo alegou que não sabe onde foi parar o memorial inaugurado em 2010 em sua sede de remo.
A placa para Stuart Angel fazia parte do projeto “Pessoas Imprescindíveis”, iniciado no primeiro governo Lula, em 2006. Ele inaugurou mais de 40 memoriais em diferentes cidades do país em locais cuja história era ligada à violação de direitos humanos durante a ditadura militar.
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A garagem de remo do Flamengo foi escolhida para abrigar a placa porque Stuart Angel passou alguns dias escondido ali antes de desaparecer em 1971. Então, ele era militante da guerrilha MR-8, que combatia a ditadura.
Stuart escolheu a garagem de remo para se esconder porque, anos antes, sagrou-se campeão de remo pelo Flamengo. O então técnico Buck aceitou abrigar Stuart na garagem.
Clube negou iniciativa para reinaugurar placa para Stuart Angel em 2019
Em 2010, a cerimônia de inauguração contou com a presença da então presidente do Flamengo, Patricia Amorim, que discursou no evento. Entretanto, durante a gestão Eduardo Bandeira de Mello, em 2016. retiraram a placa devido a uma reforma patrocinada pelo Comitê Olímpico Americano, que usou as instalações do Flamengo durante os Jogos Olímpicos do Rio.
No aniversário de 55 anos do golpe militar, em 2019, o grupo Flamengo da Gente organizou um ato na garagem do remo com a presença da irmã de Stuart, Hildegard Angel. Na ocasião, a jornalista anunciou que o Flamengo iria inaugurar a placa. Mas o clube se apressou a desmentir a notícia alegando “não se posicionar sobre assuntos políticos”. A visão da mensagem, porém, foi justamente o contrário: um posicionamento político para agradar o governo Jair Bolsonaro, que exaltava a ditadura militar.
Com a mudança de governo federal, o Ministério dos Direitos Humanos se mobilizou para restaurar a homenagem a Stuart. A iniciativa motivou a ação do Ministério Público, que questionou oficialmente o clube sobre o paradeiro da placa. A resposta da gestão Landim foi de não saber onde está a placa por não estar no comando do Flamengo na época de sua retirada.
Com isso, a placa para Stuart é o único dos 40 memoriais Pessoas Imprescindíveis que não está mais no local original e tem o paradeiro desconhecido. A irmã de Stuart chegou a especular a possibilidade de o clube ter jogado a placa no lixo.
É provável que o Ministério dos Direitos Humanos agora solicite ao Flamengo autorização para instalar um novo memorial para Stuart no mesmo local da placa desaparecida.
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