Coluna desta semana destaca como medidas intempestivas, mesmo que irreprováveis, resultaram no fortalecimento dos jogadores e na efetivação de mais um interino
“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer”
Geraldo Vandré
O Flamengo, mais uma vez, está em crise. Uma vez se livrando da perebagem fora de campo do futebol, agora está em hold, sob “nova direção”, desta vez do Carlos Noval. Que fazia um bom trabalho na base e foi colocado no profissional, até, talvez, na falta de outros nomes, evidenciando assim, uma certa intempestividade na decisão, não que não fosse necessária. Mas, certamente, proveniente daquela última gota que saiu do copo. Transbordou ao perder do Botafogo em um Campeonato Carioca, cá para nós, imensamente irrelevante para o tamanho que queremos do Flamengo. Como a torcida do Barcelona se revoltar por não ganhar o campeonato da Catalunha. Se é que existe. Estou falando hipoteticamente. Só no Brasil deve ter (mais) esta “jabuticaba”.
Mas na Libertadores está bem. Primeiro lugar no grupo. Se ganhar do Santa Fé literalmente dispara na classificação, ainda mais se o River Plate empatar com Emelec. Praticamente quase garantiríamos nossa tão abençoada e aguardada classificação na primeira fase. Algo que os deuses do futebol insistem em nos negar, insatisfeitos, talvez, pelo Flamengo priorizar o carioquinha concomitantemente a este torneio de fato relevante.
Leia também no Pedrada Rubro-Negra: Flamengo 0 x 1 Botafogo. Adeus carioquinha 2018. Vá pela sombra > Por Flávio H. Souza
Mas este ano não. Flamengo jogou com times mistos, usou o carioquinha para dar quilometragem ao elenco titular e na hora do vamos ver na Liberta, ao menos nos dois jogos, tinha um elenco pronto e mais descansado.
Mas o Carpegiani, que fazia um belo trabalho, simplesmente desandou, talvez sucumbindo à panelagem que se auto-intitula “caldeirão” no Flamengo. Escalando Arão, bancando o Cuéllar, o Flamengo ficou pior. E juntando o trauma que a torcida carrega desde a eliminação precoce na Liberta em 2017, e de outros resultados ruins desde 2016, a paciência pequena, sumiu novamente. Foi junto para forca.
Estamos então com mais um estagiário interino, o Barbieri. Bem, estagiário não. Trainee. Este ao menos já treinou equipes profissionais antes. Não com sucesso, diga-se. Mas o entendem como estudioso. Prontamente recebido pelo caldeirão, é o favorito da turma para ser o novo treinador. Assustados, talvez, pela possibilidade da vinda de um tipo como Cuca.
Mudando o estilo de treinamento do Carpegiani para uso mais intenso de campo reduzido, e escutando mais as sugestões táticas dos membros da confraria Caldeirão, o bravo Barbieri rapidamente coloca a rainha de bateria do Caldeirão, o Arão, no time titular.
Futebol é um mundinho à parte realmente. A pessoa entra numa redoma e não vê e nem escuta mais nada ao redor.
Bem, claro que Éverton Ribeiro sai. Ficaremos sem chegada no meio. Até Arão despertar no jogo demora. Se despertar. Nosso meio de campo comprometido. Tabelas mais incisivas para frente podem desaparecer. Mas isto é mero detalhe. “O grupo precisa ser acolhido. Tão repudiado pela torcida”, podem pensar.
Enfim, mas é o que temos. Não conheço um Flamengo sem problemas. Sempre existiram e existirão. Dificilmente teremos o time que queremos do elenco disponível. Cada um é um técnico. Como torcedores devemos apoiar o time em campo. Não adianta ficar xingando, jogando pedras, atuando como os torcedores do River Plate, Emelec e Santa Fé desejam. Please.
Agora, que os jogadores aproveitem que querem efetivar Barbieri como novo técnico e ganhem tudo para justificar. E aí só o efetivem até ganhar no mínimo o Brasileiro. Deixe ele fazer a hora para isto acontecer. Mas, enquanto isto, que o Flamengo vá fazendo a hora e procure um técnico de fato à altura do clube. Rápido. O caldeirão não tem cacife para qualquer exigência.
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Foto destacada no post e redes sociais: Gilvan de Souza / Flamengo
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