Tite deu finalmente a primeira coletiva como técnico do Flamengo na última segunda-feira (16). Numa apresentação protocolar, deixou claro que precisa adaptar seu jogo ao elenco que tem, falou sobre usar Gabigol e Pedro juntos, bem como comentou sobre o resto da temporada do time no Campeonato Brasileiro.
Tudo muito normal, exceto por um ponto: o incômodo de uma parcela da mídia esportiva pela falta de inclusão do Corinthians nas perguntas dos jornalistas.
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Tite afirmou, em duas oportunidades, que não assumiria nenhum clube em 2023. Alegando questões familiares e descanso dos seis anos na Seleção Brasileira, podemos entender também que inicialmente Tite não desejava comandar nenhuma equipe brasileira, pois acreditava que poderia ser procurado por algum clube estrangeiro.
Passado os meses, Tite recebeu uma interessante proposta do Flamengo com olhos para 2024, porém iniciando ainda esse ano. Isso despertou a fúria dos corintianos, já que o técnico negou diversas investidas do clube paulista nesse período para retornar ao clube que o consagrou.
Mídia paulista sente ausência de rival em coletiva do Flamengo
Além disso, a coletiva irritou alguns nomes da mídia esportiva paulista, pois, segundo eles, Tite não foi perguntado do porquê aceitou o Flamengo em detrimento do Corinthians. Isso abriu o debate nas redes sociais se o tema era ou não pertinente numa coletiva de apresentação do Flamengo.
Podemos concordar que existem problemas na forma como o Flamengo conduz suas coletivas, porém essa necessidade vindo do outro lado da Dutra em ouvir o nome do clube paulista na coletiva é algo absolutamente desproporcional. Inclusive, diferentemente do que alguns desses jornalistas propagam, Tite respondeu questionamentos sobre sua então promessa de ano sabático.
“Eu prefiro colocar que foi um ‘ajuste das datas’, respeitando todas as colocações diferentes. Por quê? O objetivo do Flamengo para 2024 foi a premissa da conversa e do interesse. Da minha forma, também do trabalho em 2024”.
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“Lembro quando nós estávamos conversando a respeito, e o (Marcos) Braz me perguntou: ‘Como a gente ajusta os seus objetivos profissionais com os objetivos do Flamengo?‘. O projeto é de 2024, mas ele é uma necessidade para agora. E aí o projeto pesou mais forte”.
Acredito que o grande problema desses jornalistas foi não se citar o Corinthians em nenhum momento. Entendo que é o clube mais identificado na carreira do Tite, porém que não o tem como técnico há sete anos e que, sinceramente, não é algo que faça essa falta toda.
Tite estava sendo apresentado como técnico do Flamengo, as perguntas e as respostas refletem o clube atual dele. Não ao clube que ele, aliás, não treina desde 2015.
Marcos Paulo Neves é professor e historiador formado pela UNIRIO. Apaixonado por futebol e pelo Clube de Regatas do Flamengo, procura falar sobre futebol, política e história de maneira clara e não revisionista.
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