Saudações, Rubro-Negros!
Não, não vou falar de quem não mais está entre nós. Tampouco quero usar este espaço para tecer julgamentos de caráter, avaliar a ética ou a falta da mesma na conduta de quem quer que seja, mas que o profe colombiano foi moleque, lá isso foi.
Que se danem ele e toda sua comitiva. Não os desejo mal algum, apenas que não classifiquem sua seleção ao Mundial das areias nem mesmo se a Fifa aumentar para 250 o número de participantes no torneio.
E vida que segue, pois rei morto, rei posto, como ainda se dizia lá no distante 1981, ano em que o então há pouco aposentado jogador Paulo Cesar Carpegiani se tornou o técnico Paulo Cesar Carpegiani, e do banco ajudou o Flamengo a ter o maior ano de toda sua História.
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É bem verdade que aquele time não precisava de um técnico. Não precisava e por isso mesmo recorreram a Carpegiani, que àquela altura assumiria o cargo muito mais pelo respeito, pela admiração e pela liderança que conquistara como atleta junto aos demais jogadores e grande parte dos dirigentes da época do que pelo seu currículo como treinador, que até ali era virgem. É claro que ele entendia – e ainda entende, espero – de futebol e contribuiu para que as coisas terminassem como terminaram, porém quase todo mundo ali entendia bastante do assunto. Creio que ele próprio concorda que sua maior contribuição foi dada ao topar fazer o papel do homem responsável por manter cada macaco no seu galho, principalmente no que dizia respeito às coisas de campo e bola, porque não é novidade para ninguém que até na hora de negociar bichos, premiações, folgas e outras questões do tipo, mais gente graúda tinha voz e sabia se fazer escutar muitíssimo bem ali dentro.
De lá para cá já se passaram praticamente 37 anos. Pode-se dizer que é esse o tempo de carreira que o Carpa tem como treinador. Carreira essa que tem como seu momento maior a classificação do Paraguai à Copa do Mundo de 1994 e, claro, o bom futebol demonstrado por aquela seleção nas quatro partidas que fez na competição. O bravo escrete guarany caiu diante da dona da casa, a França, apenas quando aos nove minutos do segundo tempo da prorrogação Laurent Blanc marcou o gol que decretou o triunfo francês e também o final da partida, uma vez que naquele ano estava valendo a regra do “Gol de Ouro”, termo que inventaram para substituir o bom e velho “quem fizer primeiro, ganha”.
Aquela Copa certamente consagrou a monstruosidade de Gamarra. Até hoje há quem garanta que Blanc jamais teria marcado aquele gol se o melhor jogador em campo – para muitos, inclusive para mim, o melhor zagueiro daquele Mundial – não tivesse lesionado o ombro um pouco antes do lance fatal e viesse jogando no sacrifício desde então. Já a carreira de Carpegiani, em quem também foram depositadas expectativas grandes, tendo em conta o excelente trabalho feito à frente do Paraguai, convenhamos, não correu como se esperava.
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Não dá para dizer que Carpegiani não vingou como técnico. São mais de 35 anos vivendo de fazer esse trabalho, portanto seria insano tratar sua trajetória como um fracasso. Também não dá para dizer que é uma carreira de sucesso absoluto. São poucos os títulos, dentre os quais os mais relevantes continuam sendo os conquistados enquanto dirigia o Fla no início dos anos de 1980.
Tendo isso na cabeça, de que forma podemos encarar a chegada de um velho conhecido, alguém íntimo do clube, com identidade rubro-negra, mas que, como treinador, possui uma carreira longa, porém de poucas taças? Da maneira como cada um quiser, é claro. Contudo, se for da sua vontade expressar seu sentimento, seja ele de satisfação ou desgosto, otimismo ou pessimismo, não deixe de levar em consideração dois pontos fundamentais
1- não importa o que digam dirigentes, comentaristas ou qualquer outro que se meta a falar; fato é que todo planejamento que poderia existir está comprometido, o que aumenta significativamente a nossa dependência de um departamento de futebol forte, criativo e alinhado, além, é claro, da sorte;
2- no futebol, assim como na vida, quase sempre aquilo que começa mal termina mal, mas não chega a ser uma regra. Lembre-se: grande parte da graça de ter um time do coração é acreditar que tudo vai dar certo mesmo quando o cenário indica o oposto. E é isso que nos faz amar tanto esse negócio, porque o futebol nos permite ter frustrações que não necessariamente alterarão o curso das nossas vidas, enquanto os sucessos nos causam um bem-estar tão maravilhoso, o qual, no fim das contas, é o que acaba prevalecendo, é o que levamos para o resto das nossas vidas. É um risco que vale muito a pena correr.
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Do fundo do meu coração rubro-negro, desejo que o melhor do técnico Paulo Cesar Carpegiani apareça agora. Se acontecer, muitos dirão que foi um sucesso tardio, até mesmo um renascimento. A mim não importa nada o que vão dizer; só me importa é que o Flamengo se agigante e seja novamente voraz, assustador para os adversários, faminto e campeão. E para isso acontecer, agora é com ele que vamos, é dele que dependemos e é nas mãos dele que estamos. Motivos mais do que suficientes para entendermos que é ao lado dele que devemos ficar.
SRN
Imagem destacada no post e redes sociais: Twitter / Flamengo
Fabiano Torres, o Tatu, é nascido e criado em Paracambi, onde deu os primeiros passos rumo ao rubronegrismo que o acompanha desde então. É professor de idiomas há mais de 25 anos e já esteve à frente de vários projetos de futebol na Internet, TV e rádio, como a série de documentários Energia das Torcidas, de 2010, o Canal dos Fominhas e o programa Torcedor Esporte Clube, na Rádio UOL.
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