O Galinho de Quintino deixa saudades até hoje na comunidade do futebol quando o assunto é cobranças de falta. Maior ídolo da história do Flamengo, Zico é um dos grandes batedores de falta de todos os tempos, mas utilizava uma grande artimanha pouco comentada. O ex-árbitro Renato Marsiglia participou do Charla Podcast e fez a revelação.
Renato diz que Zico precisava de espaço para cobrar suas faltas, já que ele fazia a bola tomar uma grande parábola até parar dentro das redes. Para isso, ao invés de colocar a bola mais para frente, como a grande maioria dos jogadores faz até hoje, Zico preferia afastar a bola ainda mais. Assim, Renato conta episódios onde falava com Zico sobre o posicionamento da bola e o eterno craque até pedia para deixar passar. Além disso, consciente de sua qualidade pedia para que o árbitro observasse o golaço que faria.
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“Falta dentro da área ele colocava a bola para trás. Porque a maneira dele bater, ele precisava de espaço. Muito perto, não dá tempo da bola cair. Às vezes pedia, Zico, mais para frente. Ele pedia: ‘Pô, professor, só essa’. Ainda dizia: ‘Olha só o gol que eu vou fazer’. Todo jogador que botar a bola para frente, ele botava a bola para trás”, diz Renato Marsiglia.
Ao responder sobre jogadores que davam mais trabalho, Renato cita nomes como Renato Gaúcho, mas surpreende ao dizer que Neto, por exemplo, não lhe deu qualquer problema. Mas os elogios ficam, é claro, para Zico, sempre educado, respeitoso e muito inteligente.
“O Zico era tranquilo. Inteligente. O Zico quando tinha jogos que o jogador reclamava, vinha reclamar, ele era o cara que tirava e falava pra deixar eu apitar. É inteligente. Pensa, ‘se eu ajudo o árbitro na confusão, ele vai me proteger’. Inteligência”, complementa.
Renato Marsiglia coloca Renato Gaúcho entre os mais difíceis de se lidar
Ex-Flamengo, Renato Gaúcho também ficou conhecido por dar trabalho aos árbitros. Marsiglia lembra que teve que expulsar Renato no primeiro clássico entre Grêmio e Internacional que apitou. Além disso, explica o porquê da expulsão, mas ressalta bom relacionamento com Portaluppi.
“O Renato Portaluppi. Coloquei ele para rua no primeiro GreNal que apitei com poucos minutos de jogo. Me dou bem com ele, muito boa pessoa, humano. Ele pegou e empurrou o Robertinho, jogou quase lá no meio da pista atlética do Olímpico. Era o Renato, né? As pessoas amadurecem”, diz o ex-árbitro.
Para Marsiglia, Éder Aleixo também foi um dos jogadores mais difíceis.
“Tinha jogador que dava trabalho. O Éder não era fácil, Éder Aleixo. Brinco com ele, ele me abraça. Perguntam quantos cartões davam para ele, ele ainda brinca: ‘de todas a cores'”, comenta. Veja o trecho da entrevista:
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