Advogado, funcionário do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro. A torcida o conheceu como vice-presidente do Fla-Gávea e de Administração durante a gestão Patrícia Amorim (2010-2012), onde obteve boas avaliações em uma gestão marcada por todos os tipos de desajustes na maioria das pastas. O bom trabalho rendeu capital político suficiente para ser candidato a presidente do Flamengo na eleição de 2015. Terminou com apenas 259 votos, cerca de três vezes menos do que o segundo colocado, Wallim Vasconcellos. Ao contrário do que possa parecer, o cabeça-de-chave da então Chapa Branca gostou bastante do resultado: “Não tinha dinheiro e desvinculei minha imagem. Eu não sou o Cacau Cotta da Patrícia.
Conhecido na Gávea pela simpatia e bom papo, Cotta costuma fazer política de maneira simples, expondo suas opiniões de forma veemente e deixando claro princípios que expressam basicamente o sentimento de qualquer torcedor. Talvez esse seja o grande trunfo ideológico deste conselheiro que pouquíssimas vezes não é encontrado em votações do Deliberativo do clube: a interface com os sentimentos populares. O “candidato do povo” de 2015, no entanto, mostrou um surpreendente discurso de união e condescendência com erros desta e das gestões anteriores. “Errar é humano”, disse em um determinado momento da entrevista de 1h40 de duração, “só não pode errar por omissão”, completou.
Muitas vezes rejeitado por uma ala de torcedores e sócios (e potenciais eleitores) que o acusam de impulsivo e pouco preparado para a dimensão da presidência do maior clube do Brasil, Cacau Cotta se mostra tranquilo. “Estou preparado para ser presidente. Montar um grupo de pessoas capacitadas não é o mais difícil.”, afirma convicto.
Seu principal alvo obviamente é o futebol e o tiro deve ser acertar, segundo ele, na falta de pulso, comando e meritocracia atuais.
Cacau quer ser presidente, não há como negar. O curioso é que este, digamos, desejo, não parece ser maior do que o sonho de apenas voltar a trabalhar no clube: “Se me chamarem eu aceito qualquer cargo, desde que voluntário. Quero dar meu sangue novamente. Quero ajudar porque sei que posso contribuir, sei que posso ajudar”.
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Abaixo segue a transcrição de alguns trechos divididos em tópicos.
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Veja também: Fortes críticas à gestão Bandeira, erros do passado e futuro político: entrevistamos Wallim Vasconcellos
O nascimento da paixão
Meus pais e meus avós eram rubro-negros. Eu morava na Jorge Rudgi, divisa entre Vila Isabel e Maracanã. Cresci em volta do Maracanã, meu avô tinha um papagaio que cantava “Tua Glória É Lutar”. Isso era um encanto para uma criança. E em dias de jogos eu via aquela multidão chegando para os jogos do Flamengo. Não tinha a divisão de lados, todo mundo entrava junto. A partir dos dez anos eu pude ir aos jogos. Aos 18 anos jogava pelada em frente ao portão 18. O Maracanã era nosso playground. A gente ia para qualquer jogo. Depois fui ver jogo fora do Rio com caravana de torcida. Era uma coisa de paixão.
Começo na política do Flamengo
Meu pai morreu quando eu tinha 22 anos. Mudamos para Ipanema e virei sócio do Flamengo. Meados dos anos 90. Comecei a ver umas figuras importantes, pessoas que eu via como referência. Comecei a me aproximar da política. Participei da campanha do Márcio Braga. Eu tinha uma relação de atleta com a Patrícia Amorim. Ela me pediu para ajudá-la na campanha. Ela me convidou para ser diretor do Fla-Gávea. Eu não queria cargo remunerado. Eu não queria ter cargo remunerado. Tenho um trabalho e uma carreira. Só queria doar um pouco de mim e entrar na vida política do clube.
Imagem atrelada à gestão Patrícia Amorim
Sou grato demais à Patrícia por me abrir as portas. No entanto, é bom ressaltar que a gente trabalha para o CNPJ do Flamengo e não para a pessoa física do presidente. Chegar a vice-presidente foi uma honra, uma coisa marcante e que me deu condições de vir a ser candidato a presidente do clube. Acumulei Patrimônio e Fla-Gávea por um ano. Depois o Wrobel assumiu e fui para a Administração por um ano e meio.
Ninho do Urubu
Ajudei o Wrobel no CT. Óbvio que ele tem 99% de participação lá com o Luxemburgo, que a gente tem muito que agradecer também pela iniciativa de colocar o container, fazer mais dois campos novos e de fato o futebol foi para o CT. Bandeira teve a oportunidade financeira o que começou com o Márcio Braga, com o José Carlos Dias fazendo vaquinha para os campos porque o Flamengo não tinha dinheiro.
