Já disse em outra coluna que o Estadual para nós, rubro-negros, é meio como o mosquito da dengue: a gente se preocupa de dois em dois anos, mais ou menos. Atualmente, o único objetivo absoluto é manter o número de títulos à frente do Fluminense, o que não está tão difícil. Em termos relativos, podemos dizer que o objetivo é esquentar as coisas, preparar para os desafios maiores, lançar juniores e de repente conhecer um pouco as belezas do interior do Rio – ainda que em tempos de febre amarela isso seja desaconselhável.
Aliás, escrevo antes de Flamengo x Botafogo, e pensando se todo nosso elenco está vacinado contra a febre amarela – uma vez que estaremos jogando em uma cidade que traz certo risco. E aí aproveito para entrar com a pergunta: por que catzo jogaremos (JOGAMOS) em Volta Redonda num estádio para 20 mil pessoas enquanto Boavista x Bangu farão (FIZERAM) sua decisão no Engenhão, estádio com vaga para pelo menos o dobro disso?
No blog: Das coisas importantes e urgentes
Claro que todos vocês vão responder o óbvio: porque nosso futebol, pelo menos em nível estadual, é administrativamente confuso. Só o fato de todo fim de ano ser “divulgado o regulamento do campeonato estadual” do ano seguinte é sinal de que as coisas são realmente feitas de chofre. Não há nada que explique ou justifique uma semifinal de Taça Guanabara ter seu local decidido na mesma semana em que é realizada.
Ao que parece, a questão é o Maracanã. Aquele que, como rubro-negros, cantamos que é “nosso”. Vamos deixar de lado a questão Velho Maracanã/Novo Maracanã – esta discussão é inócua e cheia de narrativas substituindo verdades. Nem o Novo Maracanã é 100 por cento ruim, nem o Velho Maracanã era este sonho romântico que muita gente diz ter saudade. O fato é que a mudança mais radical foi na disponibilidade que temos do Maracanã hoje em dia. Este é o principal ponto.
Ora, vejam bem: antigamente, Sting, Paul McCartney e Tina Turner vinham tocar no Maraca mas eram escolhidas datas em que o Flamengo não fosse perturbado. É isto que precisamos deixar claro. Por conta da sustentabilidade financeira, estamos vivendo um momento em que o Maracanã, ansioso por pagar seus boletos, deixa o Flamengo de lado e aceita trocar um jogo do Mais Querido por qualquer evento – desde descarrego coletivo até show do Phil Collins. E reconheçamos: por mais que o Flamengo seja uma espécie de Atlas do mundo do futebol, a carregar, suportar, com braço forte, toda a folha de pagamento carioca, quando se trata do Estadual o déficit é praticamente certo. Não é fácil, mesmo para o Flamengo, encher estádio em tempos de crise e ingressos caros num meio de semana contra a Cabofriense ou vá lá o que seja.
Assim sendo, era a hora dos dirigentes serem práticos na questão da sustentabilidade e, tal e qual é pregado pelo genial Bituca em “Bailes da Vida”, fazer o “artista ir aonde o povo está”. Sei que o amigo leitor dirá, dando um tapa na mesa, puto da vida de ter chegado até este ponto do texto e reparar que a minha ideia é óbvia: “Mas que saco, isso a gente já sabe!”.
Diria a Mafalda: “é tão óbvio que não serve para nada”. Sim, é evidente, claro, óbvio, notório, indiscutível e tudo o mais, que o Flamengo, sendo o mais importante clube do país, deveria considerar de uma vez por todas a possibilidade de jogar o Estadual em outros estados. É um princípio muito claro: o da novidade. Um filme que já tenha sido visto na metrópole em todos os cinemas pode não despertar mais interesse. Mas quando se leva este mesmo filme para um cinema em que as estreias são mais raras, o quorum é absoluto. Isso também é tão óbvio que não serve para nada – minto: deve servir para orientar nossas ações flamengas.
O Flamengo precisa atuar nos planos estratégico, tático e operacional.
Estratégico: criar uma cidade para ser Flamengo. Sugeriria Cariacica ou Juiz de Fora. Alugar um imóvel, despesa quase irrelevante, e lá ter uma sede para venda de ingressos, camisas, souvenirs em geral, publicações. Um business. Este imóvel serviria de HOSPEDAGEM para jogadores que ficariam mais focados na competição ali disputada. Fariam viagens menos corridas, com menos desgaste.
Tático: negociar com todos os adversários, mostrar a eles que há mais chances de ganhar mais dinheiro com ingressos e direitos de transmissão (negociar isso)
Operacional: ter uma operação voltada para o produto Jogo em todo o entorno. Outdoors, emissoras locais, repetidoras.
A partir daí, escolher que ídolo ou jogador de ponta iria participar de cada um destes jogos. Teríamos o produto pensado globalmente, e agiríamos bem localmente, honrando o dito por Peter Drucker.
E o Maracanã?
Quando eles quisessem que uma estrela como o Flamengo (muito mais popular, reconheçamos, que Phil Collins) fosse lá se apresentar, faríamos um precinho camarada. Mas que cobrisse nossos boletos.
Imagem destacada no post e redes sociais: Divulgação.
Gustavo de Almeida é jornalista desde 1993, com atuação nas áreas de Política, Cidades, Segurança Pública e Esportes. É formado em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense. Foi editor de Cidade do Jornal do Brasil, onde ganhou os prêmios Ibero-Americano de Imprensa Unicef/Agência EFE (2005) e Prêmio IGE da Fundação Lehmann (2006). Passou pela revista ISTOÉ, pelo jornal esportivo LANCE! e também pelos diários populares O DIA, A Notícia e EXTRA. Trabalhou como assessor de imprensa em campanhas de à Prefeitura do Rio e em duas campanhas para presidente de clubes de futebol. É pós-graduado (MBA) em Marketing e Comunicação Empresarial pela Universidade Veiga de Almeida. Atualmente, escreve livros como ghost-writer e faz consultorias da área de política, além de estar trabalhando em um roteiro de cinema.
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