Uma nova lenda nasce em terras rubro-negras. As cabeças que produziram as “verdades” de que o Flamengo perdia por causa do Diego Ribas, que jogava um a cada oito jogos, do Diego Alves vivia machucado ou ainda do Renê que era reserva eterno do Filipe Luís, uma nova justificativa surge. Esses mesmos criaram o slogan “o que o Juan faz no Flamengo?”. Também produziram a necessidade de se livrar do atual campeão da Copa do Brasil e da Libertadores por que ele era “refém” dos jogadores.
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Mas agora tudo fica finalmente claro! Os jogadores escolhem que partidas querem jogar. Existe ainda um agravante! Os preguiçosos jogadores rubro negros não querem brigar pelo brasileiro de 38 rodadas. Descansam e se esforçam para serem campeões na libertadores que tem só 14 jogos e paga mais de premiação.
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Essa é a grande justificativa dos defensores de trabalhos ridículos. Não dá pra saber se isso nasceu de jornalista e se espalha pela Flatt, ou se a Flatt cria essa fantasia e jornalistas – para manter seu feudo de opinião que ajuda a sustentá-lo- passa a vociferar isso na imprensa e nas redes sociais.
Recorte 1: Mata-mata vs pontos corridos
Não é evidente que os jogadores escolhem os jogos de mata-mata para jogar? Afinal, fizemos uma excelente exibição frente ao Maringa no primeiro jogo do mata-mata, certo ? Ah, mas aquele não valeu! Era o Maringá, eles estavam sem vontade. Que tal então… Flamengo x Racing, quando com um a mais na maior parte do jogo, o Flamengo conseguiu empatar com o time argentino? Ou ainda o 1 x 1 contra o portentoso Ñublense ? E quando suamos sangue pra vencer o Racing dentro do Maracanã pela vantagem mínima? Aliás, não nos esqueçamos do 2 a 0 Aucas que decretou a queda de Vitor Pereira.
Mas é claro! Tudo é explicado pelo fato de ser um jogo “de libertadores”. Teve quem disse que “os outros times se mobilizam”. Houve até mesmo quem comparou esses times com o lanterna do brasileiro, como se essa fosse a régua. O elenco que escolhe jogar a Libertadores porque é um torneio menor, correu riscos seríssimos de cair na primeira fase.
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Mas e o Fluminense einh? Nós passamos por eles porque os jogadores quiseram jogar o Mata-mata! Criou-se a fantasia do super jogo do Flamengo na partida de ida. Na verdade, houve um ótimo primeiro tempo e um segundo nulo com um jogador a mais! No segundo, 28% de posse de bola, menos da metade de passes trocados, e a vitória por 2 a 0. Se fosse o Mano Menezes ao lado do campo, seria absurdo. O Sampaoli pode.
E nos pontos corridos? Um famoso jornalista que hoje embala essa pantomima de parte da torcida, até outro dia dia dizia que “O Flamengo jogou bem contra o Botafogo e contra o Inter, perdeu por azar“. Talvez eu tenha perdido alguma coisa, mas eu poderia jurar que ambas as partidas contavam pela disputa do famoso Campeonato Brasileiro Assaí, disputado no formato de pontos corridos.
Esses mesmos vagabundos escolheram jogar mal o jogo contra o Corinthians, a ponto de o zagueiro lesionado continuar em campo pra fazer o gol no último minuto! E contra o Vasco?! 4 a 0 no primeiro tempo dos preguiçosos para pontos corridos. “Ah, mas o Vasco é clássico!” é a desculpa dos inventores.
Recorte 2: Flamengo dentro e fora de casa
“Já sei! Eles só jogam quando estão no Maracanã!”, uns e outros saem com a rasa análise. Dentro do Maracanã foi onde o Flamengo levou 26 chutes do Grêmio. Também no Maraca, ganhamos do Racing em um jogo ridículo. Me parece sem necessidade de relembrar o sufoco que passamoa para vencer o Corinthians de Luxemburgo que luta para não cair. Não se esqueça do empate frente ao Cruzeiro.
Em todos esses jogos nós jogamos mal. Mas não para por aí! Jogamos mal contra Bragantino, Santos, Athlético Paranaense, Bahia. Sem precisar voltar nos já citados acima. Portanto, não há lugar A ou B. O mau futebol do Flamengo não respeita fronteiras, é livre como o vento. Capaz de nos dar desgosto em domínios estaduais, nacionais e internacionais.
Conclusão: Jogadores do Flamengo escolhem! Está muito claro!
É evidente que eles escolhem! Mas não os jogadores, os jornalistas e torcedores que invetam isso, escolhem quais jogos querem usar para justificar a perseguição aos jogadores. Por um lado temos uma horda de torcedores que acreditam que no mundo inteiro, só eles têm fibra moral, por outro lado, jornalistas que se sustentam pedindo o fígado de ídolos e relativizando aqueles que têm apreço.
Em resumo, o que temos aqui é a versão internacional do clube do vinho, tão criticado em 2019 por alguns que hoje isentam qualquer gringo das consequências do seu péssimo trabalho. Por fim, resta saber se o “club de vinos” conseguirá manchar a reputação da segunda maior geração que o Flamengo já teve.
Renato Veltri é advogado, formado pela UFRJ em 2019 e flamenguista formado por sua irmã, Vanessa, na final da Copa do Brasil de 2006. Twitter: @veltri_renato.
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