Gávea
Muita gente fala que eu fiz mais em três anos do que muita gente em 30. Eu foquei mesmo. Procurei alguns parceiros, tive ajuda e trabalhava como se fosse funcionário. Chegava no Flamengo às 8h, saía às 11h para ir para o meu trabalho e depois voltava às 18h e saía meia-noite. Abdiquei da minha família, deixei de ver a minha filha crescer. Perdi aquela fase ali dos cinco anos, que é uma fase gostosa – ela tinha que ir para o Flamengo para poder me encontrar. Não me arrependo de nada. Tenho o sonho de voltar.
Torcidas Organizadas
Torcida Organizada é como comunidade carente. Tem 200 traficantes armados, muitos que não são nem moradores. E você tem 40 mil pessoas de bem. Trabalhadores. E isso é Torcida Organizada. A FlaManguaça é uma torcida totalmente organizada hoje. Com sede, trabalho social, dificilmente se envolve em qualquer tipo de baderna. Quando eu participei, nos anos 80 e 90, era uma. Hoje é outra. Como a nossa sociedade. O nível de tolerância muito pequeno. Você vê gente de classe altíssima brigando em restaurante. As classes sociais que estão sem estudo, sem cultura, sem educação, vão pra dentro da Organizada para fazer fazer baderna, participar de briga. Isso não é Torcida Organizada, isso é marginal. É um problema da sociedade e da polícia. É óbvio que o clube tem alguma responsabilidade. E quando um membro faz algo errado pune o CNPJ da TO. Nós temos que encontrar uma forma de não acabar e trazer as pessoas de bem. O meu relacionamento hoje é mínimo. Nunca fui diretor, presidente. Tenho carinho pela Charanga. Tenho carinho pela Raça, da época do Mário Cruz e do Bocão. Tenho carinho pela Jovem do Betinho, do Niltinho, pela FlaManguaça, pela 12. Por todas que fazem a festa. Temos que separar o joio do trigo.
Bandeira e Patrícia: fechados em copas
O que está acontecendo com o Bandeira aconteceu com a Patrícia. De uma parte em diante do mandato começa a se fechar em copas, com duas ou três pessoas, e não houve mais ninguém. Lembro que no caso Ronaldinho vários VPs avisaram, quando a Traffic saiu que era hora de romper o contrato e deixar o jogador seguir a vida dele. O Flamengo não tinha saúde financeira para bancar R$ 1,1 mi de salário. A Traffic bancava R$ 750 mil. A falta de tomada de decisão também é parecida. No futebol tem que ter pulso forte. Tem que escutar mas tomar decisões rápidas.
Acertos e erros da Gestão Patrícia
O contrato com a Adidas.
O rompimento no Clube dos 13 – e aí foi quando ela começa a sofrer perseguição política dentro do Flamengo. Quando ela rompe com as oligarquias e apóia o Fábio Koff contra o Kléber Leite. Aí que ela começa a ser perseguida politicamente dentro do Flamengo. Eu nunca falei isso, é a primeira vez. Ela começa a conflitar com muitos interesses grandes. Futuro da CBF. Coisa enormes. Ela tirou o Flamengo de uma cota de R$ 40 milhões e o clube passou a faturar R$ 120 milhões. Ela teve essa coragem. Talvez eu tentasse apoiar o Kléber e através dele conseguir os mesmo objetivos. Criou-se muito embate político interno.
Outro acerto foi o basquete, que ela deu continuidade ao trabalho que começou com o Márcio Braga, com a Cristina Calou. Deu um trabalho danado e o Bandeira deu continuidade com o Vido, que é da área, que conhece. E o Póvoa, que é um bom VP, um cara que é Flamengo pra caramba.
Na base, a turma que está lá hoje, o Noval, começou lá atrás bater de frente com empresário. Os garotos passaram a ser 100% do Flamengo. Hoje eu não sei como está. Esse resultado é trabalho lá do Márcio Braga veio com a Patrícia. A Patrícia tem coisas boas.
Não foi esse desastre todo que falam. Grandes feitos: Contratos com o Globo e Adidas e o CT, com o Alexandre Wrobel.
Zico
Foi um erro gravíssimo. Patrícia não se definiu. Ela não ficou a favor da denúncia do Conselho Fiscal e nem do lado do Zico.
