Após o Conselho Deliberativo (CoDe) do Flamengo aprovar a limitação de sócios off-Rio a 1 mil, o presidente Rodolfo Landim se posicionou sobre o caso. O dirigente deu uma entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira contando sua opinião pessoal sobre o tema. Mas, antes disso, ele fez questão de esclarecer que a decisão não partiu dele e sim dos sócios proprietários.
“Essa sua primeira pergunta deveria ser respondida pelos conselheiros do Clube. Em sua grande maioria, sócios proprietários são os verdadeiros donos do Flamengo e que fizeram um bom investimento para comprar um título do clube”, iniciou.
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Em seguida, o presidente revelou sua opinião sobre tema. Rodolfo Landim garante que muitos sócios residentes do Rio de Janeiro se associam como off-Rio, porque os custos são menores. Além disso, o dirigente relacionou o tema aos sócios-torcedores e classificou a decisão do CoDe como um “avanço importante”.
“Entendo que ao limitar o número de sócios contribuintes off-Rio, o recado que quiseram dar é que se tiver o poder de influenciar no destino do Flamengo, deve se tornar sócio normal (com isto perderia os 25% de desconto que os off-Rio têm) ou comprarum título de sócio proprietário e ajudar o Flamengo a investir em sua sede – foi assim que, desde o presidente José Bastos Padilha, a sede do Flamengo foi construída”.
Repetindo que os sócios proprietários são os donos do Flamengo, Landim explica que “eles formam a maioria do Conselho Deliberativo, que está perto de ter 2 mil pessoas. Eles resolveram, pela decisão, aceitar a formalização do sócio off-Rio. Algo político que, para mim, foi um avanço importante. Resolveram não impedir, mas limitar o espaço dos que não investiram e têm custo menor do que eles, a condição menor de influir na política do clube”.
“Não faço aqui estimativa máxima de valor, não cabe à diretoria aqui opinar, essa é uma decisão do poder do clube. Mas essa é a visão que tenho pessoalmente do assunto”, completou.
Sócios de fora do Rio
Após frisar que os donos do Flamengo são os sócios proprietários, Landim detalhou seu ponto de vista sobre os sócios de outras localidades. “Não existe limitação geográfica de local de moradia para título do Flamengo. Você pode ser sócio proprietário ou contribuinte morando em qualquer lugar do mundo”, disse o presidente.
Landim explicou que “o sócio off-Rio foi criado (e não tinha sido reconhecido até segunda) para cobrir uma lacuna, para torcedores de fora do Rio e com pouca chance de frequentar a Gávea serem sócios e assim contribuírem para o Flamengo. Como podem querer passar o mês de férias no Rio, a eles foi dado o direito de frequentar o clube por até 30 dias por ano, muito mais do que a maioria dos demais sócios faz”.
O presidente também alegou que o programa de sócio torcedor do Flamengo, criado muitos anos depois do sócio Off Rio trouxe “a possibilidade de condição puramente querer ajudar o clube. Mas isso não impede que alguns continuem a manter a de sócio off-Rio”.
Ainda de acordo com Landim, existe uma razão para isso. “Após a criação do sócio torcedor, foi concedido gratuitamente aos sócios do clube (como categorias) o direito de ser sócios no seu plano mais barato. Como o valor pago pelo sócio off-Rio era muito próximo do valor do plano mais baixo do sócio torcedor, se viu uma procura crescente por essa classe de sócio. Apesar de pela regra existir apenas quem morava a mais de 100 milhas do Rio poderia ser sócio off-Rio, se viu uma grande quantidade de novos sócios que tinham como endereço oficial uma casa de campo ou algum familiar fora do Rio e contato por 021. Ou seja, não havia estímulo para que as pessoas se tornarem proprietários. Ou seja, sem pagamento de título”.
A elitização do Flamengo
Com direito a protestos na Gávea, boa parte da torcida do Flamengo não aprovou a decisão. Uma das justificativas é uma possível elitização do clube ao limitar o número de sócios off-Rio. Contudo, Rodolfo Landim reafirma que a medida não proíbe a associação de flamenguistas de fora do estado.
“O Flamengo de forma alguma proíbe a associação da maioria dos rubro-negros que não vivem no estado. Na verdade, o Flamengo incentiva que isso seja verdade. Entendi que a mensagem dos conselheiros é que isso deva ser feito em condições mais igualitárias aos demais sócios, independente de onde morem”, pontuou o dirigente.
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Após chamar os sócios estatutários de “donos do Flamengo”, Mauro Cezar questionou o presidente se a visão não seria elitista. Rodolfo Landim, por sua vez, rebateu assim a pergunta:
“Essa visão não é elitista, ela é uma visão realista da forma com que a instituição foi criada. Os torcedores, pelo menos para mim, são a principal razão de ser do Clube. Mas, na prática, não são eles que têm o poder de definir o destino do Flamengo. Isto é assim em todos os Clubes. Se assim não fosse, o Botafogo não seria hoje um Clube controlador por apenas uma pessoa. Lá, os sócios venderam 90% para um fundo de um único dono e a torcida não teve poder algum de impedir”, respondeu.
A queda de sócios-torcedores do clube
Após a decisão na Gávea, muitos rubro-negros de outros estados começaram uma campanha nas redes para cancelar os planos de sócio-torcedor. Neste momento, o Flamengo conta com 69.182 sócios-torcedores, de acordo com o site oficial Nação. Ou seja, um número bem aquém do programa que já bateu 145 mil no passado. Rodolfo Landim também se posicionou sobre o tema.
Quanto número de sócios torcedores durante um período em que deu contrapartida do programa foi suspensa, a oferta com prioridade de compra e preços com entrega, ela se deu com a queda. Com o fim da pandemia e, esperamos, o bom rendimento da equipe, a tendência é que voltemos ao mesmo nível de engajamento do passado.