Gabigol vem desempenhando função muito importante no ataque do Flamengo e contribuindo para que Pedro viva a fase extraordinária que vem vivendo, marcando gols e sendo convocado para a Seleção Brasileira. Essa não é a temporada mais artilheira de Gabigol, pelo contrário. De 2019 para cá, é o ano que o atacante teve menos participações diretas em gol.
Isso porque o atleta balançou as redes 28 vezes e deu cinco assistências. É a temporada com menos assistências do jogador no Mais Querido. Em gols, 2022 supera a temporada 2020, quando o jogador marcou 27 vezes. No entanto, com menos jogos para tal. A temporada atual já é a que Gabigol mais entrou em campo pelo Flamengo: 58 vezes, uma a mais que em 2021 e 2019. Mas a diferença vai aumentar, já que a temporada ainda não acabou.
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Apesar desses números, isso não representa uma queda de rendimento de Gabigol. Pelo contrário, significa a adaptação de um jogador a uma nova forma de jogar em alto nível. Na sua nova função, o camisa 9 joga por trás durante a maior parte do tempo para aproveitar Pedro centralizado. Um dado importante é que das cinco assistências de Gabigol no ano, quatro foram para o camisa 21, ou seja, 80% dos passes.
Gabigol cria oportunidades de gols para Pedro
Mas Gabigol auxilia Pedro de diversas formas. Além dessas assistências, há ainda as pré-assistências, ou seja, os passes que levam até as assistências. Gabigol é muito participativo e criou 61 chances em 2022 enquanto esteve em campo nas 58 partidas. De todas essas chances, 13 são participações em boas jogadas para Pedro.
Quatro culminaram nas assistências para Pedro. Mas contra o Goiás, por exemplo, Gabigol dá belo lançamento para Arrascaeta achar Pedro na área e botar a bola na rede. Também tem os gols perdidos por Pedro, como o passe de Gabigol contra o Audax no Cariocão. Pedro encobriu o goleiro, mas o zagueiro tirou em cima da linha.
A lista ainda conta com a derrota no Fla-Flu, quando Gabigol rouba a bola na frente e encontra Pedro na área, mas o camisa 21 desperdiça a chance para o Flamengo. Há também pré-assistência de Gabigol para assistência de Pedro, quando Matheus França marca contra o Tolima. Pedro ainda desperdiçou outras chances, incluindo rebote em chute de Gabriel Barbosa.
Analista explica papel de Gabi no time do Flamengo
O analista tático do MRN Douglas Fortunato fala sobre essa nova função de Gabigol, que tornou a temporada atual a com mais chances criadas pelo jogador. Em 2019, foram 54 chances em 57 jogos, enquanto no ano seguinte, com menos partidas por conta da pandemia, foram 30 chances em 36 jogos. Em 2021, Gabigol havia estabelecido seu recorde: 57 chances criadas em 57 jogos. Mas agora a média é superior a uma chance por jogo, com 61 criações de jogadas perigosas em 58 jogos.
Douglas explica que Gabi busca mais o jogo enquanto Pedro dá profundidade ao ataque, abrindo espaços para o camisa 9 criar jogadas. O mesmo acontece ao contrário, com Gabigol abrindo espaço para o companheiro.
“De 2019 até 2021, ele estava mais centralizado e era um cara que fazia o facão, os desmarques de ruptura, buscando ser o último homem, quem recebe na área. Agora com o Pedro, ele não é mais esse último homem. Ele ainda faz esses facões, mas com um pouco menos de frequência e agora ele está fazendo os desmarques de apoio”, explica Douglas.
E explica: “Isso significa sair da referência inicialmente. Ele fica mais próximo do Pedro e sai para ser opção ao meio-campo, para os meias e volantes. Isso faz com que você atraia a linha defensiva e eventualmente se tem mais espaço para o Pedro atacar a última linha, porque ao sair, o Gabriel atrai a defesa e abre espaço para o Pedro”.
Douglas ainda explica como Gabigol consegue acionar o parceiro de ataque tantas vezes durante as partidas.
“O fato do Pedro ser um homem de área, você tem um espaço entre a linha defensiva e a linha de meio-campo. Um ajuda o outro. Ser o último homem da frente, para a última bola, conseguindo empurrar a linha defensiva, dá espaço para o Gabriel. Tendo esse espaço para dar apoio, ele consegue acionar o Pedro muitas vezes”, finaliza.