Gávea e o Parquinho
O ginásio Togo Renan Soares estava caindo eu reformei que é onde tem o Futsal, onde nascem as nossas promessas. Reformei as quadras de Futsal externas. Reformei o campo de grama sintética. Reformei o campo principal e o ginásio do Profissional, onde não tinha nem ar condicionado. Reformei o cantinho da FlaPel. Fiz o estacionamento, que era um lugar de matagal, entulho e sujeira. Fiz a Arena Maestro Júnior sem custo, com doações. Reformei o ginásio de Ginástico. Reformei o departamento médico. Coloquei a secretária na sacada, próxima da loja e do museu.
A turma que fez o vídeo do Parquinho hoje brinca com seus filhos lá. É uma das coisas mais legais lá dentro da Gávea porque é do lado da piscina. As crianças ficam no parquinho e os pais na piscina. A Gávea estava abandonada. Um erro da gestão Márcio Braga com o Delair. Foi largada completamente. Virou um verdadeiro lixão. Reformei quase toda a Gávea. Só não fiz o que eu não tive condições financeiras de fazer. Atualmente mantiveram o que foi feito e estão tocando projetos que eram nossos.
Política e eleição
A Patrícia perdeu a eleição de 2012 com mais votos do que venceu três anos atrás. A área mais bem avaliada da Gestão Patrícia foi a Social e Administração. No Futebol ela estava esmagada por conta do Zico e do Ronaldinho. Por isso que eu vejo a situação se repetir com o Bandeira. Falta de comando, não saber tomar decisão, não escutar. Ela ainda teve um problema menor em relação a essa questão de eleição. Já era da vida pública. O Bandeira vai ser espancado porque usou o Flamengo pra ser promover para a vida pública. Inclusive o CEO pode vir a ser candidato também.
Cláudio Pracownik foi vice-presidente do Edmundo Santos Silva. Uma vida política longa no Flamengo. E nem por isso ele deve ser desmerecido. Grande cara, grande rubro-negro, entende demais de Flamengo. Seria um bom nome para presidente mas parece que encontra resistências na família e na empresa. O Landim também não será candidato. Não tem tempo para o Flamengo. Ele não teve tempo para votar no Wallim. Não veio votar nele mesmo na última eleição. Teve que ir para Nova Iorque. Imagina ele sendo presidente? Não dá.
Eu me encontro preparado para ser presidente. Sou um estudioso do Flamengo. Eu participei da última eleição para me desvincular desses mitos. O Cláudio não é o Cláudio do Edmundo Santos Silva, eu não sou o Cacau da Patrícia. Eu sou Cacau do Flamengo. Trabalhei para o CNPJ do Flamengo de forma voluntária e de graça. E a Patrícia nem votou em mim, nem me apoiou. Fiquei chateado, decepcionado. Mas faz parte, é isso aí.
Durante as eleições eu falei: “Estão apequenando o Flamengo. Elitizando a torcida. O Flamengo tá mudando. Precisa encontrar o meio-termo”. Hoje todos falam isso.
Cacau candidato a presidente em 2018
Eu estou vendo que a chapas estão com problemas para encontrar nomes para serem candidatos. Eu me encontro preparado. Sou um estudioso do Flamengo. Quero voltar ao Flamengo. É uma questão pessoal um sonho. Eu quero participar de algum modo. Sou funcionário do Tribunal de Contas do município do Rio de Janeiro. Sou advogado. Tenho cursos na área esportiva. E aprendi muito na parte jurídica e na parte administrativa. Da Geral ao Camarote. Eu sei onde eu errei e onde eu acertei. Vivenciei o futebol. Diversas vezes sendo chefe de delegação pude cobrar grandes jogadores como o Vágner Love. Falando olho no olho: “Love, você tem o maior nome, o maior salário, ganha R$ 550 mil. Tem que assumir a responsabilidade”. Nunca papariquei, colocar ingressinho no bolso de jogador. Mesmo assim me convidou para o seu casamento. Um sinal de respeito e admiração. Olhar no olho e mostrar que tá falando com homem, com cara de palavra, que tem pulso, que olha no olho. Isso que falta ao Flamengo. Gerir? Você monta o melhor grupo técnico. Eu trago o melhor grupo técnico e mantenho o que tiver de melhor. Caráter, comando, pulso, liderança, você não compra.O Flamengo precisa muito disso.
