Nos útimos anos, muitos clubes do futebol brasileiro encontram uma tábua de salvação para se manterem competitivos em meio às dívidas acumuladas durante anos de gastanças. Há pouco mais de dez anos, o Flamengo optou colocar em prática uma política de responsabilidade financeira. Cortou na carne sem mudar seu caráter associativo.
Os primeiros anos dessa mudança foram difíceis. A montagem de bons times ficaria para depois. Coube a boa parte da mais poderosa torcida do país entender que o remédio amargo era necessário. Foi preciso pulso forte nas medidas de contenção de gastos e força política para enfrentar as critícas da secular cultura imediatista.
➕ SAF – Sociedade Anônima do Futebol: uma abordagem crítica
E foi assim, com pequenas feridas e grande acertos, que o Flamengo conseguiu chegar em 2024 com o maior orçamento do continente, empilhando taças nos últimos anos e até ostentando um superávit importante para a saúde do seu fluxo de caixa. Em resumo, o Clube de Regatas do Flamengo não precisou vender seu futebol para uma empresa. Um exemplo de como uma manter perene ao seu ideal original.
Somos o mesmo clube fundado em 1895, diferente de clubes como Vasco e Botafogo, que atualmente possuem donos que nem brasileiros são, e Cruzeiro, adquirido por um ex-jogador e vendido para um dono de rede de supermercado.
Apesar disso, Rodolfo Landim pensa em vender o futebol do clube para interessados em breve. A justificativa do atual mandatário, que se afastou do grupo que comandou a virada de chave a partir de 2013 e busca apoio para eleger Rodrigo Dunshee como sucessor e a si próprio como presidente do Conselho Deliberativo no próximo triênio, é a construção do novo estádio.
➕ Opositores de Landim assinam carta contra SAF no Flamengo
Com a casa em ordem e sem problemas com dinheiro, Landim aforma que precisa de um aporte extra para realizar o sonho do estádio próprio, que parece estar muito perto de se viabilizar com a compra do terreno do Gasômetro junto a um fundo administrado pela Caixa Econômica Federal.
É importante pontuar que o Flamengo também vai investir muitos milhões no Maracanã nos próximos 20 anos. E, na prática, não precisa fazer nenhuma loucura para a construir sua casa, ainda que seja o sonho de nove a cada dez torcedores.
Ainda que Landim fale inicalmente em vender uma pequena porcentagem, é bastante lógico aludir que se após uma venda venha outra e outra, até que uma ou mais empresas controlem o maior ativo do Flamengo com o objetivo primeiro de obter lucro. Além disso, não é nenhum absurdo aventar um projeto de controle político e financeiro em curso por parte do atual presidente.
➕ Ouça: Landim promete que não vai propor SAF, mas lava as mãos sobre aliados
Para falar sobre todos os desdobramentos, cenários e projeções acerca da ideia de SAF no Flamengo que a TV MRN recebe Walter Monteiro, ex-candidato de oposição a presidente do clube no último pleito, e o conselheiro Carlos Ferrão. Com apresentação de Diogo Almeida, o debate vai ao ar nesta sexta-feira (21), ao vivo. Contamos com a participação da Comunidade MRN no chat.
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