Só está realmente surpreso quem não estava realmente prestando atenção. Isso porque a goleada humilhante, contundente e indiscutível sofrida pelo Flamengo neste domingo, no segundo jogo da final do Campeonato Carioca é menos uma tragédia inesperada, menos um incidente isolado, e mais o ponto culminante de um trabalho horrível feito por um treinador que nunca deveria ter sequer pisado na Gávea.
Porque Vítor Pereira, o técnico português que em 4 meses de clube conseguiu perder Supercopa e Recopa, além de ser humilhado no Carioca e no Mundial, jamais mereceu o cargo de treinador do Flamengo. Credenciado por títulos portugueses de uma década atrás, vitórias em ligas periféricas como a chinesa e a grega, e um trabalho mediano no Corinthians, onde seu grande feito foi não perder de muito para o Flamengo, Vítor Pereira apareceu no próprio Flamengo do nada, após a confusa demissão de Dorival Junior.
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E o que se viu aí foi uma das grandes alucinações coletivas da história rubro-negra, mais impressionante até do que quando fizemos uma musiquinha para Domenec Torrent achando que íamos vencer tudo apenas porque ele tinha sido assistente do Guardiola, ou quando acreditamos que se Paulo Sousa tinha decidido trocar uma Copa do Mundo pelo Flamengo é porque ele sabia o que estava fazendo.
Seja a ideia de que realmente demos um balão no Corinthians ao roubar deles um técnico mediano que não havia vencido nada, seja a ideia de que Vítor Pereira teria um “teto mais alto” que Dorival Junior, seja a simples cegueira de apoiar uma diretoria que demite um treinador campeão logo antes de um Mundial Interclubes, o que se viu foi um festival de delírio, auto ilusão e total abandono da realidade. Tudo isso para acreditar num treinador que nunca mereceu confiança e numa diretoria que cada vez mais deixa claro não entender nada de futebol.
O resultado disso ficou bem claro no vergonhoso 4×1 em que um Flamengo absolutamente covarde, retrancado e perdido em campo, foi presa fácil para um Fluminense que se mostrou a única equipe presente no Maracanã com alguma vontade de jogar bola. Foi cobrada a conta de uma diretoria que presume saber mais de futebol do que sabe, de um treinador que jamais mereceu estar onde está, de um elenco que tinha lacunas visíveis e que foram ignoradas.
Mas pior do que ver seu time poupando titulares numa derrota de meio de semana pra todo mundo poder perder descansado no domingo, pior do que a vergonha no estadual, pior do que todos os títulos desperdiçados de maneira infantil até agora na temporada, só a desconfiança de que essa diretoria pode não ter aprendido absolutamente nada com todos esses erros e todo esse constrangimento.
Afinal, você ficaria surpreso se Landim falasse que confia totalmente no trabalho de Marcos Braz? Você iria realmente ficar impressionado se Braz falasse que o trabalho do atual treinador vai decolar e apenas precisa de mais tempo? Porque se Vítor Pereira deixou claro, inúmeras vezes, que não tinha condição de treinar a equipe rubro-negra, essa diretoria também vem exemplificando, desde a saída de Jorge Jesus, que não faz a menor ideia do que está fazendo.
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