Tentaria manter alguns dos atuais vice-presidentes sim, sem dúvida. E o Flamengo não pode abrir mão de um Bap também. De um cara como o Tostes. Próprio Wallim tem muito a contribuir. Bandeira tem muito a contribuir – errou e acertou. No meu grupo, União Rubro-Negra, nós temos pessoas que vão ajudar muito: Yuri Sayone, Siro darlan, Sýlvio Capanema, Marcello Fauhaber, José Pires e outros. E se eu fosse convidado aceitaria na mesma hora, eu sirvo ao Clube de Regatas do Flamengo. Eu não nego um convite para ajudar o Flamengo. Podem me chamar até para um grupo de conselho.
Vantagens financeiras
Eu não colocaria minha mão no fogo. mas eu acho que o que o Flamengo dá é isso aí que tá acontecendo com o Bandeira: ele já vai pra política. O Flamengo dá muito em troca. Se você tem um escritório de advocacia o seu escritório fica na mídia. Se você é do mercado financeiro, do marketing esportivo, você passa a ser mais procurado, a ter mais contato. O Flamengo abre portas. O Flamengo é um networking absurdo. Agora, se alguém teve o mau-caratismo de se locupletar do dinheiro do Flamengo, é uma covardia… Tem que responder.
Estádio na Gávea
Temos que procurar os vereadores. O Flamengo tem que ter articulação política. Eles precisam ajudar o Flamengo. Estádio na Gávea não pode? Se a gente tiver uma bancada forte vai poder! Vou perder para uma associação de moradores, que não tem nem eleição? Que tem a mesma presidente há trinta anos. Ela perdeu para o Shopping Leblon, por que não vai perder para o Clube de Regatas do Flamengo? Flamengo estava ali antes deles. Se tivermos articulação política a gente vai ter estádio sim.
Engenhão, Maracanã e Ilha
O Maracanã deixou de ter um pouco da nossa alma, do nosso DNA. Nós sofremos na gestão, não tinha o Maracanã. Fomos para aquele Engenhão, um gelo horrível. E esse novo Maracanã não é igual ao antigo. Já gastamos R$ 20 milhões na Ilha do Urubu. Tudo bem, uma ótima iniciativa. Parabéns ao Rafael Strauch. Mas não seria melhor fazer um provisório aqui na Gávea? E a Ilha tem essa coisa do transporte, segurança. Acabou errando. Mas errou tentando, tem minha admiração. Errar falando é mole. Meus parabéns porque tentou-se fazer lá na Ilha algo com o DNA do Flamengo.
Treino na Gávea
Jogador tem que sentir outra responsabilidade. Ficar no meio do mato é legal, na paz. Quando o time tiver um pouco mais tranquilo leva para a Gávea. Não é colocar o cara no fogo. Ali está o suor dos samurais. Eles vão encontrar o Adílio, Uri Geller. Vai ver o Grande-Benemérito, o ex-presidente. O Ninho é muito frio, é gelado. Não tem alma.
Maurício Gomes de Mattos
Passou por algumas gestões. Parece que se lançou candidato. É um ponto de interrogação.
Rodrigo Caetano
Deveria estar demitido desde dezembro de 2015. Trabalho dele foi péssimo em 2014. O currículo dele é muito ruim. Teve mais dinheiro do que qualquer um. Só no ano passado gastou mais de R$ 500 milhões. Flamengo nunca gastou tanto para contratar e para pagar. E nunca foi tão mal gerido no futebol. É a pior gestão de futebol de todos os tempos, pelo custo benefício, pela expectativa que gerou. Estamos pagando salários exorbitantes. Não tem meritocracia nenhuma.
Ricardo Lomba
Entrou em um ninho de cobras. Ele não escolheu o técnico, não escolheu os jogadores, não escolheu esse diretor-executivo dele, ele não quis que o Fred Luz foi para o Futebol. Eu tenho certeza que o Bandeira, Fred Luz e Caetano continuam mandando. Tinha que ter carta branca para limpar as cobras todas. Ou se, foi lá, viu que seria picado? Sai!
Lomba é meu amigo de arquibancada. Mas ou entra com carta branca ou pede pra sair. Se ele tivesse independência tinha mandado o Rodrigo Caetano embora e o Fred Luz voltar pra Gávea. Se ele acha o trabalho do Caetano bom quem tem que ser “demitido” é ele. Se o Flamengo tiver um ano ruim no futebol ele não será poupado. Vai para o buraco junto com essa turma que não entende nada e já deveria ter saído do Flamengo. Só Helal saiu do Futebol para a Presidência. Se o futebol for mal este ano o Lomba não vira nem mais síndico do prédio onde mora.
