Eu reclamo muito. Reclamo no geral e especialmente quando o Flamengo joga mal. Mas para que a minha coluna não tenha a mesma repetição das reclamações que já faço no twitter jogo após jogo, tento fazer isso de forma difrente.
A coluna a respeito do jogo contra o Dell Valle estava estruturada desde o início do jogo como um roteiro de cinema. A tese era de que seguíamos à risca o roteiro do trabalho fracassado. Àquela altura, era a fase na qual o treinador já desesperado chuta o balde e faz então uma loucura – neste caso a utilização do Thiago Maia- como última cartada, e dá terrivelmente errado.
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Eu tinha tudo estruturado até que fiquei tão puto que suspendi o texto e falei de uma situação específica que me pegou muito durante o jogo. Não estava com muito saco pra fazer texto elaborado, admito. Mas como o roteiro está sendo seguido à risca, aqui estou eu com nova oportunidade.
O trabalho do Vitor Pereira está morto. Eu evidenciei isso nesta coluna, após a derrota pro Al-Hilal. É um cadáver adiado que procria, e suas crias são vexames. Mas os trabalhos fracassados têm suas fases. Tem a fase que citei nos págrafos acima e agora atingimos um novo estágio do trabalho natimorto.
Agora, após mais uma vergonha contra o Vasco, o português inaugurou a nova fase: aquela na qual o treinador dá entrevistas completamente desconexas com o que foi visto em campo. Pela completa falta do que falar para justificar o injustificável, Vitor diz coisas que não fazem o menor sentido.
Uma ladainha que apela para a vontade dos jogadores, a disposição, a um trabalho bem feito que ninguém vê em 60 dias. Além disso, como cereja do bolo, tivemos a versão rubro-negra do “foi lindo”, quando o treinador teve a coragem de dizer:
(…) hoje não temos nada do que nos envergonhar.
Vitor, que não faz ideia do quanto essa derrota (junto com todas a outras recentes), dói no torcedor, acredita não haver motivo para se envergonhar após perder para um rival inferior que tem o trabalho com o mesmo tempo que o nosso.
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Outro ponto alto da estrevista pós jogo foi a afirmação de que “estamos no caminho certo”. Bom, definitivamente estamos em um caminho. Eu não diria que certo, mas definitivamente um caminho.
E o caminho que sempre acontece: Um Flamengo com trabalho morto vai seguir ignorando o óbvio. Em alguns dias, algum veículo de impresa publicará uma matéria sobre a insatisfação de parte do elenco com o treinador, usando a postura do Everton Ribeiro ao sair ontem como exemplo disso. Isso deflagará uma guerra entre os #FechadosComVitorPereira e os que defendem o elenco. Haverá um jogo emblemático.
Após isso, com pelo menos um mês de atraso, o técnico será enfim demitido. A essa altura o campeonato brasileiro já estará praticamente fora de possibilidade. Ficaremos na corda bamba entre um tampão ou então esperar JJ se desvincular do Fenerbache.
E aí é torcer para que mais uma vez isso dê certo. Mais um ano dependendo da sorte. E não foi por falta de aviso.
Renato Veltri é advogado, formado pela UFRJ em 2019 e flamenguista formado por sua irmã, Vanessa, na final da Copa do Brasil de 2006. Twitter: @veltri_renato.
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