Personagem muito importante na conquista de Copa Mercosul 1999, Lê foi cria do Flamengo e marcou o gol do título sobre o Palmeiras. Mas antes, também fez gol no Peñarol na partida de ida, antes de vivenciar a covardia praticada pelos uruguaios em campo no jogo de volta. Para o jogo desta quinta-feira (26), muito tem se falado sobre o ambiente que o Mengão encontrará no Campeón del Siglo, mas o ex-jogador minimizou.
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Isso porque, em exclusiva ao MRN, o ex-jogador respondeu sobre as dificuldades de se jogar no Uruguai, e apesar de existirem, são bem diferentes das que o clube enfrentava naquela época.
➕‘Sem o Flamengo eu não seria nada’, diz Lê ao MRN
“Hoje é um mundo diferente. Não temos aquele futebol mais raiz. A gente sabe que hoje tem muitas câmeras, não dá para fazer nada, aquelas catimbas. Os uruguaios são até mais catimbeiros e competitivos do que os argentinos. Gostam de confusão mesmo. O Flamengo vai enfrentar uma atmosfera totalmente diferente, lógico. Mas em relação ao que passou e ao que vivi, não é a mesma coisa, não. Mas será um jogo muito complicado”, opina Lê.
A ‘covardia’ do Peñarol
Relembrando o ataque dos uruguaios, Lê classifica o ocorrido como uma covardia e diz que até os gandulas foram para bater.
“Foi uma covardia. Eles já tinham perdido o jogo, teriam que virar. Foi 3 a 0 na ida. Reinaldo acerta um petardo lá e já deixa a gente muito encaminhado para a classificação. E eles já não queriam mais jogo. Queriam confusão. Estavam esperando alguma coisa acontecer para poderem agredir a gente. Tanto que botaram os gandulas lá, fortes, massarocas mesmo. Nunca vi aquilo. Gandula é adolescente, criança, e tal. Botaram adultos, todos fortes. Quando vimos, já estavam em campo para bater na gente também. Foi complicado”, lembra.
Lê se preocupa com bola aérea
Uma das grandes preocupações é a bola parada e aérea. O Flamengo tem mostrado problemas para marcar esse tipo de jogada, e Lê se atenta para a altura dos uruguaios.
“O time dos caras tem uma estatura alta. Bola na área, para ganhar na cabeça, vai influenciar muito. Flamengo tem que estar muito ligado na bola parada. Mas tem chances de sair vitorioso e de ganhar o jogo lá, sim”, garante Lê.
Mesmo com as dificuldades, Lê sabe que o time e o clube, como um todo, também passaram por grandes transformações desde a sua época. Mas a camisa ainda precisará pesar para buscar a classificação.
“Eu vejo o Flamengo totalmente diferente. Mais forte, com mais estrutura. Um dos principais elencos da América do Sul, se não for o principal. Vai ter que ser na mística hoje. Será muito complicado lá”, afirma.
Ex-jogador entende pouca utilização da base
Cria da base do Flamengo, é claro que Lê gostaria de ver Tite aproveitando mais a base. Contra o Grêmio, por exemplo, alguns jovens fizeram uma boa partida e mostraram que poderiam estar recebendo mais minutos. No entanto, o ex-atleta lembra que o treinador precisa colocar os jogadores que o Mais Querido pagou caro para trazer.
“O que acontece de pecado em relação ao Tite é isso. Temos uma base muito boa. Mas também, é aquela coisa, como não vai colocar os caras que contratou para jogar. Tem essa faca de dois gumes, os dois lados da situação. A transição, eu sei que é complicada. Botar jogador novo para jogar. Até entendo o Tite, e ele tem um elenco muito valioso na mão. Como não coloca esses caras valiosos para jogar?”, questiona.
Análise das decisões de Tite no Flamengo x Peñarol do Maracanã
Lê, porém, enxerga outras decisões erradas do técnico Tite. Em sua opinião, Léo Ortiz em como começar jogando no meio-campo na partida desta quinta (26), que se inicia às 19h (horário de Brasília), diferentemente do que aconteceu na partida de ida.
“Eu iria de Léo Ortiz hoje. Para mim, o maior pecado dele, falando como torcedor, foi ter tirado o Léo Ortiz daquela partida. Ele como zagueiro, é o nosso melhor volante. Cara que sabe conduzir a bola, tem um primeiro passe muito bom. O começo das jogadas, com ele, é sempre muito bom. O Tite vai e me tira ele”, critica.
Outro erro de Tite, na visão de Lê, foi ter colocado De La Cruz, que estava voltando de lesão. Para o ex-jogador, a dupla deveria ser formada por Ortiz e Pulgar como volantes.
“Ali, não era nem (para tirar) o Pulgar. Quem não tinha que começar era o De La Cruz, que vinha de contusão, 30 dias parado. Como põe um cara para jogar, que fisicamente não está acompanhando. Tira o Ortiz e bota o De La Cruz. Isso também condicionou o Pulgar, que ficou marcando sozinho. Logicamente, ele errou bolas bobas, e até uma que condicionou o gol dos caras, mas o certo seria Pulgar e Léo Ortiz. Mas hoje acho que ele vem até de De La Cruz hoje. Eu iria de Pulgar e Léo Ortiz, não tiraria o Pulgar não. Gosto muito dele, foi um erro, mas não tiraria ele, não”, explica.
‘Gerson funciona melhor pelo meio’, diz Lê
Por fim, Lê dá sua opinião sobre o posicionamento de Gerson, mas entende que a decisão aconteça por falta de opções. Na provável escalação do Flamengo para enfrentar o Peñarol, o Coringa aparece aberto pela ponta, formando trio de ataque com Bruno Henrique e Gonzalo Plata.
“O Gerson, para mim, funciona muito mais no meio. Ele lá na ponta… A gente está com pouca opção. Correria, hoje, só tem o Plata. Ele não vai botar o Matheus Gonçalves para começar jogando. Deve levar como opção, mas não para começar jogando. Eu acho que o Gerson funciona melhor no meio. Mas por falta de opção, vai ter que ir pela direita e o Plata pela esquerda. Mas velocidade mesmo, só vamos ter um cara”, finaliza.
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