O candidato à Presidência do Flamengo Maurício Gomes de Mattos, o MGM, criticou duramente o anúncio de que a eleição será numa segunda-feira, dia 9 de dezembro, diferentemente dos dois últimos pleitos, que aconteceram em sábados.
A decisão da data da eleição é prerrogativa exclusiva do presidente da Assembleia Geral, Carlos Henrique Fernandes dos Santos, eleito em 2021 na chapa de Rodolfo Landim mas atualmente aliado de Luiz Eduardo Baptista (Bap).
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“Amigos, acabei de ter uma notícia lamentável, as eleições para a presidência do Flamengo, que as últimas foram num sábado, desta vez o presidente da Assembleia Geral convoca para segunda-feira, num ato não democrático, num ato que não ajuda o sócio, não ajuda a quem vem e quer participar dessa eleição, para o bem do processo, para o bem da democracia, e para o bem da eleição”, disse MGM em um vídeo na suas redes sociais.
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O candidato também divulgou uma nota expondo com mais detalhes os motivos pelos quais considera ruim a escolha da data para a eleição.
“Essa medida é lamentável por várias razões: prejudica quem mora fora do Rio de Janeiro, limitando severamente a participação de uma grande parcela de nossos associados; dificulta o acesso de quem trabalha, forçando muitos a escolher entre suas obrigações profissionais e seu direito de voto no clube; ignora a realidade de quem mora longe do local de votação, mesmo dentro do Rio de Janeiro; carrega as marcas de um movimento calculado para restringir a participação e manter o controle nas mãos de um grupo específico, temendo um Flamengo mais democrático e abrangente; demonstra uma visão limitada, como se o Flamengo fosse apenas um clube de bairro, e não o gigante nacional que realmente é.
A Frente Flamengo Maior, principal grupo de sócios de apoio a MGM, também se posicionou contra a decisão do presidente da Assembleia Geral, aproveitando para criticar a não adoção do voto a distância pelo clube. Na eleição passada, Walter Monteiro, candidato da FFM, chegou a conseguir na Justiça uma decisão garantindo o voto a distância, mas acabou desistindo da ação após um acordo para que o tema fosse votado no Conselho Deliberativo do clube, o que acabou sendo descumprido.
Outro grupo a se manifestar foi o Flamengo Sem Fronteiras, que, após realizar uma votação interna na qual registrou “empate técnico” entre MGM e Bap, anunciou que não adotaria posição oficial na eleição e liberou os seus membros para escolherem candidato. No caso da decisão de ontem, porém, o grupo se manifestou de maneira uníssona alinhado à posição de MGM.
Grupo de apoio a Wallim critica escolha, mas candidato se cala
O Flafut, grupo que nesta semana anunciou apoio a Wallim Vasconcellos, também se manifestou contra a data da eleição.
“O FLAFUT lamenta que o Presidente da Assembléia Geral do FLAMENGO tenha marcado a data da eleição para o dia 9 dezembro – Segunda-Feira. O que mais impressiona é que a realização de eleição em fim de semana sempre foi uma bandeira pessoal do Sr. Carlos Henrique, e que já acontece há 2 eleições. Agora, na condição de eleitor declarado do candidato “BAP”, possivelmente sucumbiu aos desejos de alguns para esta mudança e retrocesso, o que prejudica muito o sócios OFF-RIO, e por tabela, os que moram no Rio de Janeiro. Mais uma vez a diretoria eleita prejudica deliberadamente essa categoria de sócios do Clube, por motivos eleitoreiros”, afirmou o grupo.
Wallim, entretanto, não se manifestou em suas redes sociais sobre o assunto.
A decisão de marcar a eleição para segunda também foi repudiada por várias embaixadas e consulados do clube. MGM ocupou o posto de vice de Consulados e Embaixadas desde sua criação, em 2019, até maio deste ano e tem amplo apoio entre os sócios que participam do programa. Uma das embaixadas a se manifestar foi a Fla Sampa.
“A Fla-Sampa, em nome de todos os associados nas diversas categorias do Clube de Regatas do Flamengo e que residem fora da cidade do Rio de Janeiro, repudia veementemente a marcação das eleições do clube para uma SEGUNDA-FEIRA 09 de dezembro de 2024. Essa ação, afasta do pleito que decidirá o nosso futuro todos aqueles que trabalham e moram longe do clube. Lembramos também, que o voto à distancia que preservaria a possibilidade de votação a qualquer dia sem prejudicar qualquer associado, já foi vetado pela atual gestão, ainda que os dois últimos pleitos tenham sido realizados em finais de semana. Todo associado Rubro-negro merece respeito!”, escreveu a Embaixada.
Presidente da Assembleia Geral atribui decisão a tabela do Brasileiro
O presidente da Assembleia Geral explicou sua decisão em resposta ao jornalista Venê Casagrande. Ele disse que a data foi a opção encontrada para cumprir o estatuto e não atrapalhar a reta decisiva do Campeonato Brasileiro e disse que marcou a eleição com antecedência de 120 dias, em vez dos 40 dias mínimos previstos no estatuto, para dar tempo para o eleitor se programar para vir votar.
“O estatuto obriga a eleição nos 10 primeiros dias de dezembro. Dia 1/12 é domingo e dia seguinte à final da Libertadores. Esperamos estar comemorando o título da Libertadores no dia 1/12. Com isso, sobra o final de semana seguinte, que é a última rodada do Brasileiro. Podemos garantir que a CBF não mudará a tabela? Não… até porque na semana anterior é justamente a final da Libertadores, podendo impactar duas rodadas que seriam remanejadas. O Flamengo pode estar disputando o título no dia 8/12 . Como marcar a eleição para o dia 7/12? O clube estará muito confuso pela expectativa da final”, afirmou.
Carlos Henrique afirmou que tentou incluir o voto a distância por proposta de mudança de estatuto, mas a proposta não foi a votação. Por isso, optou por marcar a eleição com antecedência.
“Por outro lado a Assembleia Geral propôs, em emenda eleitoral, duas alterações em artigos do Estatuto: trazer a votação para o terceiro decêndio de novembro (a comissão de estatuto do Code não aprovou) e implantar o voto a distância por correspondência (também a comissão de estatuto não aprovou). Com isso optamos por agendar com mais de 120 dias de antecedência a eleição, a fim de que todos possam se programar a contento. O estatuto fala em 40 dias, disse.
Aliado de Carlos Henrique, Bap não se pronunciou sobre a escolha da data das eleições. O candidato de Landim, Rodrigo Dunshee de Abranches, também não se manifestou.
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