Flamengo e Palmeiras pareciam satisfeitos ao final de empate em 0 a 0 pela terceira rodada do Brasileiro, neste domingo (21), mas o desempenho foi quebra de expectativa para quem esperava grande espetáculo. Em sua coluna no UOL, o jornalista Mauro Cezar criticou a “falta de ambição” dos técnicos Tite e Abel Ferreira no duelo com provável adversário pelo título e que pode fazer falta para ambos na reta final.
“Não, o resultado não foi ruim para os visitantes… Mas faltou ambição, desejar a vitória. Pragmatismo em demasia, receio de correr riscos, prioridade ao não ser derrotado em detrimento do sair vencedor. Opções dos treinadores, capazes e vitoriosos, mas que no domingo não fizeram nada de bom pelo futebol. E talvez nem pelos seus times. As rodadas finais dirão”, diz trecho do texto de Mauro Cezar no UOL.
➕: Impedimento salvou Flamengo de sofrer 3º gol de cabeça em 3 jogos
O Palmeiras tentou pressão no início do primeiro e foi melhor por cerca de 20 minutos. O Fla igualou ações no fim da primeira etapa e foi superior no segundo tempo, mas o jogo aconteceu em intensidade muito inferior ao normal das duas equipes. O resultado foi jogo de poucas chances de gol, muitas faltas e números que corroboram a análise do jornalista.
O número de faltas da partida foi quase do dobro das finalizações: 37 faltas contra 20 chutes. As muitas infrações marcadas pelo árbitro resultaram em média próxima a 50% de bola rolando, inferior ao mínimo de 60% indicado pela Fifa, e contribuíram para o ritmo muito lento e jogo de lances esporádicos.
Vale destacar que 23 dessas faltas foram marcadas pelo time do Palmeiras, enquanto o Flamengo fez 14. Estratégia que o time paulista já utilizou outras vezes para picotar o confronto com o Rubro-Negro e impedir qualquer tentativa de aumentar a intensidade. Mas vale ressaltar que o Fla não fez muita força para mudar o cenário.
O Palmeiras finalizou 12 vezes no jogo, mas apenas um na direção do gol e não levou perigo. Quatro dessas finalizações foram de cabeça e o restante em finalização de fora da área que não ameaçaram. Já o Flamengo terminou com oito chutes totais e três na direção do alvo. O time criou pouco, mas ainda assim teve chance de sair com a vitória.
As principais oportunidades do Rubro-Negro foram em contra-ataques. O time levou perigo quando conseguiu roubar a bola e acelerar, principalmente com Bruno Henrique, mas os jogadores do ataque pecaram nas decisões. Pedro e o próprio camisa 27 tiveram oportunidade de construir boas jogadas, mas erraram último passe.
O discurso dos treinadores após o jogo também confirma a opinião de Mauro Cezar. Ambos afirmaram que queriam vencer, mas minimizaram críticas ao resultado e entende que placar foi justo. Abel Ferreira, por exemplo, classificou o jogo como bom.
“As pessoas vão falar que não foi um jogo bonito, mas não concordo. Tiveram chances, duas equipes com grandes jogadores e deu 0 a 0. Acho que a gente poderia ter ganho, mas do outro lado tem uma equipe com muita qualidade, e vocês viram que nosso adversário mexeu e nos deu problemas, mas demos resposta”, disse Abel Ferreira.
Questionado, Tite justificou De La Cruz e Pedro no banco de reservas
O técnico do Flamengo também tem sido muito questionado pela administração de minutos dos jogadores, e as escolhas contra o Palmeiras aumentaram dúvidas. Torcedores e imprensa questionaram ausências de Pedro e De La Cruz no time titular, mas Tite voltou a falar em determinação do departamento médico.
O treinador garante que escala o time pensando no próximo jogo, o que pode resultar em jogadores poupados em partidas importantes no início do Brasileiro. A ideia de poupar visando um duelo específico será implementada conforme o desenrolar dos torneios. Além disso, Adenor disse que o gramado sintético do Allianz influenciou na decisão.
“O departamento médico diz: ‘A nossa posição é de cuidados’. Hoje especificamente tínhamos Pedro, Nico, Ayrton, Erick Pulgar e Luiz Araújo, que estavam em sinal amarelo e vermelho porque tinham riscos importantes e você perde jogador para seis ou sete jogos. E o sintético tem uma característica diferente. A exigência articular e muscular no sintético é muito maior também”, afirmou Tite.
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