SóFLA
Meus amigos do SóFLA – a maioria pessoas de bem, que querem ajudar o Flamengo -, mesmo com pensamentos antagônicos aos meus, eu converso com vocês, a gente almoça e se encontra, torce, ri e chora junta. Viaja junto. Eu fiz amigos como Rafael Strauch, como o Rodrigo, o Schettini, como o Luiz Filipe, Lomba, como o excelente Orlean, gente boa e do bem, Mangin, Tozza e vários outros que eu aprendi a gostar. Mas eu avisei no Twitter: “Tomem uma atitude agora ou saem! Vocês vão pro fundo junto com essa gente.
Eduardo Bandeira de Mello
O grande feito da gestão Bandeira foi pegar os R$ 80 milhões que tinha no caixa, do contrato da Globo e fazer o financiamento da dívida do Profut. E aí a imprensa começou a história de clube-cidadão. O Marketing passou a ser bem-gerido, com o mínimo de organização. O Bandeira passou uma imagem de pessoa do bem, boa, aquela forma calma dele que conseguiu se vitimar muitas vezes quando nem era. E isso vendeu bem muito bem. Esse auto-marketing da turma, junto com as redes sociais empurrando, carregaram essa gestão por muito tempo. O Willeman é um grande VP. Com dinheiro fica mais fácil para fechar acordos. Tem o Accioly também que é fantástico.
Carpegiani
Campeão. Tem meu respeito e minha gratidão do fundo do meu coração. Mas ele mesmo não sabia para o que vinha. Ele foi anunciado como coordenador. E aí o Mozer continua lá. Não se sabe o que cada um faz. É muita gente! Vamos lá, tem o Bandeira, o Fred Luz, o Lomba, o Rodrigo Caetano, Fabinho, Carpegiani., Jayme, Barbieri… O jogador olha e fala: “Quem manda aqui?”
Fred Luz
Fred Luz é um grande jogador de golfe que não entende nada de futebol. É um grande CEO que não entende nada de futebol. É um grande executivo que deveria estar tomando conta da parte administrativa do clube como um todo e não lá na beira do campo no CT. Viajando com o futebol. Esse não é o papel dele. Ele deveria estar fazendo reunião com todos os executivos, cobrando as metas e os resultados. Conversando com os vices-presidentes. Ele virou um outro diretor-executivo de Futebol. E aí o resultado é nenhum porque ele não entende de futebol.
Wallim Vasconcellos
Uma pessoa que eu aprendi a gostar. Na eleição eu impliquei demais, bati demais. Mas ele deixava sempre a bola quicando (risos). Naquele debate da ESPN eles estavam muito nervosos. Bebendo muita água. Tensão absurda entre ele e o Bandeira. Os dois com uma raiva um do outro, uma coisa assim pessoal. Acho até que hoje diminuiu, não sei. Seria bom para o Flamengo que sim. O Bandeira foi naquele mimimi de clube-cidadão, Profut.
Bap
Um cara parecido comigo.Tem minha admiração e meu respeito. Tem esse excesso de atitude. Errou mas não peca por omissão.Gosto do ímpeto. O Bap tem até perfil, e poucos no Flamengo tem, para vice de Futebol. Eu vejo pouquíssimos nomes pois é pior do que ser presidente.
Pracownik
Capacitadíssimo. Pessoa que eu gosto e respeito.Não tem nada de arrogante. É só um cara um pouco mais introvertido. Seria um nome para presidente. Não ia se meter no futebol. Admite que tinha que ter uma pessoa mais com o perfil, até como o Lomba, mas que agora entrou num momento muito ruim com muita cobrança e com tudo pronto.
Depois de vexames
Só tem duas atitudes. Bancar o projeto que você acredita. Banca de não mudar daqui uma semana. Bandeira banca e volta atrás na pressão. Banca e perde. Quantas vezes ele disse que o Zé era o treinador dele e que ia até o final do ano? Ele banca o Rodrigo Caetano. Queria entender tanto amor, tanta admiração. Ou você entra como presidente e dá um choque de ordem e muda tudo ou você chama a imprensa e fala: “Agora a responsabilidade é minha”. Jogador que dá declaração após perder dizendo que não é nada demais, já treina à parte, pode arrumar um clube. Não é o Flamengo. Vai treinar lá na Gávea com sócio no ouvido. Eu tenho uma personalidade forte, sou intenso. Não vou tomar atitude precipitada, com o coração. Só que no futebol não dá para ter atitude pela metade. Não dá para ficar na dúvida.
Entrevista concedida a Diogo Almeida – Siga-o no Twitter: @DidaZico
Edição e pós-produção de vídeo: Carlos Gusmão – Siga-o no Twitter: @crgusmao
Veja a entrevista completa
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