O MRN preparou uma série de matérias sobre a história Flamengo no Novo Basquete Brasil (NBB), e este sábado é o dia de relembrar o terceiro título do Orgulho da Nação. A temporada de 2013/14 foi a melhor do basquete rubro-negro em 95 anos de história na época. Com elenco eternamente marcado no clube, o time levantou todos os troféus possíveis.
O elenco que era o atual campeão recebeu os reforços de nada mais nada menos que o armador argentino Nicolás Laprovittola e do pivô Jerome Meyinsse. Dois nomes que se aliaram aos astros que já estavam no clube: Marcelinho Machado, Marquinhos e Olivinha, para formar uma das melhores formações do basquete brasileiro de todos os tempos, algo que os resultados comprovam. Relembre o ano mágio do Flabasquete:
Domínio na 1ª fase e vaga direta nas quartas
O caminho do FlaBasquete para se classificar aos playoffs foi muito similar ao que o time fez nos dois títulos anteriores. Foi novamente o melhor da primeira fase com certa distância para os rivais pelo ataque avassalador, com os astros já citados.
Com 26 vitórias em 32 jogos e apenas seis derrotas, o time comandado pelo técnico José Neto mandou um claro recado aos adversários: estava no caminho para o tricampeonato do NBB. Característica do Mais Querido, o ataque foi o carro-chefe da formação e terminou a primeira fase como o melhor: 2.712 pontos, média de 84,7 por jogo.
A equipe mais uma vez foi a única a ultrapassar os 80% de aproveitamento na primeira fase. Um fator que mostra outra qualidade que esse elenco rubro-negro adquiriu: regularidade. Outro fator que ajuda a evidenciar esse fato é que não sofreu duas derrotas seguidas em momento algum. O time sempre retomava o nível para dar resposta no jogo seguinte ao revés.
O NBB 13/14 contou também com mais um capítulo da rivalidade entre Flamengo e Brasília, algo constante até aqui na série do MRN sobre os títulos rubro-negros. E dessa vez o melhor jogo da primeira fase da competição foi logo na estreia, quando os dois rivais se enfrentaram.
Flamengo 84 x 82 Brasília: O jogo das cestas
Primeira rodada de NBB e já foi possível identificar que o FlaBasquete montou um dos melhores elencos da história do basquete brasileiro. Com três desfalques de peso, Marcelinho Machado (suspenso), Marquinhos (lesionado) e o americano Meyinsee (problema pessoal), o Orgulho da Nação contou com atuação de gala do estreante Laprovittola.
A aflição pelos desfalques no clássico logo foi embora da torcida na HSBC Arena. Isso porque os primeiros momentos de jogo davam a impressão que seria um verdadeiro passeio rubro-negro no clássico.
Liderado pelo armador argentino e Olivinha, o Fla abriu 16 a 12 no primeiro quarto e não teve dificuldades para fechar o período seguinte com placar de 49 a 30. O clima na arquibancada era de festa pela vitória acachapante que se formava.
Mas o terceiro período marcou o início da reação de Brasília, ainda tímida. A vantagem, que era de 19 pontos, caiu para 10 (57 a 47) antes das equipes chegarem ao último quarto. O período final foi o melhor do jogo e contou com momentos de apreensão.
Brasília enfim entrou no jogo e, contando com apagão rubro-negro, encostou rapidamente no placar. Os níveis de emoção e tensão começaram a subir em todos os locais do ginásio, da torcida até os atletas. E a paralisação de mais de quatro minutos ajudou a elevar esses sentimentos.
A cesta para onde atacava o Flamengo soltou parcialmente do aro e precisou de reparos. Retomado o jogo, o Rubro-Negro mostrou frieza para se manter à frente no placar, até cesta decisiva de Olivinha. Restando 40 segundos, o ala-pivô acertou arremesso de três para garantir 76 a 69. Ainda que Brasília corresse atrás, o jogo terminou com vitória por 84 a 82 para o Orgulho da Nação.
Playoffs: o caminho do FlaBasquete até o 3º NBB
Assim como no NBB 12/13, o Flamengo avançou direto para as quartas de final por terminar na liderança. Com mais tempo de descanso e preparação, o time pôde ver Bauru tirar o Fortaleza com vitória por 3 a 0 na série e treinou focado no time paulista.
As quartas começaram com vitória surpreendente dos paulistas no Rio de Janeiro e ligou um pequeno sinal de alerta. Mas como citado anteriormente, as poucas derrotas parecem ter dado ainda mais combustível para os atletas, que fecharam o confronto em 3 a 1 ao superar o rival no segundo jogo em casa e depois duas vezes como visitante.
Em seguida foi a vez do Mogi das Cruzes. A série foi muito similar, com uma vitória do adversário diante da Nação. Mas apenas atrasou o inevitável, que era o Rubro-Negro avançar para mais uma final.
