Existem duas notícias, uma boa e uma ruim, que surgem como resultado da vitória por 3×1 do Flamengo sobre o Vasco da Gama, pelas semifinais do Campeonato Carioca, garantindo o Flamengo na decisão do estadual e mantendo a equipe rubro-negra na briga para ser, pela 38ª vez, campeã do Rio de Janeiro.
A boa notícia é que, mesmo jogando muito mal, defendendo de maneira precária e apresentando graus de desorganização que você espera do quarto de um adolescente e não do time mais caro do país, o Flamengo ainda é capaz de vencer duas partidas seguidas contra o Vasco, um dos seus maiores rivais.
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A notícia ruim é que, infelizmente, não iremos jogar apenas contra o Vasco nesta temporada. E mesmo o cruzmaltino, time que neste meio de semana foi eliminado da Copa do Brasil pelo ABC de Natal, atual 2º colocado do campeonato potiguar, poderia ter nos superado, se tivesse um pouco mais de sorte, competência ou pontaria.
Porque não, o Flamengo não evoluiu. Não houve melhoria no setor defensivo, que continua absolutamente confuso e caótico, com atletas se movendo de maneiras aleatórias. Santos tendo que operar milagres. E, por fim, a torcida testemunhando o laboratório de uma tese de mestrado chamada “mais zagueiros não significam mais consistência defensiva e eu posso provar”.
No ataque, aliás, as coisas continuam no mesmo pé. O talento individual resolve, o entrosamento de temporadas passadas ajuda, mas é perceptível como não existe nenhum fiapo de organização, apenas um grupo de atletas muito qualificados e dispostos, tentando encontrar soluções por conta própria já que o treinador está tão preocupado em esconder a escalação que não chega a treinar o time da maneira que quer colocar em campo.
Mas por que o Flamengo venceu então? Como a equipe rubro-negra pode ter conseguido a qualificação se ela jogou tão mal? Se ela defende de forma tão confusa, se ela ataca de maneira tão fraca? Se Gerson e Thiago Maia nem sabem em que planeta estão e Vitor Pereira é o primeiro treinador a praticar o quiet quitting no futebol brasileiro?
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A resposta, apesar de triste para o nosso rival da Colina, é bem simples: porque o Vasco conseguiu ser ainda pior.
O Flamengo marca mal? O nosso adversário vai lá e perde diversas chances claras. Vitor Pereira é um analfabeto funcional em termos de leitura de jogo e faz substituições bisonhas? Bem, do outro lado tem um cidadão chamado Capasso. ue está disposto a errar o bastante para que o treinador português possa dizer que “mudou o jogo”. Mais uma vez o que se viu no Maracanã foi, mais do que um Flamengo que merecia ganhar, um Vasco absolutamente desesperado de vontade de perder.
Por isso é tão importante, apesar do placar, apesar da classificação, não se deixar iludir pelo resultado de hoje. Porque se contra um Vasco fragilizado, confuso e com ao menos um jogador que parecia estar claramente de sacanagem, o Flamengo não apresentou melhorias e jogou tão mal, é complicado imaginar que numa Libertadores, num Brasileirão, numa Copa do Brasil, quando vamos precisar enfrentar adversários mais bem preparados, o cenário vai ser melhor que esse.
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