Eu sei o que você pensou ao ler o título desse texto. Ele é provocativo e fácil, quase um caça-click Assim como a música que o inspirou, é fácil para demonstrar insatisfação com o Flamengo. Mas ela também pode ser injusta. E foi.
Na saída de Diego Alves, algo me chamou atenção em sua fala “valorizem esses caras”, disse o ex-goleiro rubro-negro. Fiz questão de pontuar isso em meu texto à época. No jogo de terça (28), quando passamos por mais um vexame, nos tornando o segundo time a perder uma final continental para um time pequeno do Equador, nós perdemos o respeito.
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Na saída de campo, Everton Ribeiro que além de ter sido o melhor jogador do Flamengo na reta final do ano passado e havia sido o melhor jogador do time em campo na final da Recopa, foi vaiado por um Maracanã lotado. Minutos depois, já no desespero, começamos a entoar “Time sem vergonha!” e soltar vaias a esmo.
Eu não sou ninguém para pautar a torcida, mas no momento que isso começou a se dar, como forma de protesto solitário, me sentei na cadeira do Maracanã. Isso me fez perder o gol que nos levou para a prorrogação, mas eu não poderia compactuar com aquilo.
Qualquer um que assistiu o jogo vê que em momento algum faltou vontade, fome, sangue nos olhos. Faltou criatividade, repertório. E isso não é culpa deles. Não é falta de vergonha. Ou será que os jogadores perderam a vergonha na cara enquanto pulavam as sete ondas no Rèveillon?
Curiosamente, Vitor Pereira e seus contratantes – os artífices da média de um vexame por mês em 2023, passaram completamente incólumes à eliminação. Já os jogadores, aqueles que comprovadamente já entregaram tudo a nós, saíram de campo com a sensação de que nós “nos voltamos contra eles”.
Os atletas nos entregaram o comprometimento que cobramos deles, nos respeitaram, e por uma questão foge da mera vontade deles, foram hostilizados. O torcedor tem o direito de fazer o que quiser dentro dos limites da civilidade, assim como eu tenho direito de dizer que foi injusto.
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Por fim, passamos mais uma vergonha. E os responsáveis por isso são Braz e Vitor Pereira. Adianta pedir a saída de ambos ? Sabemos que não.
Braz é importante demais politicamente para que o grupo que está no poder tirá-lo em pleno ano eleitoral. Já a saída de Vitor Pereira não passa de caça-click/engajamento. Qualquer um que conheça o Flamengo sabe que antes de cair, o técnico terá pelo menos um mês de fritura no qual todos sabem que o trabalho está morto e a diretoria finge não ver.
Mas é preciso cobrá-los, xingá-los, lembrá-los. Perdemos três títulos em menos de três meses. E por mais que alguns torcedores e jornalistas tentem culpar os atletas, lembrem-se de que o roteiro foi exatamente o mesmo ano passado e os mesmos jogadores “sem vergonha”, com um comando eficiente salvaram o nosso ano da completa desgraça.
Que o roteiro se repita.
Renato Veltri é advogado, formado pela UFRJ em 2019 e flamenguista formado por sua irmã, Vanessa, na final da Copa do Brasil de 2006. Twitter: @veltri_renato.
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