Final: Flamengo x Paulistano
Terceira final em casa = terceiro título. Adversário nas quartas de final na edição anterior, o Paulistano evoluiu em sua campanha e chegou à final para desafiar a defesa de título do Fla diante de sua torcida. Após jogo eletrizante, o resultado foi o esperado: o segundo título seguido e tricampeonato rubro-negro no NBB.
O costume com decisões e o apoio da torcida resultaram em um FlaBasquete à vontade no início do jogo. O placar rapidamente tinha 11 pontos de vantagem (15 a 4), muito pela efetividade da dupla de pivôs Olivinha e Meyinsse. Contudo, o começo ruim logo ficou para trás e a equipe do técnico Gustavo de Conti, que hoje é o técnico do Mengão, se aproximou no placar. O primeiro quarto terminou com 22 a 17 para o Flamengo.
Marcelinho Machado foi o responsável por boas jogadas e diminuir a reação do rival no segundo período. Todavia, o esforço do ala-armador não foi suficiente para manter a equipe na frente e o Paulistano chegou ao intervalo vencendo por 40 a 38.
Recheado de estrelas, o time rubro-negro retornou do vestiário determinado em voltar para liderança do placar. Dessa vez Marquinhos e um a jovem revelação Cristiano Felício produziram boas jogadas para recolocarem o time no caminho do título: 60 a 57.
O equilíbrio foi a tônica da decisão até os segundos finais. O jogo estava empatado em 73 a 73 quando Laprovittola e Marcelinho acertaram sequência de lances livres. Seguidos de rebote providencial de Shilton, que garantiu a última posse de bola e o mais um troféu para o Mengão.
Com 16 pontos e quatro rebotes, o pivô norte-americano Jerome Meyinsse foi eleito o MVP da decisão.
A melhor temporada da história
A taça do NBB foi mais uma da melhor temporada do basquete do FlaBasquete desde a fundação da categoria em 1919. O marcante elenco rubro-negro conquistou todos os títulos possíveis para um time brasileiro: Carioca, Liga das Américas e Mundial.
O título mundial, aliás, foi mais um conquistado ao lado da torcida na HSBC lotada. Precisando de uma diferença de quatro pontos após derrota no primeiro jogo, o Orgulho da Nação fez muito mais. Vitória 90 a 77 após recuperação impressionante e festa com a torcida assim que o relógio zerou. O mar rubro-negro que tomou a quadra do ginásio é uma imagem para a história.
Os campeões do NBB 13/14 pelo Flamengo
Veja abaixo a lista de todos os jogadores que entraram em quadra pelo FlaBasquete no título do NBB 13/14 e também as estatísticas de cada um na competição.
- Laprovittola
- Gegê
- Benite
- Marcelinho
- Marquinhos
- Léo Medeiros
- Olivinha
- Felício
- Chupeta
- Diego Marques
- Danielzinho
- Douglas Correa
- Meyinsse
- Shilton
- Técnico: José Neto
Jogador | PJ | MPJ | 2P% | 3P% | LL% | RT | AS | PPJ |
Marcelinho Machado | 36 | 30.8 | .486 | .395 | .904 | 3.0 | 2.5 | 19.0 |
Nicolás Laprovittola | 36 | 32.0 | .461 | .456 | .777 | 3.1 | 4.7 | 15.4 |
Olivinha | 41 | 28.1 | .551 | .340 | .783 | 8.4 | 1.2 | 12.9 |
Marquinhos | 25 | 26.7 | .517 | .376 | .860 | 3.5 | 2.4 | 14.8 |
Jerome Meyinsse | 40 | 21.3 | .617 | .500 | .674 | 4.7 | 0.5 | 12.2 |
Vítor Benite | 4 | 34.3 | .381 | .294 | 1.000 | 1.7 | 0.7 | 15.3 |
Gegê Chaia | 41 | 30.0 | .553 | .316 | .795 | 2.3 | 5.4 | 6.2 |
Tony Washam | 26 | 19.5 | .500 | .388 | .700 | 3.5 | 0.9 | 7.9 |
Cristiano Felício | 40 | 14.4 | .600 | .176 | .623 | 3.9 | 0.5 | 5.6 |
Shilton | 40 | 18.2 | .522 | .000 | .537 | 4.6 | 0.8 | 4.8 |
Chupeta | 18 | 5.9 | .600 | .444 | .600 | 0.9 | 0.6 | 1.3 |
Diego | 10 | 7.8 | .333 | .000 | .333 | 1.2 | 0.3 | 1.1 |
Léo | 6 | 5.8 | .333 | .429 | 1.000 | 0.3 | 0.2 | 2.2 |
Douglas | 7 | 2.4 | .333 | .000 | .667 | 0.9 | 0.0 | .9 |
Daniel Lorio | 3 | 3.6 | .000 | .000 | .000 | 0.0 | 0.0 | .0 |
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