O Flamengo tem tido dificuldades de se acertar com um técnico. Mas Tite parece ter dado jeito no Ninho do Urubu. Mauro Cezar, entretanto, destaca que o maior mérito do treinador é ter conseguido estancar a sangria que era proporcionada por uma panela de jogadores que não deixava o trabalho correr.
Mauro lembra que o time sofreu diversas mudanças, e aos poucos, a panela se desfez. Por isso, uma reformulação natural aconteceu.
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“Pulgar chegou em 2022, De La Cruz esse ano, os pontas chegaram ano retrasado e passado. Não tem mais ninguém de 2019, a não ser Arrascaeta, Bruno Henrique no banco. Aos poucos essa reformulação foi acontecendo. Isso é importante porque acabou a panela. Tinha uma panela pesada. Jogadores importantes na história do clube, mas eram um poder paralelo”, inicia.
Jornalista relembra técnicos triturados
Para citar um exemplo, Mauro Cezar lembra a derrota por 4 a 1 na final do Carioca 2023, quando o Flamengo jogou muito mal e Fabrício Bruno revelou que o time não estava seguindo as instruções do técnico.
“O 4 a 1 do Fluminense, é só ver os gols daquele jogo. Ninguém marcava, ninguém corria, ninguém competia. O Fabrício Bruno sai no intervalo e dá uma entrevista, diz que o time está fazendo tudo diferente do que o técnico pediu, não estavam fazendo o que foi pedido, estava tudo errado. É óbvio. Só se o Vitor Pereira fosse maluco para mandar jogar daquele jeito. Tinha algo errado ali, claro que tinha. Que comportamento era aquele?”, questiona, antes de lembrar:
“No ano anterior, o Paulo Sousa, o técnico é demitido, recebe uma premiação maior que a do Campeonato Brasileiro. Os jogadores, ninguém é cobrado. Não tem um dirigente com coragem”.
Mauro diz que Tite fez parar motor de moedor de técnicos
Com a queda da panela e a chegada de um técnico renomado, o elenco se abriu mais para as ideias de um novo treinador.
“Aí entra outro técnico, e fica nessa. É uma máquina trituradora de técnicos, e agora eu acho que ela perdeu esse motor. Não tem mais porque foram embora os jogadores que formavam um núcleo muito complicado”, explica.
O jornalista diz que Jorge Jesus deu certo por ser um início para jogadores que ainda não tinha títulos importantes e jogavam com fome de conquistá-los
“Quando o Jorge Jesus chega, muitos não tinham títulos pelo clube. No máximo Estadual. Eles tinham fome. Quem ganhou títulos? Rogério Ceni, que foi até surpresa para mim. O Dorival, idem, que é característica conhecida dele. Quem bateu de frente, se deu mal. O Tite tem tamanho para colocar Bruno Henrique no banco, manter Gabigol no banco”, complementa.
Por fim, Mauro Cezar mostra entender que a atitude de contratar Tite é a mesma que a de outros clubes ao contratar Felipão e outros nomes antigos, por exemplo. Isso porque as equipes costumam crer que apenas os técnicos grandes podem controlar vestiários.
“Coisa muito comum no Brasil. Direção não consegue controlar, traz um técnico pesado. Por isso muitos dinossauros continuam aí. Acredita-se que eles podem chegar e controlar os medalhões. Por isso que a coisa, nesse momento, caminha bem”, finaliza.
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