E a obrigação de classificação para mais uma etapa da Copa do Brasil contra um time que disputa a Série C, transformou-se numa trágica…ruína. Jogando em ritmo de arritmia Flamengo foi presa fácil dos contra-ataques do Fortaleza. Dois para ser mais exato. E nestes nosso, como dizer, “goleiro”, falhou clamorosamente. Ok. Não foram frangos. Mas foram bolas defensáveis e o Paulo Vitor, de número 48, talvez em um ato falho por ter a certeza da desonestidade técnica de assumir a camisa número 1, deixou passar. Como acontece todo jogo em que conseguem mirar a bola direito entre as balizas.
Mas ele está no elenco. E por estar no elenco é passível de ser escalado, mesmo que o Flamengo tenha adquirido outro goleiro. O técnico contratado prefere escalar o Paulo Vitor. Seja por acreditar que Muralha consegue ser pior que o Paulo Vitor, seja por medo de mexer com a posição hierárquica de Paulo Vitor dentro do elenco e assim, de alguma forma, prejudicar a relação comissão técnica x time.
Enfim, não é só de goleiro que vamos falar. O time do Flamengo, como um todo, não é um time. É um aglomerado desconexo. Não há triangulações, nem ultrapassagens. Não há jogadas ensaiadas, proteção efetiva à zaga, nada. O que faz concluir que: ou há imensa precariedade nos treinamentos que estão sendo efetuados ou a qualidade técnica individual dos jogadores que estão no elenco são sofríveis, mesmo que custem um dos maiores orçamentos no Brasil para manter.
E um time que tem um dos maiores orçamentos do Brasil não pode perder tanto como perde o Flamengo neste primeiro semestre. Há erros enormes sendo efetuados porque esta situação não é de agora, deste ano. Se arrasta desde 2013, em que, por um momento, tivemos um time capaz de ganhar a Copa Brasil com Elias e Brocador. Mas que passou sufoco no Brasileirão. De lá para cá é uma draga que mesmo a promessa de um técnico de alto nível (Muricy), melhor estrutura (CT), melhor cuidado médico, nutricional e fisiológico (Exos), hipotéticas melhores contratações, não conseguiram reverter.
Não funciona. Como li em um grupo do whatsapp: “O experimento falhou”.
O Flamengo profissional falhou. E nisso temos toda a cadeia de decisões comprometida. Do presidente, ao Vice de Futebol. passando pelo CEO e Diretor de Futebol. Não souberam formar equipe com alma Flamengo. O máximo que conseguem é uma equipe errática e desarrumada.
Pegamos o exemplo do Basquete. É uma senhora equipe. Pode falhar alguns jogos, errar bastante, mas tem alma. Sabemos que pode dar um jeito louco e reverter o resultado na base da raça. Como aconteceu ontem. Por exemplo. O Futebol não. Frio, distante, gélido, imóvel. Não tem capacidade de reação.
Tem que mudar.
Godinho, com sua pose toda, não deu jeito. Ou está cheio de dedos para intervir, para cobrar. Prefere prestar homenagens a quem é ou está incompetente para resolver. Plínio, em que pese seu suposto conhecimento, não está agregando nada. Rodrigo Caetano e Fernando Diniz, podem ser bons em vários aspectos estruturais e contratuais, mas não souberam criar liga, não souberam sequer montar um Departamento que evitasse que atos tresloucados como contratar Fernandinho e renovar com Marcio Araujo e Sheik acontecessem. Fred Luz, o CEO, encarregado da profissionalização, não soube fazer do departamento profissional mais importante do clube funcionar com eficiência. E o Presidente, em momento grave no futebol do Flamengo, resolveu aceitar convite para representar a CBF em competição da Copa América. Convite plenamente recusável pois não pode haver nada mais importante que o Flamengo em tempo de crise.
Em suma, tudo errado. De cima a baixo da estrutura profissional e amadora do Flamengo. O futebol não foi priorizado. A impressão é que largaram a chave nas mãos do Rodrigo Caetano, que larga a chave na mão do primeiro técnico que contrata após o antecessor que não deu jeito. E assim se perpetuará se não quebrar esta cadeia viciada.
Minhas sugestões imediatas:
– Demita Rodrigo Caetano e Fernando Gonçalves. Não funcionaram.
– Contrata novo Diretor Executivo do mercado e um Gerente de Campo como Fabio Luciano ou Mozer (tem experiencia internacional).
– Faça uma Junta de ex-dirigentes do Flamengo com experiencia no futebol para funcionar como Conselho e identificarem problemas executivos.
– Organizem regularmente treinos na Gávea para aproximação dos jogadores com a torcida. Se sentirem cobrados e tal. A distância fria profissional tão acentuada é inimiga.
– EBM não vá para os EUA. Seu lugar é no Flamengo.
– Godinho faça uma declaração dura sobre o péssimo momento ou então pede para sair. Para fazer cara de paisagem tem outros que podem servir muito bem.
– Quanto a comissão técnica, colocava o Muricy de coordenador e o Zé Ricardo como interino.
– Demitia sumariamente o Jayme. Não sei de sua serventia na Gávea. Sua presença é bem inútil. Vide a falta de resultados em treinamentos e sua falta de capacidade em orientar o time enquanto substituto.
Evidente que ninguém irá segui-las. Quem sou eu? Mas o futebol do Flamengo tem hoje o clássico problema de “junta”. O famoso “junta tudo e joga fora”. E esta gestão tem 40 milhões de pessoas nas costas, logo imensa responsabilidade de resolver isto. Seu Conselho Diretor deveria se reunir, sentar junto e executar medidas drásticas e sérias para tirar o Flamengo desta infâmia atual.