Não teve pipoca e nem pamonha – em campo. Só na cobrança antes do jogo na Academia. Algo que ninguém pode assumir que melhore desempenho no Palmeiras, no Flamengo e em qualquer lugar. No gramado que sobreviveu à sequência de shows, nenhum espetáculo. Apenas a vitória do time que jogou mais e melhor e mereceu a vitória.
Valentim mudou quatro nomes e três funções pro clássico da decepção por tudo que se esperava dos clubes que mais investiram na temporada. Além da linha de defesa um pouco menos alta, Moisés deixou de ser o meia central do 4-2-3-1 para ser um interior pela esquerda no repaginado 4-3-3. Tchê Tchê teve liberdade para abrir mais pela direita com a bola, quando Dudu saía da ponta e centralizava. E deu um pé a Felipe Melo, que voltou muito bem na cabeça da área contra Paquetá que de novo lutou mas pouco entregou. Os Évertons pouco produziram, e Vizeu pouco foi acionado.
Aos 13, Moisés acertou lançamento espetacular desde o campo de defesa para Deyverson matar a bola como Deyverson, Rafael Vaz dar mole como Rafael Vaz, e Deyverson escorregar como Deyverson, e ainda assim abrir o placar que o Palmeiras ampliaria aos 35. Quando o capitão Pará assistiu a Keno mandar a bola na trave e Deyverson fazer de cabeça o segundo gol de um jogo que ate então não era para vantagem tão dilatada. Mas merecida para o time que foi mais eficiente. Palmeiras que voltou a abrir o placar depois de três partidas saindo atrás. Marcha da contagem que definiu a vantagem inicial e deu mais tranquilidade para a segunda etapa.
Rueda mexeu no intervalo. O mais que promissor Vinicius Júnior entrou torto pela direita no lugar de Cueéllar para tentar se fazer em cima de Michel Bastos que foi bem na lateral. Apenas Arão protegeu a cabeça da área no 4-1-4-1 rubro negro. Éverton Ribeiro tentou armar por dentro. Mas, de novo, quase nada aconteceu. Fora uma canelada contra de Luan (6 minutos) e uma cabeçada de Paquetá aos 39, mais nada criou o Flamengo. Nem quando Éverton virou lateral no lugar de Renê, Rodinei entrou aberto pela direita como algumas vezes deu certo com Zé Ricardo, e Vinicius foi jogar na dele, pela esquerda, o Flamengo melhorou. Mais deu espaço ao Palmeiras que teve mais cinco chances que só não deram em gol pelas boas defesas de Diego Alves e pelas atrapalhadas finalizações de Luan e Thiago Santos (que substituiu bem Felipe Melo).
No frigir das bolas, ganhou o melhor time. O Palmeiras que falhou menos atrás, teve a recuperação de parte da bola de Moisés, Tchê Tchê e Dudu, e achou dois gols nos únicos acertos de Deyverson no jogo. E em muitos jogos em 2017. Flamengo que ainda pode ganhar a Copa Sul-Americana. Mas segue devendo desempenho.
Veja também a análise do jogo de Gustavo Roman.
Mauro Beting é comentarista esportivo no canal Esporte Interativo e também escreve suas geniais crônicas no UOL.