O MRN preparou uma série de matérias sobre a história Flamengo no Novo Basquete Brasil (NBB), e este sábado (5) é o dia de relembrar o quinto título do Orgulho da Nação. A temporada de 2015/16 significou o fim do elenco que vinha do bicampeonato, seguido por um novo grupo que abraçou o espirito rubro-negro para seguir vencendo. Mas o grande acontecimento foi a última taça de Marcelinho Machado.
O ídolo não se aposentou após a final 15/16, mas não voltou a levantar o título nacional com o Manto Sagrado em sua carreira. Justamente no que foi uma de suas temporadas mais simbólicas pelo Mengão. Antes o “carro-chefe”, ele viu a necessidade de começar a sair do banco de reservas em função dos já 40 anos. Mas nada era capaz de apagar o talento e o brilho do eterno Camisa 4. Relembre a trajetória.
Após saídas, time sai do melhor ataque para a melhor defesa em ano de recordes
Já tetracampeão inédito da competição, o FlaBasquete começou o NBB 2015/16 sem Laprovittola, Hermann e outros nomes campeões mundiais duas temporadas antes, saídas lembradas até hoje pela torcida. Mas o time tinha também dois recordes no radar: primeiro time a ser penta e a conquistar o título quatro vezes consecutivas.
Ambas as marcas foram atingidas e a primeira naturalmente já superada pelo próprio Mengão, que é heptacampeão. Mas o foco está na temporada 15/16, que voltou a ser de um Flamengo muito dominante na fase de classificação. Com a saída de muitos tricampeões e campeões mundiais, o técnico José Neto precisou se adaptar aos novos jogadores para encontrar a melhor forma de jogo.
E não demorou muito para isso acontecer, o que se traduziu numa campanha fantástica de 23 vitórias e somente cinco derrotas em 28 partidas. Curioso notar que, antes líder pelo melhor ataque, agora o Fla era a equipe que melhor se defendia no torneio. Foram 1.973 pontos cedidos, média de 70 por jogo e o único abaixo de 2 mil.
Isso não significa que o ataque rubro-negro não foi efetivo, muito pelo contrário. Os 2.362 pontos (84,3 p/j) foram os números do segundo time com maior pontuação da primeira fase, atrás apenas do Bauru (vice-líder).
Jogo marcante da 1ª fase: Mogi 85 x 88 Flamengo
Um dos melhores jogos da primeira fase foi a disputa de altíssimo nível entre FlaBasquete e Mogi das Cruzes. Jogando no ginásio do time paulista, o Mengão contou com uma tarde inspirada de Jason Robinson para conquistar a vitória que assegurou o primeiro lugar com antecedência.
Não faltaram lances técnicos e jogadas plásticas no jogo, além de final dramático com cesta de três pontos no fim. Após confronto muito equilibrado nos três primeiros quartos, Mogi e Flamengo chegaram ao último período brigando ponto a ponto pela vitória.
Mas, restando poucos minutos, o norte-americano acertou cesta de três e deu vantagem para o Mengão no placar. O rival ainda tentou responder, mas falhou e saiu de quadra derrotado por 88 a 85. O Orgulho da Nação contou com bela atuação de Robinson, com 18 pontos e 4 arremessos de 3 pontos convertidos. Além de Marquinhos, com 19 pontos.
Playoffs: o caminho do FlaBasquete até o 5º NBB
O mata-mata do NBB 15/16 começou com o clássico Flamengo x Brasília, o que naturalmente aumenta a expectativa do público. O resultado em quadra foi um atropelo do time rubro-negro para varrer o rival e avançar de fase rapidamente.
Foram três jogos e três vitórias, todas por pelo menos nove pontos de vantagem: 88 a 79; 93 a 73 e 93 a 82. Em seguida foi a vez do Mogi das Cruzes, que protagonizou um novo grande duelo com o Mengão. Após quartas na temporada do título de 13/14, um novo 3 a 2 decidiu a classificação rubro-negra.
A série abriu com vitória do Mogi e os times intercalaram triunfos até o momento da decisão. No quinto jogo o mesmo cenário do ano anterior: Flamengo vencedor no jogo eliminatório. Triunfo por 79 a 75 colocou o Orgulho da Nação nas finais.
Finais: Flamengo x Bauru
Após dois anos de finais em jogo único e teste de sistema de melhor de três, o NBB voltou a ter melhores de cinco na decisão nessa edição. E o que aconteceu foi justamente uma final decidida em cinco jogos entre FlaBasquete e Bauru. Os finalistas do ano anterior, quando Fla venceu em jogo único, se encontraram novamente e o resultado foi o mesmo.
