Campeão na base e no profissional do Flamengo e há seis anos na Europa, o zagueiro Léo Duarte concedeu entrevista exclusiva ao MRN. Aos 27 anos, defensor falou sobre seus tempos de Mengão, rápido contato com Jorge Jesus, admite erros no Milan e celebra melhor momento da carreira no Istambul Basaksehir, da Turquia. Confira.
Campeão da Copinha de 2016, Léo foi promovido aos profissionais no mesmo ano. Fez duas temporadas com poucos jogos até titularidade em 2018 e primeiro semestre de 2019. Ao olhar para trás, o cria do Ninho classifica a passagem de 92 jogos e o bicampeonato Carioca (2017 e 2019) como positiva, ainda que cite erros, e valoriza aprendizado com ídolos do clube.
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“No geral, acho que a passagem foi positiva. No clube de maior torcida do Brasil a exigência é enorme, e um zagueiro vindo da base e por ser novo e ainda inexperiente é normal que cometesse alguns erros, mas acho que foi positiva”, iniciou Léo Duarte.
“Pude aprender muito com os jogadores que ali estavam como Juan, Diego Ribas, Diego Alves. Acho que as melhores recordações são os aprendizados que tive treinando do lado desse pessoal acima da média tanto como jogadores, mas também como líderes.”
Léo Duarte participou do início da passagem de Jorge Jesus. Foi titular com o português nos cinco jogos que esteve à disposição. Projetar um ano tão imponente era difícil, mas o defensor revela que o pouco tempo foi suficiente para saber que o Flamengo conquistaria algum título grande na temporada.
“Não imaginava que seria tão dominante como foi, mas sabia que o Jorge Jesus conquistaria algum título importante com aquele grupo . O trabalho dele já era muito bom e exigia muito do grupo, que correspondia porque era um time que deixou o ego de lado para ganhar coisas grandes pelo Flamengo.”
Passagem pelo Milan: lesões e imaturidade atrapalharam
Léo Duarte deixou o Flamengo pouco depois de completar 23 anos, em julho de 2019. Ele foi vendido ao Milan, da Itália, por 11 milhões (R$ 46 milhões na cotação da época), mas a passagem teve apenas nove jogos e durou cerca de um ano e meio. Léo culpa lesões, Covid-19 e a própria imaturidade pelo desempenho.
O Garoto do Ninho teve que passar por uma cirurgia por causa de uma lesão no calcâneo, um osso do calcanhar, logo após sua chegada. E, para piorar, o mundo foi atingido pela pandemia de Covid-19 durante sua recuperação. Resultado foi uma má reabilitação e retornou com problemas musculares.
“A maior dificuldade foi a cirurgia que tive que fazer logo que cheguei. Para piorar, no meio da minha recuperação veio a covid-19 e não me recuperei da forma que eu queria. Minha recuperação basicamente foi em casa trancado treinando sozinho e, quando voltamos, tive outras lesões que me atrapalharam. “
Mas Léo Duarte não se exime de culpa pelas poucas oportunidades e entende que faltou maturidade para lidar com todas essas situações.
“Não tive oportunidade também por minha culpa. Hoje reconheço que deveria ter treinado mais, ter sido mais profissional porque se tivesse me dedicado teria condições de jogar. Faltou maturidade e cabeça boa naquele momento para suportar essas coisas que aconteceram, então deixei me abater.”
Ainda assim, revela que período serviu de aprendizado nos treinos. O zagueiro fez parte de elenco com Ibrahimovic e cita justamente o contato com bons atacantes como benéfico.
“Sim, aprendi bastante, principalmente parte tática. Treinar contra bons atacantes também te faz crescer.”
Melhor fase da carreira na Turquia
Léo Duarte superou a passagem apagada pelo Milan com boas atuações pelo Istabum Basaksehir, primeiro emprestado e depois em definitivo. Já são quatro temporadas como titular na Turquia e participação fundamental na campanha que classificou time para a Conference League 24/25.
“Sem dúvida é o meu melhor momento. Graças a Deus pude alcançar essa consistência, estou com quase quatro anos de clube e pela segunda vez nos classificamos para a Conference League. A expectativa é fazer uma boa primeira fase e nos classificar para o mata-mata”, projeta.
O Basaksehir, aliás, já é o clube pelo qual o ex-Flamengo fez o maior número de jogos na carreira. São 130 partidas no somatório das quatro temporadas e ultrapassou o Mais Querido.
Léo Duarte de volta ao Brasil
O momento na Turquia fez Léo ser alvo de grandes clubes do Brasil. Portais noticiaram contatos de Cruzeiro, Grêmio e Bahia na última janela. E, ainda que pretenda continuar atuando no exterior, revela saudade do futebol na terra natal.
“Fico feliz. Ser lembrado por clubes grandes mesmo após alguns anos longe. Pelo Flamengo tenho um carinho especial, mas estão muito bem servidos de zagueiro. Minha intenção é continuar atuando fora, mas não vou negar que tenho saudade de voltar a disputar o Campeonato Brasileiro.”
Contato com geração campeã da Copinha
Léo Duarte é um dos exemplos da geração campeã da Copinha de 2016 pelo Flamengo que atuou nos profissionais e hoje joga fora do Brasil. Ele revela que mantém contato com alguns dos atletas com quem compartilhou esses momentos e tentar acompanhar o máximo dos companheiros da época de Mengão.
“Ainda tenho contato. falo com Ronaldo, Matheus Sávio, Paquetá, e acompanho todos, éramos muito unidos e bem próximos. Claro que o tempo nos afastou um pouco, mas sempre procuramos saber uns dos outros, como estão as coisas.”
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