Líder e vice na fase classificatória, os times também alternaram vitórias. O Mengão abriu vencendo, perdeu o Jogo 2 e assim por diante. Curiosamente, cada time só havia vencido como visitante até o momento do quinto e decisivo jogo.
Foi então que o Flamengo foi jogar em casa precisando encerrar essa sequência. E não poderia ser diferente. Ao lado da Nação, o Mengão não tomou conhecimento do adversário e conquistou o título após vitória impressionante por 100 a 66.
Olivinha foi eleito o MVP das finais, enquanto Marquinhos ganhou o prêmio de melhor da competição. Destaque especial para Marcelinho Machado, o herói e grande ídolo do basquete rubro-negro que, já aos 40 anos, ganhou o troféu de Sexto Homem do ano.
A última vez que o capitão levantou um troféu
Naquele momento de festa após o fim da torcida, torcedores e o próprio Marcelinho Machado não tinham como saber que aquele seria o último título do ídolo com o Manto Sagrado.
“Marcezico” fez uma temporada em que muitas vezes saiu do banco de reservas, mostrando não só a humildade como noção de sua importância para o time. Sempre capitão, até mesmo quando machucado, como em 12/13, assumiu com maestria a função de ser o Sexto Homem do time. Não à toa venceu a premiação.
As médias de 11,6 pontos e 23 minutos em quadra eram muito mais baixas do que na época na qual era o grande líder técnico do basquetebol nacional. Ainda assim, o esquema montado por José Neto permitiu explorar todo o talento do ala com 41 anos na época.
Um ano em que o grande vencedor foi o torcedor rubro-negro, que, mesmo sem saber, via um de seus heróis dar mais uma demonstração do motivo que ficará eternamente marcado na história rubro-negra.
Os campeões do NBB 15/16 pelo Flamengo
Veja abaixo a lista de todos os jogadores que entraram em quadra pelo Flamengo no título do NBB 15/16 e também as estatísticas de cada um na competição.
- Meyinsse #55
- Mineiro #12
- Marquinhos #11
- Iglesias #25
- Rafa Luz #55
- Batista #13
- João Felipe #20
- Pedro #21
- Danielzinho #7
- Mingau #23
- Ramon #14
- Olivinha #16
- Gegê #19
- Robinson #24
- Marcelinho Machado #4
Jogador | PJ | MPJ | 2P% | 3P% | LL% | RB | AS | PPJ |
Marquinhos | 41 | 27.1 | .507 | .378 | .818 | 3.7 | 3.4 | 15.9 |
J.P. Batista | 41 | 20.64 | .691 | .000 | .786 | 5.1 | 1.4 | 11.3 |
Marcelinho Machado | 39 | 23 | .423 | .404 | .833 | 2.8 | 3.1 | 11.6 |
Jerome Meyinsse | 39 | 17.6 | .623 | .000 | .816 | 4.2 | .9 | 8.41 |
Jason Robinson | 38 | 23.5 | .527 | .385 | .750 | 2.6 | 1.5 | 8.8 |
Rafael Mineiro | 41 | 21 | .540 | .328 | .648 | 4.1 | 1.3 | 7.6 |
Rafa Luz | 41 | 22.9 | .556 | .376 | .710 | 2.9 | 3.9 | 6.95 |
Olivinha | 35 | 20.7 | .621 | .361 | .719 | 3.2 | .8 | 10,94 |
Ronald Ramón | 26 | 21.9 | .540 | .438 | .926 | 2.3 | 1.5 | 7.38 |
Gegê Chaia | 36 | 14.5 | .458 | .267 | .800 | 2.3 | 3.1 | 2.42 |
Mingau | 15 | 3.77 | .583 | .000 | 1.000 | 0.8 | 0.1 | 1.2 |
Jorge | 5 | 2.5 | .200 | .200 | .000 | 0.0 | 0.5 | 1.0 |
Pedro Faria | 8 | 1.5 | .000 | .500 | 1.000 | 0.0 | 0.0 | 0.6 |
Danielzinho | 13 | 2.38 | .500 | .000 | 1.000 | 0.1 | 0.1 | 0.9 |
João Felipe | 1 | 1.5 | .000 | .000 | .000 | 0.0 | 0.0 | 0.0 |
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